O pé pendente resulta da fraqueza dos
músculos que fazem a flexão
dorsal do pé (movimento de puxar a ponta do pé para si). Como resultado, a ponta do pé fica sempre
inclinada para baixo, provocando um padrão de marcha anormal.
O uso do termo pé pendente pode fazê-lo
parecer uma condição
bastante simples. Mas na verdade não o é, o pé
pendente pode ser uma consequência
da lesão aos músculos dorsiflexores, de lesões dos nervos periféricos, de um acidente vascular cerebral, de traumatismos crânio-encefálicos e até mesmo da
diabetes.
O pé pendente é mais comum
no sexo masculino. No entanto, ambos os pés são igualmente propensos a desenvolver o
problema. Algumas formas de pé pendente ocorrem
em pessoas de meia-idade, após terem colocado essa área do corpo sobre grande pressão
durante a prática de atletismo. Cirurgias ao joelho ou na perna podem levar a danos nos nervos que,
depois, levam ao
desenvolvimento do pé
pendente (cerca de 0,3-4% das próteses totais do joelho desenvolvem pé
pendente). Das pessoas que se submetem a cirurgia na tíbia (um osso da perna), 3-13% experienciam pé
pendente.
Algumas das lesões neurais que
podem provocar pé pendente incluem: esclerose lateral amiotrófica, síndrome
pos-poliomielite, lesões das raízes nervosas lombares e tumores cerebrais ou
medulares.
Sinais e sintomas/ Diagnóstico
A função anormal dos músculos provoca um padrão de marcha característico. Para evitar que os dedos arrastem pelo chão algumas
pessoas elevam exageradamente a anca e balançam a perna demasiado para a
frente. Depois de conseguirem apoiar o calcanhar, a ponta do pé tem tendência a
bater de forma descontrola no chão.
O diagnóstico baseia-se na aparência
visual do comportamento
alterado do pé. Análises de sangue podem ser pedidas para determinar se se trata de uma causa metabólica, como diabetes, alcoolismo, ou de uma toxina.
Uma electromiografia pode
ser útil na distinção
entre os diferentes tipos de dano do nervo que pode ser responsável pelo pé pendente.
Tratamento
O tratamento difere consoante a sua origem. Se o
pé pendente tiver sido originado por uma lesão nervosa periférica ou por uma
lesão muscular, as técnicas mais utilizadas são:
- Cirurgia, para libertar o trajecto nervoso, no caso de entrapment (pinçamento) do nervo, ou para reconstrução de um músculo lesado.
- Mobilização do sistema nervoso periférico, para melhoria do fluxo de informação neural que passa através dos ramos nervosos.
- Fortalecimento muscular progressivo dos flexores dorsais do pé
- Electro-estimulação neuromuscular dos músculos responsáveis pela flexão dorsal do pé pode ser benéfica.
Se o pé pendente tiver sido originado por uma
lesão nervosa central, as técnicas mais utilizadas são:
- Utilização de uma tala, para manter o tornozelo numa posição neutra durante a marcha.
- Electro-estimulação funcional, é um aparelho de estimulação eléctrica do músculo que associa os impulsos ao padrão de marcha do seu utilizador.
Exercícios terapêuticos para o pé pendente
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação do pé
pendente. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Flexão/extensão do pé
Deitado, com o
calcanhar fora da cama, puxe a ponta do pé e dedos para si, depois empurre pé e
dedos para baixo.
Repita entre 15 e 30 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Propriocepção do tornozelo
Em pé, apoiado na perna lesada e com esse joelho ligeiramente dobrado.
Tente manter o equilíbrio sem apoiar os braços e olhando em frente. Mantenha
esta posição entre 15 a 30 segundos.
Repita entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Antes de iniciar estes exercícios você deve
sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.
Chae J, Sheffler L, Knutson J. Neuromuscular electrical stimulation for
motor restoration in hemiplegia. Top Stroke Rehabil. 2008 Sep-Oct;15(5):412-26.
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neurophysiology in the diagnosis of peroneal nerve palsy. Keio J Med. 2008
Jun;57(2):84-9.
3 comentários:
Muito obrigada,realmente e uma informação importante.
Muito obrigada,realmente e uma informação importante.
Contêm aqui muita informação que me habituei a ouvir há muitos anos atrás. Sofro de pé pendente desde aproximadamente os 8 anos de idade, fui muitas vezes examinado, contudo nunca me foi diagnostica a causa da minha atrofia.
Pergunto, agora que tenho 42 anos será ainda viável tentar recuperar algum movimento no meu pé?
Agradeço desde já a quem se interessar por este caso.
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