A bursite é a inflamação de uma bolsa
(um fino saco de líquido sinovial). Estas bolsas
estão localizadas nos pontos de fricção, especialmente onde há tendões ou músculos
que passam por cima do osso, e têm como principal função diminuir o atrito
entre estas estruturas. Embora uma bolsa geralmente contenha muito pouco
líquido, no caso de se lesionar pode inflamar e encher-se de líquido, causando
a bursite.
A bursite do olecrâneo consiste
na inflamação da bolsa que fica entre a pele e a
extremidade óssea pontiaguda na parte de trás do
cotovelo, chamada olecrâneo. Devido
a estar num local tão exposto esta bolsa é frequentemente sujeita a traumatismos, causados pela pressão mantida do cotovelo sobre
uma mesa, durante a escrita ou a leitura, ou por uma queda sobre uma
superfície dura. Esta condição também se poderá desenvolver devido a um
problema prévio de artrite reumatóide ou gota.
Sinais e sintomas/ Diagnóstico
- O inchaço é frequentemente o primeiro sintoma. Como na parte de trás do cotovelo a pele é mais solta, pequenos inchaços podem não ser notados de imediato.
- Se o inchaço persistir e aumentar, a bolsa começa a distender-se, o que provoca pressão e dor. A dor geralmente piora com a flexão ou com a pressão directa sobre o cotovelo.
- O inchaço poderá crescer o suficiente para restringir o movimento do cotovelo.
- Devido ao processo inflamatório, a pele na região do cotovelo pode ficar vermelha e quente.
O diagnóstico de uma bursite do olecrâneo é elaborado
com base nos sintomas, na
história clínica e no exame físico ao doente. Geralmente o seu médico pedirá raio-X para descartar fracturas do olecrâneo
ou a presença de esporões ósseos. Se houver história de traumatismo, com infecção associada, esta pode espalhar-se a outras partes do braço ou
transferir-se para a corrente sanguínea, o que poderá causar uma doença grave.
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Tratamento
A maioria dos pacientes com bursite do olecrâneo reage bem ao tratamento com fisioterapia. O tratamento, no caso de ser
uma lesão aguda, tem como objectivo inicial controlar os sinais inflamatórios,
através de:
Descanso: Evite actividades
que coloquem pressão sobre o cotovelo ou que obriguem a uma flexão mantida
desta articulação.
Gelo: Aplique uma
compressa de gelo na área lesada,
colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
Compressão: poderá utilizar uma cotoveleira compressiva
para reduzir o inchaço.
Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como
o paracetamol são geralmente úteis. Ocasionalmente, analgésicos mais fortes
podem ser necessários. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o
diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.
Plano de exercícios terapêuticos para melhorar a flexibilidade e preservar
a força muscular.
Se após 3-4 semanas
o inchaço e a dor não diminuírem, o seu médico pode recomendar-lhe a remoção de
líquido da bolsa, através de uma agulha e infiltração de cortico-esteróides
directamente na bolsa. Estas geralmente funcionam bem para aliviar a dor e
inchaço, no entanto, os sintomas poderão voltar.
Se o médico suspeitar que a bursite é causada
por uma infecção os cortico-esteróides estão contra-indicados. Deverá
ser removido líquido em
excesso da bolsa através de uma agulha. A
remoção de fluido ajudará a aliviar os sintomas e dará uma amostra para ser analisada em
laboratório, de forma a identificar o tipo
de infecção. Isso permite ao seu médico saber se é necessário algum antibiótico específico
para combater a infecção.
Exercícios terapêuticos para a bursite do olecrâneo
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma bursite
do olecrâneo. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Alongamento
do tricípite
Em pé ou sentado, com as costas e pescoço
alinhados. Cruze o braço atrás da cabeça e com o outro braço puxe o cotovelo
para dentro e para baixo. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Mobilização do cotovelo
Em pé, com os braços ao longo do corpo. Dobre o mais possível os
cotovelos. Retorne lentamente à posição inicial.
Repita entre 15 a 30 vezes, desde
que não desperte nenhum sintoma.
Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre
aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.
3 comentários:
Boa noite.
Saberá dizer-me quais os testes de despiste de bursite no cotovelo que poderei aplicar?
Muito obrigada
Olá Catarina,
Estou a preparar os artigos sobre diagnóstico em fisioterapia, espero publicar em breve, vá acompanhando as novidades!
At
João Maia
Olá, João! Tenho extesão incompleta do cotovelo desde o nascimento, é possível algum tratamento? Obrigado. Gustavo 11 9.5773-9233
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