Na população geral, a incidência de artrose
glenoumeral (AGU) é 5-17 %. O tratamento padrão para a AGU é a artroplastia
total do ombro (ATO), mas para os pacientes mais jovens, o desgaste do material
pode levar a um ombro disfuncional, pelo que apenas 10% das ATO são realizados
em pacientes com 55 anos ou menos.
Devido a esta falta de sucesso da ATO
em pacientes jovens, têm sido desenvolvidos processos de artroscopia mais
complexos, como forma de retardar a ATO. Um dos procedimentos mais recentes engloba
vários componentes:
- A. desbridamento de tecido cicatricial e osteocondral,
- B. Sinovectomia,
- C. osteoplastia umeral inferior,
- D. Libertação capsular,
- E. descompressão do nervo axilar e
- F. tenodese da cabeça longa do bicípite.
Este procedimento é usado para restaurar
a estabilidade articular, diminuir a dor, melhorar a amplitude de movimento e
retardar a necessidade de artroplastia em pacientes jovens e ativos.
Até o momento não existem estudos
sobre a reabilitação após um procedimento deste género.
O objetivo principal deste estudo de
caso é descrever o tratamento de uma mulher de meia-idade com AGU sujeita a
este novo procedimento cirúrgico.
Apresentação de caso clínico
- Mulher, 46 anos, com história de dor no ombro esquerdo há 5 anos, que não respondeu favoravelmente a injeções ou desbridamento artroscópico.
- A paciente fazia esqui aquático e culturismo profissional. Queixava-se de rigidez e dor na face lateral e posterior do braço.
- O exame revelou 10° de rotação externa ativa, 30° de abdução ativa, e 110º de flexão. Movimentos acessórios da glenoumeral revelaram crepitação e hipomobilidade significativa tanto em direcção inferior como posterior.
- O exame sugeria AGU e, devido a uma tentativa prévio de reabilitação falhada e à gravidade da restrição articular, a paciente foi encaminhada para um ortopedista.
- As radiografias mostraram a presença
de osteoartrose grau IV incluindo um grande osteófito, a perda severa de espaço
articular, e perda de congruência articular.
- Depois da avaliação clínica e dos exames de imagem, concluiu-se que a melhor opção seria a intervenção cirúrgica descrita acima.
Tratamento pós cirurgia
A paciente foi atendida na
fisioterapia um total de 44 vezes ao longo de oito semanas antes de voltar para
casa para terminar a sua reabilitação.
Resultados
Conclusão
Ainda não foi determinado o
tratamento ideal para a artrose glenoumeral em pacientes jovens e de meia-idade.
O fisioterapeuta deve ser capaz de avaliar o paciente e reconhecer quando é
apropriado encaminhar para ortopedia.
Através da realização de um exame
físico e da avaliação de imagens radiográficas, a necessidade de cirurgia pode
ser determinada. Em pacientes jovens e de meia-idade com AGU, o procedimento cirúrgico descrito neste estudo pode ser um método eficaz para tratar a condição do
paciente, pois elimina os blocos ósseos e aborda geradores de dor comuns na
glenoumeral.
A reabilitação intensiva enfatiza as
mobilizações articulares logo no pós-operatório para evitar aderências
capsulares, preservar ou restituir a mobilidade capsular, e promover o
alongamento plástico dos tecidos moles encurtados.
Hagen ND, Olson T, Millett P. Comprehensive post-arthroscopic management of a middle-aged adult with glenohumeral osteoarthritis: a case report. Int J Sports Phys Ther. 2013 Feb;8(1):54-61.
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