O punho consiste na articulação entre os ossos do antebraço e os
ossos da base da mão, e é uma articulação muitas vezes lesionada devido à
grande liberdade de movimentos que proporciona, à custa de estruturas
relativamente frágeis.
O rádio e o
cúbito em conjunto formam os
ossos do
antebraço. O cúbito é o osso que se estende ao longo do antebraço
pelo lado do dedo mindinho, enquanto o rádio fica
do lado exterior, ou do dedo polegar. Já na base da mão, tem
oito pequenos ossos conhecidos como os ossos do carpo. Eles estão organizados
em duas fileiras. Do polegar para o mindinho, na primeira fileira tem o
escafóide, o semilunar, o piramidal e o pisiforme, na segunda fileira tem o
trapézio, trapezóide, grande osso e osso ganchoso.
As fracturas do punho são razoavelmente
comuns (cerca de um quarto de todas as
fracturas de membros) e
muitas vezes têm associadas lesões ligamentares, como resultado de um traumatismo, como uma
queda com os braços estendidos à frente do corpo.
Estas fracturas são mais comuns em crianças e adultos jovens, especialmente se estiverem envolvidos em actividades de risco, como desportos radicais ou desportos de contacto. Também se tornam mais
comuns com o avançar da idade, em parte devido à idade avançada estar relacionada a um risco aumentado de quedas e em parte por causa da osteoporose.
Fractura de
Smith: É muitas vezes chamada de fractura de Colles invertida. A definição é uma fractura distal do rádio, com ou sem o envolvimento do cúbito, que apresenta deslocamento anterior do fragmento ósseo distal. É causada geralmente pela queda sobre o punho em flexão. O
diagnóstico de uma fractura de Smith é muito semelhante ao da fractura de Colles, excepto o deslocamento, que é anterior em vez de
posterior. A redução fechada
é geralmente possível, à excepção das fracturas deslocamento mais graves, onde a redução aberta com
fixação através de placa e parafusos poderá ser necessária.
Fractura de
Barton: Basicamente, é uma fractura de Colles ou Smith, associada a uma luxação da articulação cárpica. Poderá ser dorsal ou palmar, dependendo do sentido do deslocamento.
Uma fractura de Barton palmar equivale a uma
fractura de Smith tipo III. O
diagnóstico destas fracturas é em tudo semelhante ao das fracturas de Colles e de Smith.
Nas luxações mais significativas poderá haver comprometimento dos tendões e/ou do nervo e artéria cubital. Embora seja razoável tentar reduzir este tipo de fracturas, as taxas
de sucesso são substancialmente menores quando comparadas com as fracturas de Colles ou de Smith, e a redução cirúrgica com fixação externa ou interna são normalmente exigidos.
Fractura de
Chauffeur: É uma fractura isolada da apófise estilóide do rádio. É tipicamente causada por um golpe directo sobre a face radial do
punho e o termo refere-se aos antigos chauffeur’s,
que eram muitas vezes atingidos pela manivela do carro quando o motor deste
começava a funcionar. Estas fracturas podem ocorrer quando
o condutor fica com as mãos fixas
no volante durante a
desaceleração repentina provocada por um acidente de viação. As lesões associadas incluem luxação do grande osso e fractura de Barton.
Geralmente será necessário um dispositivo de
fixação, com a colocação de fios em K. Parafusos ou
enxertos ósseos poderão ocasionalmente ser necessários.
Fractura em
ramo verde: São as fracturas que ocorrem nas
crianças. O osso é partido e pode até sofrer um deslocamento significativo, no entanto o periósteo
(camada resistente que reveste o osso) permanece intacto.
Por vezes estas fracturas não são evidentes de
imediato, no entanto, se a criança se apresentar excessivamente protectora do braço magoado após alguns dias da lesão, pode haver uma fractura em ramo verde e um raio-X é
aconselhado.
Estas fracturas localizam-se sobretudo na parte distal ou no terço médio do
rádio e do cúbito, e tendem
a ocorrer em crianças com idade
inferior a 8 anos, que caíram para a frente sobre um braço estendido.
Quando a fractura se dá
apenas num dos ossos do antebraço, a integridade de ambas as articulações radioulnar proximal e distal deve ser verificada.
Caso a deformação apresente uma pequena angulação, a
redução é desnecessária e remodelação ocorrerá naturalmente
durante o crescimento da criança.
Nos casos em que a redução é necessária é aplicada uma pressão lenta e constante para reduzir a deformidade,
ao longo de 5 a 7 minutos. Logo após o antebraço é levemente rodado em supinação e uma tala é aplicada e mantida durante 4 a 6 semanas.
A complicação mais frequente é a deformidade que ocorre ainda dentro do gesso. A compressão do nervo mediano pode também
ocorrer.
Exercícios terapêuticos para as fracturas do punho
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos
após a confirmação de que a fractura está
consolidada. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Flexão/extensão do punho
Com o antebraço apoiado. Dobre o punho, ficando com a palma da
mão virada para si e os dedos para baixo. Rode o punho para cima, ficando a
palma da mão virada para a frente e os dedos para cima.
Desvio
radial/desvio cubital
Com o antebraço e mão apoiados, rode a mão para
fora e depois para dentro.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Propriocepção do punho
Agarrando uma bola na mão, faça movimentos
circulares com o punho enquanto pressiona a bola.
Repita entre 20 e 30 movimentos, desde que não
desperte nenhum sintoma.
Antes de iniciar estes exercícios você deve
sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.
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