Se está a cuidar de um sobrevivente de AVC, pode ter uma
série de perguntas sobre se o seu ente querido irá recuperar e quais vão ser as
suas necessidades nos meses e anos vindouros.
Primeiros passos para os cuidadores
Nas primeiras semanas após um acidente vascular cerebral, terá muito a aprender e a avaliar, de forma a definir como serão as coisas
daí em diante.
Eduque-se. Um dos
maiores obstáculos para os cuidadores é o conhecimento. Aproveite todas as
oportunidades para aprender sobre a doença e o prognóstico. Participe em grupos
ou programas de apoio que existam no hospital. Converse com a equipa de saúde
sobre como será o processo de reabilitação.
Ter consciência do caminho que tem pela frente irá ajuda-lo
a controlar receios infundados e a transmitir mais confiança ao seu familiar,
para que ele consiga aplicar-se a 100% na recuperação.
Avalie as suas finanças.
Apesar de em Portugal as despesas hospitalares serem comparticipadas quase na
totalidade, antes da alta hospitalar há que decidir se o mais indicado é ser
encaminhado para uma unidade da Rede Nacional de Cuidados Continuados
Integrados ou vir para casa com acompanhamento de equipas domiciliares. Existem
frequentemente associações que também fazem trabalho de assistência na higiene e
alimentação deste tipo de pacientes em casa, regra geral os custos variam em
função dos rendimentos. No entanto, adaptações da casa, mobiliário adequado e todos
os cuidados de fisioterapia, terapia ocupacional ou terapia de fala no domicílio
dificilmente são comparticipados.
Participe do programade reabilitação. Participe em algumas sessões de fisioterapia para que possa
apoiar o seu familiar durante a recuperação. Incentive o paciente a praticar
novas habilidades, nem “saltar” sempre para ajudar. Não faça demais, seja
solidário, e permita que o paciente faça as coisas por si mesmo. Mesmo pequenas
realizações vão ajudar o seu ente querido a tornar-se mais auto-suficiente e
confiante.
Lembre-se que você não pode fazer tudo. Tente ser realista
consigo próprio acerca daquilo que pode suportar e daquilo com o que pode vir a
precisar de ajuda.
Voltar a casa após um AVC
Considere a segurança.
Pergunte ao fisioterapeuta/terapeuta ocupacional, se precisa fazer alguma coisa
para tornar a casa mais segura. Pode precisar mover o quarto para outro andar
para evitar escadas, livrar-se de tapetes para ajudar a prevenir quedas, ou
colocar barras de apoio e assentos na sanita e chuveiro.
Esteja preparado para
mudanças de comportamento ou de humor. Há uma série de emoções que surgem na
sequência de um acidente vascular cerebral. Não ajuda dizer ao seu ente querido
que sabe como ele se sente, porque na realidade você não tem como saber. Em vez
disso, ofereça o seu amor, paciência e apoio. Pode ser difícil ver um ente
querido sofrer, mas sentir dor/tristeza é uma das fases que é necessário ultrapassar
no processo de aceitar a vida após um acidente vascular cerebral.
Esteja atento a
sinais de depressão. 30% a 50% dos sobrevivente de AVC são afectados pela
depressão. A depressão pode interferir com a recuperação. Peça ao seu médico que
indique sinais/sintomas a que deve estar atento.
Conhecer os fatores
de risco para um segundo AVC. Existe um risco mais elevado para um segundo
acidente vascular cerebral, por isso é importante ajudar a minimizar esse
risco. Prepare refeições saudáveis, baixo teor de gordura, incentive o
exercício, torne a sua casa numa zona livre de fumo, e certifique-se que o seu
familiar toma os medicamentos prescritos e vai às consultas médicas marcadas.
Cuide de si mesmo
Procure a ajuda de
fontes externas. Obter ajuda externa pode fazer toda a diferença na sua
capacidade de equilibrar a sua vida e as necessidades do seu ente querido. Outros
membros da família ou amigos podem ser capazes de facilitar os cuidados por
algumas horas por semana, ou pode querer considerar a contratação de um
prestador de cuidados.
Não se "esgote". Se deixar que isso aconteça não irá conseguir fornecer ao paciente o amor e
a ajuda que lhe pretende dar. Não é egoísta ter tempo para suas necessidades -
é essencial e benéfico, tanto para você como para o paciente.
Seja paciente consigo, ninguém é um cuidador perfeito e você
nunca fez isto antes, logo, terá muito a aprender.
Lembre-se que você tem o direito ao seu próprio tempo e
atividades. Estudos mostram que os cuidadores também estão em risco para
a depressão, especialmente se o sobrevivente de AVC tem demência. A depressão
responde bem ao tratamento, então fale com o seu médico se acha que pode estar
deprimido.
Lembre-se de rir. Humor pode ser a sua melhor defesa contra
situações e sentimentos difíceis. Você está A carregar uma carga pesada e
merece rir e sentir alegria, por isso é importante manter-se aberto para as
coisas boas que a vida tem para oferecer.
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