Entrevista com:
Dr. Hugo Silva Pinto
P.: A acupunctura tradicional já
se vê bastante difundida na nossa população. O que nos dá de novo, em termos de
princípios, a acupunctura médica contemporânea?
A acupunctura contemporânea
aborda o doente numa ótica anatomo-funcional. Isto é, com base num conhecimento
neuro-anatómico e biomecânico precisos, é possível fazer uma integração entre
os padrões de distribuição de dor e disfunção apresentados pelo doente, e a
localização primária do problema.
P.: Como isso se traduz em
benefícios efectivos desta técnica comparativamente à da medicina tradicional
chinesa?
A MTC tem grandes vantagens
como terapia pois estamos a puncturar na mesma, apesar de ser dum modo de
punctura mais superficial e muitas vezes o objectivo não ser tratar os músculos
ou nervos, mas sim o desequilíbrio na circulação do Chi nos meridianos que são
superficiais. A nossa abordagem para patologia miofascial ou neuro-muscular ou
musculo-esquelética, é muito mais vantajosa pois o nosso objectivo é, como
referi, avaliar a musculatura, o tecido miofascial, os nervos periféricos e o
seu estado de integração e funcionamento, tratando essas patologias de acordo
com essa avaliação.
P.: Que lugar ocupa esta técnica
num processo de reabilitação física? Esta serve como tratamento só por si ou
deverá ser englobada num plano de tratamento em conjunto com outras técnicas?
Esta abordagem devia ser
ensinada nas faculdades de medicina e de fisioterapia pois não só é
extremamente útil como uma técnica complementar ou adjuvante de tratamento, mas
também como método diagnóstico de envolvimento neurológico e muscular. Esta
abordagem permite-nos avaliar as patologias músculo-esqueléticas dum modo muito
mais eficaz pois para além dos testes de avaliação e diagnósticos musculares
que já realizamos, com a acupunctura e Electroacupunctura, podemos confirmar se
aqueles músculos especificamente são os envolvidos nas disfunções que os
doentes nos apresentam e pelas quais recorrem às nossas consultas.
P.: Para terminar, algum novo
projecto de investigação na calha? Ou sugestão de temas que pensa serem
interessantes investigar no futuro?
Felizmente muitos. Para o
nosso curso de pós graduação lecionado em Braga estabelecemos uma parceria de
trabalho com o departamento de neurociências da faculdade de medicina da
Universidade do Minho. Esta relação pretende abrir portas a projetos de
investigação futuros, a serem realizados em ratos e em humanos nesta tão
promissora área.
Hugo Silva Pinto
Médico de Medicina Desportiva,
Cédula Profissional 41144
Competência Acupunctura pela O.M. Portuguesa e pela B.M.A.S.
Competência Acupunctura pela O.M. Portuguesa e pela B.M.A.S.
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