terça-feira, 9 de abril de 2013

Bursite do olecrâneo, na face posterior do cotovelo


A bursite é a inflamação de uma bolsa (um fino saco de líquido sinovial). Estas bolsas estão localizadas nos pontos de fricção, especialmente onde há tendões ou músculos que passam por cima do osso, e têm como principal função diminuir o atrito entre estas estruturas. Embora uma bolsa geralmente contenha muito pouco líquido, no caso de se lesionar pode inflamar e encher-se de líquido, causando a bursite.
A bursite do olecrâneo consiste na inflamação da bolsa que fica entre a pele e a extremidade óssea pontiaguda na parte de trás do cotovelo, chamada olecrâneo. Devido a estar num local tão exposto esta bolsa é frequentemente sujeita a traumatismos, causados pela pressão mantida do cotovelo sobre uma mesa, durante a escrita ou a leitura, ou por uma queda sobre uma superfície dura. Esta condição também se poderá desenvolver devido a um problema prévio de artrite reumatóide ou gota.
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Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • O inchaço é frequentemente o primeiro sintoma. Como na parte de trás do cotovelo a pele é mais solta, pequenos inchaços podem não ser notados de imediato.
  • Se o inchaço persistir e aumentar, a bolsa começa a distender-se, o que provoca pressão e dor. A dor geralmente piora com a flexão ou com a pressão directa sobre o cotovelo
  • O inchaço poderá crescer o suficiente para restringir o movimento do cotovelo.
  • Devido ao processo inflamatório, a pele na região do cotovelo pode ficar vermelha e quente.

O diagnóstico de uma bursite do olecrâneo é elaborado com base nos sintomas, na história clínica e no exame físico ao doente. Geralmente o seu médico pedirá raio-X para descartar fracturas do olecrâneo ou a presença de esporões ósseos. Se houver história de traumatismo, com infecção associada, esta pode espalhar-se a outras partes do braço ou transferir-se para a corrente sanguínea, o que poderá causar uma doença grave. 
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Tratamento

       A maioria dos pacientes com bursite do olecrâneo reage bem ao tratamento com fisioterapia. O tratamento, no caso de ser uma lesão aguda, tem como objectivo inicial controlar os sinais inflamatórios, através de:
Descanso: Evite actividades que coloquem pressão sobre o cotovelo ou que obriguem a uma flexão mantida desta articulação.
Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
Compressão: poderá utilizar uma cotoveleira compressiva para reduzir o inchaço.
Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como o paracetamol são geralmente úteis. Ocasionalmente, analgésicos mais fortes podem ser necessários. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.
Plano de exercícios terapêuticos para melhorar a flexibilidade e preservar a força muscular.
Se após 3-4 semanas o inchaço e a dor não diminuírem, o seu médico pode recomendar-lhe a remoção de líquido da bolsa, através de uma agulha e infiltração de cortico-esteróides directamente na bolsa. Estas geralmente funcionam bem para aliviar a dor e inchaço, no entanto, os sintomas poderão voltar.
Se o médico suspeitar que a bursite é causada por uma infecção os cortico-esteróides estão contra-indicados. Deverá ser removido líquido em excesso da bolsa através de uma agulha. A remoção de fluido ajudará a aliviar os sintomas e dará uma amostra para ser analisada em laboratório, de forma a identificar o tipo de infecção. Isso permite ao seu médico saber se é necessário algum antibiótico específico para combater a infecção.

Exercícios terapêuticos para a bursite do olecrâneo

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma bursite do olecrâneo. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.


Alongamento do tricípite
Em pé ou sentado, com as costas e pescoço alinhados. Cruze o braço atrás da cabeça e com o outro braço puxe o cotovelo para dentro e para baixo. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.


  

 


Mobilização do cotovelo
Em pé, com os braços ao longo do corpo. Dobre o mais possível os cotovelos. Retorne lentamente à posição inicial.
Repita entre 15 a 30 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma. 



Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.


3 comentários:

Catarina Mendonça Fabiana disse...

Boa noite.
Saberá dizer-me quais os testes de despiste de bursite no cotovelo que poderei aplicar?
Muito obrigada

João Maia disse...

Olá Catarina,

Estou a preparar os artigos sobre diagnóstico em fisioterapia, espero publicar em breve, vá acompanhando as novidades!

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João Maia

Print8Play disse...

Olá, João! Tenho extesão incompleta do cotovelo desde o nascimento, é possível algum tratamento? Obrigado. Gustavo 11 9.5773-9233

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