Os idosos são mais propensos do que os mais jovens a
perceber faces desonestas como sendo de confiança.
Novas descobertas da ciência
ajudam a explicar o porquê de as pessoas mais velhas serem mais propensas a
sofrerem esquemas de fraude.
De acordo com o Federal Trade Commission dos EUA, cerca de
80% das vítimas de fraudes têm mais de 65 anos. Alguns especialistas suspeitam
que os idosos são mais vulneráveis à fraude, porque confiam mais facilmente do
que os adultos mais jovens.
Uma equipa liderada pelo Dr. Shelley Taylor, da Universidade
da Califórnia, em Los Angeles, começou a explorar se os adultos mais velhos decidiam
sobre se um estranho era de confiança ou não de forma diferente dos adultos
mais jovens. Fotografias de faces selecionadas por inspirarem confiança, serem
neutras ou por não inspirarem confiança foram mostradas a 119 adultos mais
velhos (entre os 55 e 84 anos) e a 24 adultos jovens (dos 20 a 42anos). Os
participantes foram solicitados a classificar cada rosto como confiável ou quanto
se aproximava de o ser. Os cientistas também usaram a ressonância magnética
funcional para examinar a atividade cerebral.
Faces neutras e rostos com pistas evidentes de “confiabilidade”
foram classificados de forma semelhante em ambos os grupos. No entanto, os
adultos mais velhos foram significativamente mais propensos a classificar
rostos “não confiáveis” como “confiáveis” do que os mais jovens.
As ressonâncias magnéticas funcionais também revelaram
diferenças significativas entre os grupos de idade. Uma área do cérebro
associada a "sentimentos viscerais" tornou-se mais ativa nas pessoas
mais jovens com a visão de um rosto não confiável. Pelo contrário os sujeitos
idosos mostraram pouca ou nenhuma ativação nesta área. Mais estudos serão
necessários para entender o porquê.
A confiança equivocada, sem questionamento, pode ter consequências
terríveis, especialmente quando se trata de fraude financeira. “Os adultos mais
velhos parecem ser particularmente vulneráveis às solicitações interpessoais, e
a sua sensibilidade reduzida a estímulos relacionados com a confiança em
desconhecidos pode estar parcialmente subjacente a esta vulnerabilidade",
diz Taylor.
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