terça-feira, 23 de abril de 2013

Fracturas do punho


O punho consiste na articulação entre os ossos do antebraço e os ossos da base da mão, e é uma articulação muitas vezes lesionada devido à grande liberdade de movimentos que proporciona, à custa de estruturas relativamente frágeis.
O rádio e o cúbito em conjunto formam os ossos do antebraço. O cúbito é o osso que se estende ao longo do antebraço pelo lado do dedo mindinho, enquanto o rádio fica do lado exterior, ou do dedo polegar. Já na base da mão, tem oito pequenos ossos conhecidos como os ossos do carpo. Eles estão organizados em duas fileiras. Do polegar para o mindinho, na primeira fileira tem o escafóide, o semilunar, o piramidal e o pisiforme, na segunda fileira tem o trapézio, trapezóide, grande osso e osso ganchoso.
As fracturas do punho são razoavelmente comuns (cerca de um quarto de todas as fracturas de membros) e muitas vezes têm associadas lesões ligamentares, como resultado de um traumatismo, como uma queda com os braços estendidos à frente do corpo.
Estas fracturas são mais comuns em crianças e adultos jovens, especialmente se estiverem envolvidos em actividades de risco, como desportos radicais ou desportos de contacto. Também se tornam mais comuns com o avançar da idade, em parte devido à idade avançada estar relacionada a um risco aumentado de quedas e em parte por causa da osteoporose.


Fractura de Smith: É muitas vezes chamada de fractura de Colles invertida. A definição é uma fractura distal do rádio, com ou sem o envolvimento do cúbito, que apresenta deslocamento anterior do fragmento ósseo distal. É causada geralmente pela queda sobre o punho em flexão. O diagnóstico de uma fractura de Smith é muito semelhante ao da fractura de Colles, excepto o deslocamento, que é anterior em vez de posterior. A redução fechada é geralmente possível, à excepção das fracturas deslocamento mais graves, onde a redução aberta com fixação através de placa e parafusos poderá ser necessária.

Fractura de Barton: Basicamente, é uma fractura de Colles ou Smith, associada a uma luxação da articulação cárpica. Poderá ser dorsal ou palmar, dependendo do sentido do deslocamento. Uma fractura de Barton palmar equivale a uma fractura de Smith tipo III. O diagnóstico destas fracturas é em tudo semelhante ao das fracturas de Colles e de Smith. Nas luxações mais significativas poderá haver comprometimento dos tendões e/ou do nervo e artéria cubital. Embora seja razoável tentar reduzir este tipo de fracturas, as taxas de sucesso são substancialmente menores quando comparadas com as fracturas de Colles ou de Smith, e a redução cirúrgica com fixação externa ou interna são normalmente exigidos.


Fractura de Chauffeur: É uma fractura isolada da apófise estilóide do rádio. É tipicamente causada por um golpe directo sobre a face radial do punho e o termo refere-se aos antigos chauffeur’s, que eram muitas vezes atingidos pela manivela do carro quando o motor deste começava a funcionar. Estas fracturas podem ocorrer quando o condutor fica com as mãos fixas no volante durante a desaceleração repentina provocada por um acidente de viação. As lesões associadas incluem luxação do grande osso e fractura de Barton.
Geralmente será necessário um dispositivo de fixação, com a colocação de fios em K. Parafusos ou enxertos ósseos poderão ocasionalmente ser necessários.

Fractura em ramo verde: São as fracturas que ocorrem nas crianças. O osso é partido e pode até sofrer um deslocamento significativo, no entanto o periósteo (camada resistente que reveste o osso) permanece intacto.
Por vezes estas fracturas não são evidentes de imediato, no entanto, se a criança se apresentar excessivamente protectora do braço magoado após alguns dias da lesão, pode haver uma fractura em ramo verde e um raio-X é aconselhado.
Estas fracturas localizam-se sobretudo na parte distal ou no terço médio do rádio e do cúbito, e tendem a ocorrer em crianças com idade inferior a 8 anos, que caíram para a frente sobre um braço estendido.

Quando a fractura se dá apenas num dos ossos do antebraço, a integridade de ambas as articulações radioulnar proximal e distal deve ser verificada.
Caso a deformação apresente uma pequena angulação, a redução é desnecessária e remodelação ocorrerá naturalmente durante o crescimento da criança.
Nos casos em que a redução é necessária é aplicada uma pressão lenta e constante para reduzir a deformidade, ao longo de 5 a 7 minutos. Logo após o antebraço é levemente rodado em supinação e uma tala é aplicada e mantida durante 4 a 6 semanas.
A complicação mais frequente é a deformidade que ocorre ainda dentro do gesso. A compressão do nervo mediano pode também ocorrer.

Exercícios terapêuticos para as fracturas do punho

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos após a confirmação de que a fractura está consolidada. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.




Flexão/extensão do punho
Com o antebraço apoiado. Dobre o punho, ficando com a palma da mão virada para si e os dedos para baixo. Rode o punho para cima, ficando a palma da mão virada para a frente e os dedos para cima.



Desvio radial/desvio cubital
Com o antebraço e mão apoiados, rode a mão para fora e depois para dentro.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.


Propriocepção do punho
Agarrando uma bola na mão, faça movimentos circulares com o punho enquanto pressiona a bola.
Repita entre 20 e 30 movimentos, desde que não desperte nenhum sintoma.


Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.


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