A epicondilite
lateral do cotovelo, ou cotovelo de tenista, é a síndrome de sobre-uso mais
comum de todas e está associada a movimentos excessivos de extensão do punho e
dedos.
Esta lesão envolve
os músculos e tendões do antebraço, que se estendem desde o punho e dedos até
se inserirem, através dos seus tendões, no epicondilo umeral, na face lateral
do cotovelo. O tendão mais comummente lesado é o extensor radial curto do
carpo.
A inflamação
específica raramente está presente pelo que o termo epicondilite, originalmente usado para
descrever o espectro de lesões que iam desde a inflamação do tendão à ruptura
parcial, foi substituído pelo mais genérico epicondilalgia do cotovelo.
Esta lesão,
causada pelo uso excessivo ou por esforços repetitivos dos extensores do punho,
é frequentemente observada em praticantes de ténis, badmington ou squash, mas
também é cada vez mais comum em outras actividades repetitivas, como na pintura
ou no teclar.
Nos atletas, dois tipos de
início dos sintomas são comummente vistos:
- Início súbito:
ocorre num único momento de esforço, em alguns gestos bruscos durante o
desporto. Pensa-se que isto corresponderá a uma micro-ruptura no tendão.
- Início tardio:
normalmente ocorre dentro de 24-72 horas após um intenso período de extensão do
punho, principalmente em atleta impreparados. Alguns exemplos podem incluir um
jogador de ténis com uma nova raquete ou o jogador de fim-de-semana que fez um
esforço excessivo.
Sinais e sintomas/ Diagnóstico
- Dor cerca de 1-2 cm
abaixo e do lado de fora do cotovelo (epicôndilo lateral)
- Falta da força
muscular do punho com dificuldade em fazer tarefas simples como abrir uma
maçaneta de porta ou apertar a mão a alguém.
- Dor na parte
externa do cotovelo, quando se estende mão e dedos para trás contra
resistência.
- Dor ao pressionar
(palpação), logo abaixo do epicôndilo lateral do lado de fora do cotovelo.
O diagnóstico de uma epicondilalgia lateral do cotovelo
é normalmente clínico, baseando-se nos sintomas, na história clínica e no exame físico ao doente. Certifique-se de dizer
ao seu médico se já magoou o cotovelo anteriormente ou se tem uma história de
artrite reumatóide ou doença do sistema nervoso.
Tratamento
A maioria dos pacientes com epicondilalgia lateral do cotovelo reage bem ao tratamento com fisioterapia. O tratamento, no caso de a
lesão se encontrar numa fase aguda, tem como objectivo inicial controlar os
sinais inflamatórios, através de:
- Descanso: Evite actividades
que coloquem pressão sobre o cotovelo ou que exijam o esforço muscular mantido
dos músculos extensores do punho.
- Gelo: Aplique uma
compressa de gelo na área lesada,
colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
- Compressão: poderá utilizar uma cotoveleira compressiva
específica para reduzir o inchaço e proteger o músculo e tendão de novas
agressões.
- Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como
o paracetamol são geralmente úteis. Ocasionalmente, analgésicos mais fortes
podem ser necessários. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o
diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.
Nesta primeira
fase, que pode durar entre 2 dias e 2 semanas, deverá ser identificada a origem
dos sintomas, e dadas indicações para a correcção do gesto que desencadeou a
lesão. Numa segunda fase o objectivo principal será recuperar a força e
mobilidade completas, as seguintes técnicas poderão ser utilizadas:
- Massagem de mobilização
suave dos tecidos deve começar logo após a primeira fase. À medida que o
paciente for recuperando deverá ser introduzida massagem transversal profunda
para uma correcta cicatrização e reorganização do tecido muscular.
- Exercícios de
alongamento progressivo dos extensores do punho, que deverão ser mantidos por
algum tempo depois do final da recuperação
- Fortalecimento
muscular dos extensores do punho e dedos, de inicio estático, no entanto, assim
que a dor permitir, deverão ser introduzidos exercícios de fortalecimento
excêntrico.
Se os
sintomas não aliviarem após 6-12 meses de tratamento conservador, a cirurgia poderá ser recomendada.
A maioria dos procedimentos
cirúrgicos para epicondilalgia, envolvem a remoção da parte de músculo lesada e reinserção da parte muscular saudável no osso.
Exercícios terapêuticos para a
epicondilalgia lateral do cotovelo
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma
epicondilalgia lateral do cotovelo. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição
de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Alongamento
dos extensores do punho
Em pé ou sentado, estenda o braço para a frente
alinhado com o ombro, com a palma da mão virada para si. Com a outra mão puxe
os dedos em direcção a si. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Flexão/extensão do punho
Com o antebraço apoiado. Dobre o punho, ficando com a palma da
mão virada para si e os dedos para baixo. Rode o punho para cima, ficando a
palma da mão virada para a frente e os dedos para cima
Repita entre 15 a 30 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Fortalecimento
dos extensores do punho
Com o antebraço apoiado e um peso na mão. Puxe o peso
para cima. Mantenha a posição durante 8 segundos. Desça lentamente para a
posição inicial.
Repita 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum
sintoma
Antes de iniciar estes exercícios você deve
sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.