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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Plano de exercícios para tendinites no punho


Aqui estão alguns exemplos de exercícios de reabilitação típicos para tendinites do punho.Comece cada exercício lentamente. Se começar a ter dor interrompa o plano.O seu médico ou fisioterapeuta irão dizer-lhe quando pode começar estes exercícios e quais deles irão funcionar melhor para si.Faça Download do pdf para impressão, já com a descrição escrita dos exercícios.

1. Flexão e extensão do punho



2. Prono-supinação do antebraço




3. Desvio cubital e radial do punho


4. Alongamento dos flexores do punho


5. Alongamento dos extensores do punho


Os cuidados de acompanhamento são uma parte fundamental do seu tratamento e segurança. Não deixe de comparecer a todos os tratamentos de fisioterapia agendados.

Faça Download do pdf para impressão, já com a descrição escrita dos exercícios.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Diagnóstico Diferencial e tratamento de um paciente com suspeita de tenossinovite de De Quervain – estudo de caso clínico

Embora pareça implicar uma etiologia inflamatória, a histopatologia da tenossinovite de De Quervain é geralmente caracterizada por fibrose e metaplasia fibrocartilaginosa que leva ao espessamento do retináculo extensor sem existirem achados inflamatórios.

Pensa-se que a causa dos sintomas esteja então associada à alteração no deslizamento dos tendões abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar, dentro do retináculo extensor estenosado.

Estudos epidemiológicos têm demonstrado uma prevalência de 8% de tenossinovite de De Quervain em trabalhadores industriais. Noutro estudo com 485 pacientes com lesões músculo-esqueléticas no membro superior, principalmente de usuários de computador e músicos, 22% foram diagnosticados com a síndrome de De Quervain, 17% à direita e 5% à esquerda.


No diagnóstico diferencial do paciente com dor na face radial do punho é importante, para além da tenossinovite de De Quervain, considerar uma possível neuropatia por encarceramento do nervo radial superficial.

Depois de atravessar o cotovelo, o nervo radial divide-se e forma o nervo interósseo posterior e o ramo sensorial superficial do nervo radial, que fornece a sensação ao aspecto radial do antebraço e punho. No terço proximal do antebraço, o nervo passa entre os tendões do extensor radial curto do carpo e do braquiorradial que podem, durante a pronação, comprometer mecanicamente o nervo radial. No início do terço inferior do antebraço, o nervo atravessa o abdutor longo e extensor curto do polegar e continua na direção da mão entre o primeiro e terceiro compartimentos dorsais, dividindo-se nos seus ramos terminais. 

Para além do possível compromisso durante a acção dos tendões, um traumatismo aos tecidos no punho pode também afetar as estruturas neurais locais, deixando o nervo envolto em tecido fibroso cicatricial e tornando-o excessivamente sensível a estimulação química e mecânica.

Considerando estas duas etiologias, o objetivo deste estudo de caso é descrever o diagnóstico fisioterapêutico e o tratamento de um paciente com dor na face radial do punho.

Apresentação do caso clínico

  • Paciente masculino de 57 anos, 172 cm de altura e 98 kg, mão direita dominante, e trabalhava como empregado de balcão. Veio a consulta por dor e rigidez no lado radial do pulso direito, com inicio insidioso, há seis meses.
  • Três meses após o início dos sintomas o paciente consultou pela primeira vez o médico de família, que diagnosticou síndrome de De Quervain e iniciaram o tratamento com medicamentos anti-inflamatórios não esteróides. Numa consulta de acompanhamento, uma semana depois, o clínico geral receitou uma tala curta que imobilizou o polegar em posição neutra e o polegar em abdução. O paciente ficou de baixa médica.
  • Uma primeira série de seis semanas de fisioterapia foi iniciada cerca de 1 mês depois, consistindo na aplicação de laser, ultra-som, estimulação elétrica nervosa transcutânea e diatermia. O paciente relatou que esta abordagem não alterou os seus sintomas ou melhorou a sua função.
  • O paciente apresentou-se nesta clínica cerca de 6 meses após o início dos sintomas. Estava a tomar anti-inflamatórios não esteróides e relatou dor constante na face radial do punho direito durante as atividades de trabalho.
  • A intensidade da dor aumentou com os movimentos repetitivos no trabalho e com o carregar de garrafas de um armazém para o bar. Embora a dor fosse geralmente em queimação, o paciente também relatou dor aguda tipo choque elétrico quando tentava levantar embalagens de várias garrafas e ao tentar virar o punho para encher bebidas.
  • A dor reduzia quando em descanso e com a tala. Qualquer atividade sem a tala resultava num aumento imediato da dor.
  • O paciente classificou a sua dor atual em repouso em 5,4/10. Decidiu-se utilizar a capacidade de executar 2 tarefas para medir a evolução do paciente (pegar em caixas de bebidas e virar o punho para encher bebidas), a primeira o paciente relatou um 2.9/10 e na segunda um 3,1/10.

Avaliação
  • Foi avaliada primeiro a cervical, o ombro e o cotovelo para excluí-los como possíveis origens do problema. Nenhum dos testes reproduziu os sintomas. Foram também testados a amplitude ativa de movimento e movimentos acessórios do punho que, pelos resultados, pareceram descartar uma disfunção deste conjunto articular.
  • O teste de Finkelstein ao punho direito foi positivo. Os sintomas de dor em queimação foram reproduzidos pela flexão passiva do polegar, combinado com desvio cubital do carpo.
  • Nos seus estudos sobre neurodinâmica, Butler relatou que o teste de Finkelstein deve ser considerado um meio de avaliação tanto para a síndrome de De Quervain como para lesão por encarceramento do ramo sensorial superficial do nervo radial.
  • No teste de tensão neural do nervo radial, alterado com o objetivo de testar o ramo sensorial superficial do nervo radial (ULNT2b), desenvolvido por Butler, o paciente relatou um aumento da dor em queimação e choque elétrico na face radial no punho.
  • Os movimentos de sensibilização (depressão do ombro e inclinação contralateral da cervical) aumentaram ainda mais os sintomas.

Assim, neste paciente, o aumento dos sintomas secundário às manobras de sensibilização levou os autores deste estudo a optarem pelo diagnóstico de neuropatia do ramo superficial sensorial do nervo radial, em oposição a uma síndrome de De Quervain, na qual seria pouco provável que estas mesmas manobras tivessem mudado a natureza e a intensidade dos sintomas.

Tratamento

  • Na primeira visita após o exame, o terapeuta educou o paciente sobre os resultados da avaliação clínica e propôs o plano global de cuidados.
  • A intervenção nesta primeira visita consistiu em técnicas de deslizamento neural passivo para o nervo radial, especificamente direccionadas para o ramo sensorial superficial do nervo pela adição de desvio cubital do punho e flexão do polegar durante a técnica. Esta técnica foi realizada durante 15 a 20 minutos, em 4 séries de 5 minutos cada, com um descanso de 1 minuto entre as séries. A amplitude e a velocidade do movimento foram ajustadas de tal modo que nenhuma dor foi produzida.
  • O doente recebeu um exercício auto-mobilização do nervo para fazer em casa. Foi instruído a executar este exercício 3x/dia, 10 repetições de cada vez, novamente com uma velocidade e amplitude de tal forma que nenhuma dor fosse produzida. 
  • Na 2ª visita, quatro dias depois, o paciente relatou melhoria acentuada. O tratamento consistiu em 5 séries (abaixo do limiar de dor) de 3 a 5 minutos de deslizamentos do ramo sensorial superficial do nervo radial, num total de 25 minutos. Manteve-se o exercício para casa.
  • No início da 3ª visita, uma semana depois da visita inicial, o paciente relatou a resolução completa dos sintomas. Tinha parado de tomar o medicamento anti-inflamatório não esteróide e pretendia começar a trabalhar a tempo integral na próxima semana. 
  • Mais três acompanhamentos (1, 3 e 6 meses após a alta), sem tratamento, foram programados apenas para avaliar a evolução do quadro clínico e funcional do paciente. 


Conclusão


Este estudo de caso clínico descreve o diagnóstico e tratamento de um paciente com dor crónica na face radial do punho e previamente resistente à terapêutica inicialmente proposta para um diagnóstico de síndrome de De Quervain
O exame clínico levou à hipótese de um diagnóstico de neuropatia do ramo sensorial superficial do nervo radial. 

O tratamento de fisioterapia consistiu em técnicas neurodinâmicas, e o paciente apresentou uma resolução completa dos sintomas e retorno pleno ao trabalho depois de apenas duas sessões de tratamento ao longo de 7 dias. 

Apesar da relação causa-efeito não poder ser estabelecida, este estudo de caso parece indicar que, em pacientes com dor na face radial do punho, a neuropatia do ramo sensorial superficial do nervo radial deve ser considerada durante o diagnóstico diferencial. 
Futuras investigações devem incluir a avaliação das propriedades psicométricas dos testes utilizados no diagnóstico clínico. Para além disso, é necessário um padrão de diagnóstico claro para as várias condições que podem causar dor na face radial do punho.


González-Iglesias J, Huijbregts P, Fernández-de-Las-Peñas C, Cleland JA. Differential diagnosis and physical therapy management of a patient with radial wrist pain of 6 months' duration: a case. J Orthop Sports Phys Ther. 2010 Jun;40(6):361-8

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Teste de Allen

Descrição
Este teste é utilizado para avaliar o fluxo de sangue arterial para a mão.

Técnica
O paciente deve estar sentado. O fisioterapeuta palpa e aplica pressão sobre as artérias radial e cubital no punho, usando três dedos em cada artéria. Isso obstruí o fluxo de sangue para a mão. Deve pedir ao paciente que aperte e abra a mão 10 vezes, terminando com a mão aberta, mas evitando a hiperextensão. A palma da mão deve, então, estar branca/pálida. O examinador então remove a pressão de uma artéria. Um teste positivo ocorre quando demora mais de 5 segundos para a cor (sangue) voltar à palma da mão. Repetir o processo para a outra artéria.


Precisão do teste
O teste de Allen apresenta uma sensibilidade de 75,8% e uma especificidade de 81,7% na avaliação do fluxo sanguíneo arterial na mão.

Allen EV. "Thromboangiitis obliterans: methods of diagnosis of chronic occlusive arterial lesions distal to the wrist with illustrative cases." Am J Med Sci 1929; 178: 237-244.


Outros testes para avaliar o punho e a mão


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Protocolo de reabilitação para fraturas do escafóide

A fratura do escafóide é a lesão mais frequente nos ossos do carpo. Dependendo do tipo de fratura, as intervenções variam desde o tratamento conservador, através de tala, a cirurgia aberta com fixação interna. Em qualquer dos casos, os pacientes são comumente imobilizados com gesso até a união do osso se verificar, o que pode levar até 4 meses.

A fisioterapia não vai tratar a fratura, mas as complicações da imobilização a longo prazo que acompanham o diagnóstico. A amplitude de movimento é severamente afectada quando uma articulação permanece imobilizada durante um longo período de tempo e a atrofia dos músculos da mão e do antebraço também ocorrerá. Por esta razão, a reabilitação pode levar vários meses (entre 6 e 18 sessões de fisioterapia no caso do tratamento conservador e entre 6 e 70 no caso do tratamento cirúrgico).

De seguida apresenta-se o protocolo publicado pela Kaiser Permanente Southern California Orthopedic PT Residency tanto para reabilitação de tratamento conservador como para reabilitação pós-operatória de fraturas do escafóide:

Reabilitação após tratamento conservador


Fase aguda: Imediatamente após a lesão até à 2ªsemana
Objectivos: proteção com tala até ao antebraço, controlo da dor e do edema ; manutenção da amplitude das articulações não envolvidas ( dedos, cotovelo, ombro); atividades básicas da vida diária (AVD)
Mobilização passiva e activa dos dedos, com exceção do polegar, que está imobilizado
Mobilização ativo-assistida e ativa do cotovelo e ombro
Na 2ª semana o seu médico pode repetir o raio-x, ou escolher uma TC em caso de dor contínua e sensibilidade sobre a tabaqueira anatómica com raios-x negativos

Fase sub-aguda: Semana 3-6
Objectivos: proteção, continuar a controlar a dor e edema, conforme necessário; aumentar a amplitude de movimento (ADM); incorporar as atividades da vida diária (AVD)
Continuar com os exercícios como acima
Limitar os exercícios para ganho de supinação e pronação ao limiar de dor

Fase de manutenção: Semana 7-12
Objectivos: ganho de ADM; iniciar o programa de fortalecimento; regresso a todas as atividades (exceção para desportos de contato e trabalho pesado)
Remover totalmente a tala entre as 6-8 semanas, se a fratura aparecer radiograficamente e clinicamente consolidada.
Pode usar punho elástico para proteção
Mobilização activa assistida suave do punho e polegar
Avançar conforme tolerado para exercícios resistidos progressivos em todas as articulações envolvidas
Para intervenção em trabalhadores ou atletas, que envolvam alto desempenho pode abordar-se o uso de tala ou ligadura funcional no retorno à actividade.

Reabilitação pós-operatória


Fase aguda: Imediatamente após a cirurgia até à 3ª semana
Objetivos: Proteção com o gesso ou tala, controlo da dor e edema; manter a amplitude das articulações não envolvidas (dedos, cotovelo, ombro); incorporar atividades básicas da vida diária (AVD)
Elevação e aplicação de curativo compressivo para auxiliar no controlo do edema
Mobilização passiva e activa dos dedos, com exceção do polegar, que está imobilizado
Mobilização ativo-assistida e ativa do cotovelo e ombro

Fase sub-aguda: Semana 4-7
Objetivos: Proteção com o gesso ou tala; continuar a controlar a dor e edema , aumentar a ADM; Incorporar AVDs
Continuar com os exercícios de dedos, cotovelo e ombro como acima
Às 6 semanas, se a fratura aparecer radiograficamente consolidada, o gesso ou tala são removidos para mobilizações activas suaves do punho e do polegar

Fase de manutenção: Semana 8-12
Objectivos: ganho de ADM; iniciar o programa de fortalecimento; regresso a todas as atividades (exceção para desportos de contato e trabalho pesado)
Exercícios terapêuticos avançados e mobilização activa suave do punho e polegar
Iniciar o fortalecimento da preensão com o uso de silicone às 10 semanas
Avançar conforme tolerado para exercícios resistidos progressivos para todas as articulações envolvidas
Um punho elástico pode ser utilizado para a proteção das atividades mais exigentes
Para intervenção em trabalhadores ou atletas, que envolvam alto desempenho pode abordar-se o uso de tala ou ligadura funcional no retorno à actividade.



Jaworski CA, Krause M, Brown J. Rehabilitation of the wrist and hand following sports injury. Clin Sports Med. 2010;29(1):61-80.
Guide to Physical Therapist Practice. 2nd ed. Phys Ther. 2001;81(1):9-744. [Revised 2003]
Wong JM. Management of stiff hand: an occupational therapy perspective. Hand Surg. 2002;7(2):261-9.
Pho C, Godges J. Kaiser Permanente Southern California Orthopedic Physical Therapy Residency. Scaphoid Fracture.
Waitayawinyu T, McCallister WV, Nemechek NM, Trumble TE. Scaphoid nonunion. J Am Acad Orthop Surg. 2007;15(5):308-20.



terça-feira, 23 de abril de 2013

Fracturas do punho


O punho consiste na articulação entre os ossos do antebraço e os ossos da base da mão, e é uma articulação muitas vezes lesionada devido à grande liberdade de movimentos que proporciona, à custa de estruturas relativamente frágeis.
O rádio e o cúbito em conjunto formam os ossos do antebraço. O cúbito é o osso que se estende ao longo do antebraço pelo lado do dedo mindinho, enquanto o rádio fica do lado exterior, ou do dedo polegar. Já na base da mão, tem oito pequenos ossos conhecidos como os ossos do carpo. Eles estão organizados em duas fileiras. Do polegar para o mindinho, na primeira fileira tem o escafóide, o semilunar, o piramidal e o pisiforme, na segunda fileira tem o trapézio, trapezóide, grande osso e osso ganchoso.
As fracturas do punho são razoavelmente comuns (cerca de um quarto de todas as fracturas de membros) e muitas vezes têm associadas lesões ligamentares, como resultado de um traumatismo, como uma queda com os braços estendidos à frente do corpo.
Estas fracturas são mais comuns em crianças e adultos jovens, especialmente se estiverem envolvidos em actividades de risco, como desportos radicais ou desportos de contacto. Também se tornam mais comuns com o avançar da idade, em parte devido à idade avançada estar relacionada a um risco aumentado de quedas e em parte por causa da osteoporose.


Fractura de Smith: É muitas vezes chamada de fractura de Colles invertida. A definição é uma fractura distal do rádio, com ou sem o envolvimento do cúbito, que apresenta deslocamento anterior do fragmento ósseo distal. É causada geralmente pela queda sobre o punho em flexão. O diagnóstico de uma fractura de Smith é muito semelhante ao da fractura de Colles, excepto o deslocamento, que é anterior em vez de posterior. A redução fechada é geralmente possível, à excepção das fracturas deslocamento mais graves, onde a redução aberta com fixação através de placa e parafusos poderá ser necessária.

Fractura de Barton: Basicamente, é uma fractura de Colles ou Smith, associada a uma luxação da articulação cárpica. Poderá ser dorsal ou palmar, dependendo do sentido do deslocamento. Uma fractura de Barton palmar equivale a uma fractura de Smith tipo III. O diagnóstico destas fracturas é em tudo semelhante ao das fracturas de Colles e de Smith. Nas luxações mais significativas poderá haver comprometimento dos tendões e/ou do nervo e artéria cubital. Embora seja razoável tentar reduzir este tipo de fracturas, as taxas de sucesso são substancialmente menores quando comparadas com as fracturas de Colles ou de Smith, e a redução cirúrgica com fixação externa ou interna são normalmente exigidos.


Fractura de Chauffeur: É uma fractura isolada da apófise estilóide do rádio. É tipicamente causada por um golpe directo sobre a face radial do punho e o termo refere-se aos antigos chauffeur’s, que eram muitas vezes atingidos pela manivela do carro quando o motor deste começava a funcionar. Estas fracturas podem ocorrer quando o condutor fica com as mãos fixas no volante durante a desaceleração repentina provocada por um acidente de viação. As lesões associadas incluem luxação do grande osso e fractura de Barton.
Geralmente será necessário um dispositivo de fixação, com a colocação de fios em K. Parafusos ou enxertos ósseos poderão ocasionalmente ser necessários.

Fractura em ramo verde: São as fracturas que ocorrem nas crianças. O osso é partido e pode até sofrer um deslocamento significativo, no entanto o periósteo (camada resistente que reveste o osso) permanece intacto.
Por vezes estas fracturas não são evidentes de imediato, no entanto, se a criança se apresentar excessivamente protectora do braço magoado após alguns dias da lesão, pode haver uma fractura em ramo verde e um raio-X é aconselhado.
Estas fracturas localizam-se sobretudo na parte distal ou no terço médio do rádio e do cúbito, e tendem a ocorrer em crianças com idade inferior a 8 anos, que caíram para a frente sobre um braço estendido.

Quando a fractura se dá apenas num dos ossos do antebraço, a integridade de ambas as articulações radioulnar proximal e distal deve ser verificada.
Caso a deformação apresente uma pequena angulação, a redução é desnecessária e remodelação ocorrerá naturalmente durante o crescimento da criança.
Nos casos em que a redução é necessária é aplicada uma pressão lenta e constante para reduzir a deformidade, ao longo de 5 a 7 minutos. Logo após o antebraço é levemente rodado em supinação e uma tala é aplicada e mantida durante 4 a 6 semanas.
A complicação mais frequente é a deformidade que ocorre ainda dentro do gesso. A compressão do nervo mediano pode também ocorrer.

Exercícios terapêuticos para as fracturas do punho

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos após a confirmação de que a fractura está consolidada. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.




Flexão/extensão do punho
Com o antebraço apoiado. Dobre o punho, ficando com a palma da mão virada para si e os dedos para baixo. Rode o punho para cima, ficando a palma da mão virada para a frente e os dedos para cima.



Desvio radial/desvio cubital
Com o antebraço e mão apoiados, rode a mão para fora e depois para dentro.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.


Propriocepção do punho
Agarrando uma bola na mão, faça movimentos circulares com o punho enquanto pressiona a bola.
Repita entre 20 e 30 movimentos, desde que não desperte nenhum sintoma.


Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.


sábado, 5 de janeiro de 2013

Fractura de Colles


O rádio e o cúbito em conjunto formam os ossos do antebraço. O cúbito é o osso que se estende ao longo do antebraço pelo lado do dedo mindinho, enquanto o rádio fica do lado exterior, ou do dedo polegar
As fracturas da extremidade distal (próximo ao punho) destes ossos são razoavelmente comuns (cerca de um quarto de todas as fracturas de membros) e muitas vezes têm associadas lesões ligamentares, como resultado de um traumatismo, como uma queda com os braços estendidos à frente do corpo.
Estas fracturas são mais comuns em crianças e adultos jovens, especialmente se estiverem envolvidos em actividades de risco, como desportos radicais ou desportos de contacto. Também se tornam mais comuns com o avançar da idade, em parte devido à idade avançada estar relacionada a um risco aumentado de quedas e em parte por causa da osteoporose.
A fractura de Colles define-se pela perda total de continuidade da extremidade distal do rádio, a cerca de 4 cm da superfície articular do punho. A fractura de Colles resulta numa posição característica da mão (demasiado para trás e para fora em relação ao antebraço).
A existência de osteoporose deve ser considerada/avaliada em todas as fracturas de Colles, e estas deverão ser encaradas como um forte factor de risco para uma fractura do colo do fémur, uma das fracturas mais frequentes no idoso e com uma taxa de morbilidade maior.

Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Por vezes o paciente ouve o ruído da fractura no momento da lesão
  • Dor intensa, inchaço e sensibilidade no punho
  • Normalmente existe história de queda com os braços estendidos à frente do corpo
  • Deformidade característica e visível, com um desvio da mão para trás e para o lado.

O diagnóstico de uma fractura de Colles é essencialmente clínico e bastante evidente devido à deformação ser visível. No entanto é essencial uma boa avaliação clínica do cotovelo, punho e ombro para descartar outras lesões, como a fractura da apófise estilóide do cúbito ou a fractura da cabeça do rádio
Pela força do impacto também outras estruturas poderão estar lesadas, pelo que é fundamental avaliar a função vascular e nervosa. Um raio-X é geralmente necessário para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade da lesão. No caso de haver suspeita de lesão de outras estruturas, exames adicionais (TAC, RM ou ecografia) podem ser necessários.

Tratamento

Nas fracturas de Colles o tratamento imediato consiste imobilização da fractura e estabilização do paciente para realizar o raio-X.
Logo que o ângulo de deformação e lesões associadas forem confirmados no resultado do raio-X, o médico poderá optar por dois tipos de intervenção:
A redução da fractura (realinhamento dos topos ósseos) sob anestesia, que deve ser tentada o mais cedo possível. A manobra envolve tracção dos topos da fractura e um movimento forçado para a frente e para dentro (o sentido oposto ao da deformidade).
No caso de a fractura envolver mais do que um fragmento ósseo ou houver risco considerável de lesão nervosa durante a redução poderá ser executada a fixação através de placa e parafusos.
Após ambos os procedimentos é realizado novo raio-X para confirmar o alinhamento ósseo e o antebraço e mão serão imobilizados com gesso ou tala gessada por um período de cerca de 6 semanas. Durante a imobilização é importante que faça exercícios suaves de mobilidade com os dedos e com o cotovelo, de forma a prevenir limitações graves.
No período após imobilização com gesso ou tala deve ser iniciado um programa de fisioterapia. As técnicas que revelam maior eficácia nesta condição:
  • Exercícios para melhorar a amplitude articular. Estas fracturas estão frequentemente associadas a limitações articulares do punho pós-imobilização e síndrome do túnel cárpico, principalmente nos idosos. Técnicas de facilitação neuromuscular proprioceptiva e de alongamento activo são fundamentais para prevenir grandes limitações.
  • Estimulação proprioceptiva do punho e mão através da manipulação de objectos.
  • A aplicação de calor antes dos exercícios para aumentar a irrigação sanguínea e de gelo no final para prevenir sinais inflamatórios.
  • Massagem de mobilização dos tecidos moles.
  • Educação do paciente e plano de retorno gradual à actividade.

Exercícios terapêuticos para as fracturas do rádio

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos após a confirmação de que a fractura está consolidada. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.



Flexão/extensão do punho
Com o antebraço apoiado. Dobre o punho, ficando com a palma da mão virada para si e os dedos para baixo. Rode o punho para cima, ficando a palma da mão virada para a frente e os dedos para cima. 


 Desvio radial/desvio cubital
Com o antebraço e mão apoiados, rode a mão para fora e depois para dentro.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma. 




 Propriocepção do punho
Agarrando uma bola na mão, faça movimentos circulares com o punho enquanto pressiona a bola.
Repita entre 20 e 30 movimentos, desde que não desperte nenhum sintoma.




Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Fractura do escafóide

O escafóide é um dos maiores dos ossos do carpo (os pequenos ossos do punho) e apresenta-se do lado do polegar no seu punho. A sua forma assemelha-se a um feijão, e o seu tamanho é apenas ligeiramente maior que um. Este osso faz a ligação entre as duas fileiras de ossos do carpo e ajuda a estabilizá-los.
O osso escafóide pode ser facilmente identificado quando o polegar é mantido para cima (na posição de pedir "boleia"). O escafóide é o osso que fica na base da concavidade formada pelos dois tendões do polegar.
O escafóide é o osso do punho mais frequentemente fracturado, e a lesão ocorre sobretudo devido a queda sobre as mãos, com os braços estendidos à frente da cara. A história típica inclui quedas em desportos de contacto ou acidentes de viação. Mais raramente um golpe directo na palma da mão pode causar uma fractura do escafóide. O stress repetitivo sobre o osso escafóide também poderá levar a uma fractura, no entanto isto acontece em situações muito específicas, como em ginastas ou lançadores do peso.
Este tipo de fracturas poderá estar associado a outras fracturas do punho, como a fractura de Colles.
As fracturas do escafóide podem não-deslocadas (os topos do osso partido não se desalinharam) ou deslocadas (existe desalinhamento dos topos ósseos).
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Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Dor e inchaço na base do polegar. A dor pode agravar quando mover o polegar ou o punho, ou quando tentar pegar em algo mais pesado.
  • Sensibilidade ao toque na região do escafóide.
  • Ligeiro edema e rubor na base do polegar.

Quando não existe deformação visível uma fractura do escafóide pode ser confundida com uma distensão do punho. Distensões simples punho são muito raras e é importante consultar um médico se a dor persistir. Qualquer dor no punho que não alivia um dia após uma lesão pode ser um sinal de uma fractura.
O diagnóstico de uma fractura do escafóide nem sempre é evidente e é essencial uma boa avaliação clínica do punho e mão para ajudar no diagnóstico e descartar outras lesões, como outras fracturas do punho. Em alguns casos, a fractura não irá ser visível em raio-X até cerca de 10 a 14 dias após a lesão inicial. Nestes casos, se o médico ainda assim suspeitar de fractura do escafóide, normalmente você irá ser tratado como se tivesse uma fractura do escafóide e um novo raio-X será realizado após 10-14 dias.
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Tratamento

O tratamento das fracturas do escafóide depende da localização da fractura no osso.
As fracturas do escafóide que estão mais perto do polegar geralmente resolvem-se em questão de poucas semanas com a protecção/descanso adequados. Esta parte do osso tem uma boa irrigação sanguínea, o que facilita a recuperação. Se for colocada uma tala ela geralmente será abaixo do cotovelo e não deverá incluir o polegar.
As fracturas do escafóide que se localizam no meio do osso ou mais perto do punho são mais difíceis de tratar devido à pouca irrigação sanguínea desta zona, havendo risco de necrose avascular. Se for colocada uma tala ela poderá estender-se acima do cotovelo e deverá incluir o polegar. Entre 8-12 semanas é o tempo médio de recuperação neste tipo de fracturas.
Neste último tipo de fracturas do escafóide o médico poderá recomendar a cirurgia. Durante a cirurgia, implantes metálicos, tais como parafusos e fios metálicos são utilizados para fixar o osso até que este esteja totalmente cicatrizado. Após a cirurgia segue-se um período de imobilização gessada geralmente não inferior a 8 semanas.
No período após imobilização com gesso ou tala deve ser iniciado um programa de fisioterapia. As técnicas que revelam maior eficácia nesta condição:

  • Exercícios para melhorar a amplitude articular do polegar e punho. Técnicas de facilitação neuromuscular proprioceptiva e de alongamento activo são fundamentais para prevenir grandes limitações.
  • Terapia ocupacional: estimulação proprioceptiva do punho e mão através da manipulação de objectos.
  • A aplicação de calor antes dos exercícios para aumentar a irrigação sanguínea e de gelo no final para prevenir sinais inflamatórios.
  • Massagem de mobilização dos tecidos moles.
  • Educação do paciente e plano de retorno gradual à actividade.


Exercícios terapêuticos para as fracturas do escafóide

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos após a confirmação de que a fractura está consolidada. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.




Flexão/extensão do punho
Com o antebraço apoiado. Dobre o punho, ficando com a palma da mão virada para si e os dedos para baixo. Rode o punho para cima, ficando a palma da mão virada para a frente e os dedos para cima.


 

Oponência do polegar
Com o antebraço e mão apoiados, una a ponta do dedo polegar à ponta do dedo mínimo
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.




 
Propriocepção do punho
Agarrando uma bola na mão, faça movimentos circulares com o punho enquanto pressiona a bola.
Repita entre 20 e 30 movimentos, desde que não desperte nenhum sintoma.

  

Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.