Uma meniscectomia artroscópica é um procedimento para remover parte ou a totalidade de um menisco da articulação tibio-femoral do joelho através de cirurgia artroscópica.
Numa meniscectomia completa o menisco é totalmente removido, enquanto a meniscectomia parcial envolve apenas a remoção parcial do menisco.
Este procedimento é minimamente invasivo, feito muitas vezes em regime ambulatório, em clínicas e hospitais de dia.
Indicação para este procedimento
Este procedimento é realizado quando a rutura do menisco é demasiado grande para ser corrigida por uma reparação cirúrgica do mesmo.
Apresentação Clínica
- Sensibilidade e derrame na interlinha articular do joelho.
- Os sintomas são frequentemente agravados pela flexão e pela carga sobre o joelho (atividades como colocar-se de cócoras e de joelhos são mal toleradas)
- Queixas do joelho "estalar", "prender" ou "bloquear" e "falhar" são comuns.
- Joelho instável
Testes de Diagnóstico
Sensibilidade e derrame na interlinha articular do joelho são descritos como os sinais clínicos mais comuns neste tipo de lesões.
Adicionalmente deve proceder-se aos seguintes testes:
A ressonância magnética deve ser requisitada para confirmação do diagnóstico e identificação do grau da lesão antes da cirurgia. O principal desafio para a RM é a avaliação das superfícies meniscais. Sinais de ressonância magnética de achados anormais incluem:
- Grau I: degeneração central, discreta - uma lesão intrameniscal de aumento de sinal, sem conexão à superfície articular
- Grau II: degeneração central extensa - uma maior área intrameniscal de aumento da intensidade do sinal, mais uma vez sem ligação à superfície articular.
- Grau III: Rutura meniscal - aumento da intensidade do sinal intrameniscal com rompimento do contorno da superfície articular. Pode estar associada com o deslocamento dos fragmentos do menisco.
- Grau IV: Rutura meniscal complexa - interrupção múltipla de superfícies meniscais
Pós-Operatório
O objetivo da reabilitação é restaurar a função do paciente com base nas necessidades individuais. É importante considerar:
- O tipo de procedimento cirúrgico
- O protocolo de pós-cirúrgico determinado pelo cirurgião
- O menisco que foi reparado
- O tipo de lesão meniscal
- O estado pré-operatório do joelho (incluindo o tempo entre a lesão e a cirurgia e a presença de patologia prévia do joelho)
- A diminuição da amplitude de movimento e força
- A idade do paciente
- As expectativas e motivações funcionais e/ou desportivas do paciente
Visão geral de reabilitação
- Controlar a dor, inchaço e inflamação usando: crioterapia, analgaesics, anti-inflamatórios não-esteróides.
- À medida que a reabilitação progride, pode ser necessário o uso continuado de terapêuticas para controlar a dor e inchaço residual.
- Restaurar a amplitude de movimento através de exercícios dentro dos limites que o cirurgião especificou
- Se tiver sido realizada uma reparação do menisco a flexão extrema e a rotação devem ser limitadas até que a lesão no menisco tenha tido tempo para cicatrizar (8 a 12 semanas).
- Restaurar a função muscular através de exercícios de fortalecimento específicos (ver aqui)
- Otimizar a coordenação neuromuscular proprioceptiva.
Considerações adicionais
- Carga completa ou pelo menos parcial devem ser conseguidas logo após a cirurgia.
- Exercícios de amplitude de movimento passivo e ativo devem iniciar imediatamente após a cirurgia, assim como exercícios de fortalecimento do quadricípite
- Muletas são geralmente necessárias durante 2-5 dias, até que o paciente seja capaz de colocar a totalidade do peso do seu corpo sobre o joelho sem desconforto significativo
- O retorno às atividades diárias sem limitação dá-se geralmente em 4-6 semanas
- Os atletas podem retornar às atividades desportivas sem limitação completo quando o resistência muscular do quadricípite estiver restabelecida e a amplitude de movimento for completa e sem dor
- O uso de electroestimulação com biofeedback é considerado um tratamento eficaz na melhoria da força muscular do quadricípite após a meniscectomia por artroscopia
Veja ainda a entrevista com o Prof. Doutor José Carlos Noronha, Doutorado pela Universidade do Porto – título da tese “Isometria na Reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior”
Autor de 3 livros e 1 CD-Rom sobre lesões ligamentares do joelhoCirurgião da equipa principal de futebol do Futebol Clube do Porto e Ortopedista no Hospital da Trindade.
Meserve BB, Cleland JA, Boucher TR. A meta-analysis examining clinical test utilities for assessing meniscal injury. Clin Rehabil. 2008;22(2):143-161.
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