O Acidente Vascular Cerebral continua a ser uma das
principais causas de incapacidade em todo o mundo. Após a lesão a capacidade de
neuroplasticidade é a única adaptação estrutural e funcional do sistema nervoso
à mudança.
A terapia baseada em realidade virtual facilita o processo
de neuroplasticidade, criando um ambiente estimulante, favorável ao
desenvolvimento de mais, e mais eficazes, sinapses.
Isto acontece através da produção de movimentos e tarefas de alta intensidade, ativos, repetitivos e orientados, que utilizam os princípios da aprendizagem motora.
Isto acontece através da produção de movimentos e tarefas de alta intensidade, ativos, repetitivos e orientados, que utilizam os princípios da aprendizagem motora.
Apresentação de caso clínico
Mulher, 65 anos, internada na unidade de acidente vascular cerebral,
com início súbito de fraqueza, com um dia de duração, dos membros inferior e
superior direito. Tinha associada uma marcha instável.
A paciente tinha história de hipertensão, com medicação
adequada. Não apresentava défices cognitivos, de fala ou sensoriais
significativos.
A força muscular na admissão foi de 4/5 para os movimentos
do ombro, cotovelo, punho, anca, joelho e tornozelo direitos e 5/5 para os
esquerdos. Foi observada assimetria do membro superior direito.
A tomografia computadorizada no dia da admissão mostrou
enfartes lacunares nos núcleos lentiformes bilaterais, cápsulas externas e centro
semioval esquerdo.
A paciente foi diagnosticada com acidente vascular cerebral isquémico
e começou com clopidogrel.
Tratamento
A paciente foi transferida para o departamento de medicina
de reabilitação no 5º dia pós-AVC.
Aqui participou num breve ensaio clínico de terapia
ocupacional e fisioterapia combinados com terapia baseada em realidade virtual.
Esta terapia envolveu software especialmente desenvolvido
pela Multi-plAtform Game Innovation Centre
(MAGIC) que simulava o movimento de trazer alimentos para a boca com o
braço afetado, incentivando assim flexão do cotovelo e extensão do membro
superior.
Os tratamentos foram realizados diariamente por um dos
autores usando um computador portátil. O paciente interagiu com o programa
através de unidades de medida inercial, presas ao braço e punho afetados que detetaram
deslocamentos do ângulo da articulação do cotovelo e trajetórias do antebraço.
Em nenhum momento durante o ensaio o paciente foi tratado
com agentes neurofarmacológicos que facilitassem a recuperação do AVC.
Resultados
Samuel GS, Choo M, Chan WY, Kok S, Ng YS. The use of virtual reality-based therapy to augment poststroke upper limb recovery. Singapore Med J. 2015 Jul;56(7):e127-30.
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