domingo, 20 de novembro de 2016

Terapias baseadas em realidade virtual na recuperação aguda pós-AVC – estudo de caso clínico

O Acidente Vascular Cerebral continua a ser uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo. Após a lesão a capacidade de neuroplasticidade é a única adaptação estrutural e funcional do sistema nervoso à mudança.

A terapia baseada em realidade virtual facilita o processo de neuroplasticidade, criando um ambiente estimulante, favorável ao desenvolvimento de mais, e mais eficazes, sinapses. 

Isto acontece através da produção de movimentos e tarefas de alta intensidade, ativos, repetitivos e orientados, que utilizam os princípios da aprendizagem motora.

Apresentação de caso clínico


Mulher, 65 anos, internada na unidade de acidente vascular cerebral, com início súbito de fraqueza, com um dia de duração, dos membros inferior e superior direito. Tinha associada uma marcha instável.

A paciente tinha história de hipertensão, com medicação adequada. Não apresentava défices cognitivos, de fala ou sensoriais significativos.

A força muscular na admissão foi de 4/5 para os movimentos do ombro, cotovelo, punho, anca, joelho e tornozelo direitos e 5/5 para os esquerdos. Foi observada assimetria do membro superior direito.

A tomografia computadorizada no dia da admissão mostrou enfartes lacunares nos núcleos lentiformes bilaterais, cápsulas externas e centro semioval esquerdo.

A paciente foi diagnosticada com acidente vascular cerebral isquémico e começou com clopidogrel.

Tratamento


A paciente foi transferida para o departamento de medicina de reabilitação no 5º dia pós-AVC.

Aqui participou num breve ensaio clínico de terapia ocupacional e fisioterapia combinados com terapia baseada em realidade virtual.

Esta terapia envolveu software especialmente desenvolvido pela Multi-plAtform Game Innovation Centre (MAGIC) que simulava o movimento de trazer alimentos para a boca com o braço afetado, incentivando assim flexão do cotovelo e extensão do membro superior.

Os tratamentos foram realizados diariamente por um dos autores usando um computador portátil. O paciente interagiu com o programa através de unidades de medida inercial, presas ao braço e punho afetados que detetaram deslocamentos do ângulo da articulação do cotovelo e trajetórias do antebraço.

Em nenhum momento durante o ensaio o paciente foi tratado com agentes neurofarmacológicos que facilitassem a recuperação do AVC.

Resultados


Samuel GSChoo MChan WY, Kok SNg YS. The use of virtual reality-based therapy to augment poststroke upper limb recovery. Singapore Med J. 2015 Jul;56(7):e127-30.


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