segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC)


O termo Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é geralmente utilizado para descrever a obstrução do fluxo aéreo devido à bronquite crónica, enfisema, ou ambos.
Crónica: persistente.
Bronquite: inflamação dos brônquios (as vias respiratórias dos pulmões).
Enfisema: lesão nas vias aéreas menores e sacos aéreos (alvéolos) dos pulmões.
Pulmonar: que afecta os pulmões.
A bronquite crónica e o enfisema podem causar obstrução (estreitamento) das vias aéreas, e geralmente ocorrem em conjunto.
Fumar é, destacadamente, a principal causa de surgimento de DPOC. A mucosa das vias respiratórias fica inflamada e danificado pelo fumo. Cerca de 3 em cada 20 pessoas que fumam um maço de cigarros (20 cigarros) por dia, e 1 em cada 4 fumadores de 2 maços por dia, desenvolvem DPOC se continuarem a fumar. Para qualquer fumador, as hipóteses de desenvolver DPOC está entre 1 em 10 e 1 em 4.
A poluição do ar no trabalho e em determinadas zonas podem causar alguns casos de DPOC, ou agravar a doença. O efeito combinado da exposição profissional a poluentes atmosféricos e fumar aumenta as hipóteses de desenvolver DPOC.
Um pequeno número de pessoas que têm um risco genético (hereditário) da DPOC, devido a deficiências de proteína muito raros que podem levar a doenças do fígado, pulmão e sangue. (Esta condição é chamada de deficiência de alfa-1-antitripsina). Representa menos de 1 em cada 100 casos de DPOC.
Pessoas que nunca fumaram raramente desenvolvem a DPOC. (tabagismo passivo continua, no entanto, uma causa potencial.) A DPOC afecta principalmente pessoas com mais de 40 anos e torna-se mais comum com o aumento da idade. A idade média do diagnóstico é aos 67 anos, e é mais comum em homens do que mulheres.
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Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Tosse: é normalmente o primeiro sintoma a aparecer. É produtiva com expectoração (catarro). Tende a ser intermitente de inicio, tornando-se gradualmente mais persistente.
  • Falta de ar (dispneia): pode ocorrer associada a chiadeira. De inicio apenas com a actividade, como por exemplo, quando sobe escadas. Estes sintomas tendem a se tornar progressivamente pior ao longo dos anos, especialmente se continuar a fumar.
  • Expectoração: as vias aéreas danificadas podem produzir muito mais muco que o normal.
  • Infecções nos pulmões são mais comuns se tiver DPOC. Chiadeira com tosse e falta de ar pode tornar-se pior do que o habitual nestes casos. Catarro geralmente fica amarelo ou verde durante uma infecção no pulmão. Infecção pulmonar pode ser causada por bactérias ou vírus.
  • Dor no peito e tosse com sangue (hemoptise) não são características comuns da DPOC. É possível ter um pouco de sangue no catarro quando tem uma infecção no pulmão. No entanto, dor no peito, sangue no catarro ou tosse com sangue , devem sempre ser relatados ao médico, devendo ser descartadas outras condições (como angina, ataque cardíaco ou cancro do pulmão).

O relato detalhado da sua história clínica (sintomas) e o exame físico irão ajudar o médico no diagnóstico de uma DPOC. Um exame do peito pode ser normal em pacientes com DPOC leve ou moderada. Usando um estetoscópio, o médico pode encontrar sinais de uma infecção no peito. O tórax também pode mostrar sinais de estar hiperinsuflado. Isto ocorre porque as vias aéreas estão obstruídas e, assim como é difícil para o ar entrar também é difícil para sair.
O teste mais comum usado para ajudar a diagnosticar a doença é chamado de espirometria. Este teste dá uma estimativa dos volumes pulmonares medindo a quantidade de ar que pode expelir de uma só vez para uma máquina que fará a medição.
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Tratamento

                A opção terapêutica irá depender da gravidade da obstrução e da duração do problema. É importante notar que não existe nenhum tratamento que cure a doença, apenas aliviam os sintomas e reduzem os períodos de inflamação mais activa. A melhor abordagem terapêutica para a DPOC é deixar de fumar, na maioria dos casos de DPOC leve a moderada isto é o suficiente para os sintomas desaparecerem por completo.
Na Fase I (obstrução leve):
Deve proceder-se a uma redução de factores de risco (deixar de fumar, tomar a vacina da gripe);
Broncodilatadores de curta acção: Quando necessário, um inalador com um medicamento broncodilatador é muitas vezes prescrito. Estes relaxam os músculos das vias aéreas (brônquios) ajudando-os a dilatar o espaço livre para circulação do ar. Os mesmos inaladores podem ser usados para a asma.
Fase II (obstrução moderada):
Os anteriores e poderá ser necessário acrescentar:
Broncodilatadores de longa duração: funcionam de forma semelhante aos inaladores de curta acção, mas cada dose dura pelo menos 12 horas. Broncodilatadores de longa ação podem ser uma opção se os sintomas permanecem, apesar de ter usado um broncodilatador de curta acção.
Reabilitação cardiopulmonar: Estudos têm demonstrado que pessoas com DPOC que sequem um plano de reabilitação cardiopulmunar tendem a melhorar a sua capacidade respiratória, aliviar os sintomas, e ter uma melhor qualidade de vida. Um plano de exercícios terapêuticos especifico para cada condição deverá ser executado durante pelo menos 20-30 minutos, 4-5 vezes por semana. Se for capaz, uma caminhada diária de 10-15 minutos é um bom começo e um bom complemento aos exercícios específicos.
Fase III (obstrução grave):
Os anteriores e poderá ser necessário acrescentar:
Inaladores de esteróides: poderão ajudar, para além dos inaladores com broncodilatadores nos momentos em que está com inflamação mais activa ou com crises bastante sintomáticas. Os esteróides reduzem a inflamação.
Fase IV (obstrução muito grave ou obstrução moderada com evidência de insuficiência respiratória crónica):
Os anteriores e poderá ser necessário acrescentar:
A oxigenoterapia de longa duração (se preencheram os critérios): fazer terapia regular com oxigénio em casa pode ajudar algumas pessoas com sintomas graves de DPOC. No entanto, não ajuda em todos os casos. A sua prescrição deve ser bem ponderada pois excesso de pode na verdade prejudicar alguns doentes com DPOC.

Exercícios terapêuticos para a DPOC

Os seguintes exercícios poderão ser prescritos durante a reabilitação da DPOC, dependendo da fase evolutiva em que o paciente se encontra. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.
 

Extensão da coluna torácica
Sentado, com as mãos atrás da cabeça. Inspire fundo enquanto roda os cotovelos para fora e alonga o tronco nas costas da cadeira. Expire lentamente, retornando à posição inicial.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
  




Flexão/extensão da coluna vertebral
De joelhos, apoiado nas palmas das mãos, que estão alinhadas com os ombros. Inspire fundo, enquanto deixa a coluna arquear em direcção ao chão e roda a cabeça para a frente. Expire completamente, enquanto contrai os abdominais e enrola a coluna e pescoço.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.

 
  
Caminhar
Mantenha uma rotina de caminhar pelo menos 20 a 30 minutos por dia. Tenha sempre atenção à sua postura e evite alterações no ritmo da marcha a não ser que sinta sintomas de cansaço.



Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.

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