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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Síndrome de pinçamento do cotovelo (túnel cubital)


A síndrome de pinçamento posterior do cotovelo (ou do túnel cubital) deve-se ao uso excessivo e ao movimento repetitivo de extensão forçada do cotovelo. Isso pode ocorrer durante a prática desportiva, em desportos como o ténis, o voleibol, a natação ou o boxe. Com a extensão repetitiva, a ponta do olecrâneo é pressionada contra a cavidade óssea na parte de trás do cotovelo, o que resulta na inflamação da membrana sinovial da cápsula articular, podendo evoluir para uma lesão da cartilagem e do osso. Esporões ósseos podem por vezes formar-se na ponta do olecrâneo aumentando o risco de lesão, pela alteração que provocam na extremidade óssea.
O risco de lesão aumenta durante gestos que incorporem forças de cisalhamento, derivadas a posições de valgo forçado do cotovelo (tensão que abre o lado interno da articulação do cotovelo).
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Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Dor e sensibilidade na parte de trás do cotovelo
  • Dor que agrava com actividades que envolvam a extensão forçada do cotovelo
  • Pode sentir bloqueios da articulação durante o movimento
  • Poderá haver ligeiro inchaço na face posterior do cotovelo
  • Rigidez do cotovelo e, numa fase mais avançada, incapacidade de endireitar o cotovelo.

O diagnóstico de uma síndrome de pinçamento posterior do cotovelo é normalmente clínico, baseando-se nos sintomas, na história clínica e no exame físico ao doente. O seu médico poderá pedir um raio-X para descartar fracturas do olecrâneo ou a presença de esporões ósseos. Certifique-se de dizer ao seu médico se já magoou o cotovelo anteriormente ou se tem uma história de artrite reumatóide ou doença do sistema nervoso.
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Tratamento

         A maioria dos pacientes com síndrome de pinçamento posterior do cotovelo reage bem ao tratamento com fisioterapia. O tratamento, no caso de a lesão se encontrar numa fase aguda, tem como objectivo inicial controlar os sinais inflamatórios, através de:
Descanso: Evite actividades que coloquem pressão sobre o cotovelo ou que exijam a extensão brusca e forçada da articulação.
Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
Compressão: poderá utilizar uma cotoveleira compressiva específica para reduzir o inchaço e proteger o músculo e tendão de novas agressões.
Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como o paracetamol são geralmente úteis. Ocasionalmente, analgésicos mais fortes podem ser necessários. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.
Após esta primeira fase o objectivo principal será recuperar a força e mobilidade completas, as seguintes técnicas poderão ser utilizadas:
  • Mobilização do cotovelo sob tracção.
  • Exercícios de alongamento progressivo dos flexores do cotovelo.
  • Aplicação de ultra-sons da zona de dor.
  • Fortalecimento muscular dos extensores e flexores do cotovelo, de inicio estático, no entanto, assim que a dor permitir, deverão ser introduzidos exercícios de fortalecimento dinâmico.
  • Reeducação do gesto desportivo
  • Uma infiltração com cortico-esteróides dada na zona dos sintomas por um ortopedista pode aliviar temporariamente a dor

No caso de o tratamento conservador falhar, e os sintomas se mantiverem por mais de 3 meses, a cirurgia pode ser indicada. A excisão artroscópica e o desbridamento são os métodos mais utilizados.

Exercícios terapêuticos para a síndrome de pinçamento do cotovelo

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma síndrome de pinçamento do cotovelo. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.


 

Mobilização do cotovelo
Em pé, com os braços ao longo do corpo. Dobre o mais possível os cotovelos. Retorne lentamente à posição inicial.
Repita entre 15 a 30 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.


 

Fortalecimento dos extensores radiais do punho
Com o ombro alinhado com o tronco, cotovelo a 90o e polegar virado para cima. Fixe o punho com a outra mão e puxe o elástico para cima e em direcção a si. Apenas a mão se deve mover.
Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.



Propriocepção do punho
Agarrando uma bola na mão, faça movimentos circulares com o punho enquanto pressiona a bola.
Repita entre 20 e 30 movimentos, desde que não desperte nenhum sintoma.




Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.


sexta-feira, 29 de março de 2013

Rutura do bicípite


O músculo bicípite localiza-se na face anterior do seu braço e permite-lhe dobrar o cotovelo e rodar o antebraço para cima. Também ajuda a manter o ombro estável.
A extremidade superior do bicípite tem dois tendões que se unem aos ossos do ombro. A cabeça longa insere-se no topo da articulação do ombro (glenóide). A cabeça curta insere-se numa proeminência óssea anterior da omoplata, o processo coracóide.
A extremidade inferior do bicípite tem um tendão, chamado de tendão bicipital, que se insere na tuberosidade radial, uma pequena protuberância num dos ossos do antebraço (rádio) perto do seu cotovelo.
A cabeça longa do tendão do bicípite é mais frequentemente lesada (representa 90-97% de todas as rupturas do bicípite). Isto porque, devido ao seu trajecto ao longo da articulação do ombro, este tendão fica mais vulnerável ao desgaste por sobre-uso, principalmente durante movimentos de elevação do braço. No entanto, como o bicípite tem duas inserções no ombro, e a cabeça curta raramente é lesada, muitas pessoas conseguem ter força e amplitude de movimento mesmo depois de uma ruptura completa da cabeça longa. Este tipo de lesão pode ter associada uma ruptura da coifa dos rotadores.
A ruptura do tendão bicipital é muito rara. Mais uma vez, outros músculos do braço podem substituir o tendão lesado, geralmente resultando em pleno movimento e função razoável. Porém, se for deixado sem correcção cirúrgica, o braço terá uma redução de 30% a 40% na força, principalmente na rotação do antebraço (supinação). A principal causa para uma ruptura do tendão bicipital é uma lesão súbita, como levantar uma caixa demasiado pesada do chão. Este tipo de lesão raramente está associada a outras condições médicas.

Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Dor aguda de início súbito, na parte superior do braço
  • Por vezes poderá ter a sensação de ruptura no ombro ou no cotovelo.
  • Cãibras no bicípite
  • Hematoma a partir do meio do braço em direcção ao cotovelo
  • Fraqueza muscular no ombro e no cotovelo, dificuldade a virar a palma da mão para cima ou puxar o antebraço para cima.
  • Nos casos de ruptura do tendão bicipital pode observar-se uma protuberância na parte superior do braço criada pelo encurtamento do músculo.

Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica e exame atento do ombro e cotovelo, incluindo à sua função motora, é geralmente suficiente para o diagnóstico de uma ruptura do bicípite. A confirmação do diagnóstico deve ser feita através de uma ecografia ou RM, que servirá também para avaliar a gravidade da ruptura.

Tratamento

Os pacientes com ruptura do tendão bicipital devem pensar ponderadamente a decisão de prosseguir com um tratamento conservador, já que restaurar cirurgicamente a função do tendão mais tarde pode não ser possível. Nestes casos o tendão deve ser reparado nas primeiras 2-3 semanas após a lesão. Após este tempo, o tendão começa a cicatrizar em encurtamento, sendo depois muito difícil de o recuperar.
Já a ruptura na cabeça longa do bicípite, para muitas pessoas, resolve-se ao longo do tempo. A ligeira falta de força pode nem incomodar, principalmente a pacientes mais idosos ou inactivos. Por isso, caso não tenha danificado alguma estrutura mais crítica, como a coifa dos rotadores, o tratamento conservador é a opção mais razoável. Este pode incluir:
Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como o paracetamol geralmente são úteis em rupturas do bicípite. Ocasionalmente, os analgésicos mais fortes podem ser necessários. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.
Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
Descanso: Evite os movimentos que provocam os sintomas. Evite gestos repetitivos dos membros superiores. Poderá aplicar um sling para dar maior suporte e proporcionar descanso ao braço
Fisioterapia: o tratamento poderá demorar entre 2-6 semanas, dependendo do mecanismo de lesão, da sua gravidade e da condição física do paciente. Poderá incluir:
  • Massagem de mobilização de tecidos sobre a zona do tendão e músculo.
  • Quando a dor permitir iniciar exercícios de mobilidade do ombro
  • Aplicação de ultra-sons no local da ruptura
  • Exercícios de reforço muscular dos músculos do braço e da coifa dos rotadores, desde que não provoque dor.
  • Reintrodução gradual ao desporto/actividade, começando com exercícios de treino, sem contacto e lentamente aumentar o grau de exigência dos exercícios.

Nos casos de ruptura completa do tendão, que não apresentam melhorias ao final de 6 semanas de tratamento conservador ou de profissionais/desportistas que necessitem de força e amplitude de movimentos completa para realizar a sua actividade, o tratamento cirúrgico poderá ser o mais indicado. Após a cirurgia o braço será colocado em repouso num sling durante 2-4 semanas, período após o qual se deverá inicial um plano de tratamento em fisioterapia.

Exercícios terapêuticos para as rupturas do bicípite

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma ruptura do bicípite. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.

Alongamento do bicípite
De joelhos, com as costas alinhadas, apoie os punhos numa mesa/cadeira, com as palmas das mãos viradas para cima. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.




Fortalecimento dos supinadores do antebraço
Em pé, com o cotovelo a 90o e encostado ao tronco, com o elástico na palma da mão, virada para baixo. Rode a a mão para cima e volte lentamente á posição inicial.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.


Fortalecimento do bicípite
Com o cotovelo a 90o e encostado ao tronco, e a palma da mão virada para cima. Com a outra mão ofereça resistência, impedindo o antebraço de se mover. Faça força para dobrar o cotovelo.  Mantenha a pressão por 8 segundos.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.


  


Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.




quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Epicondilite lateral do cotovelo


A epicondilite lateral do cotovelo, ou cotovelo de tenista, é a síndrome de sobre-uso mais comum de todas e está associada a movimentos excessivos de extensão do punho e dedos.
Esta lesão envolve os músculos e tendões do antebraço, que se estendem desde o punho e dedos até se inserirem, através dos seus tendões, no epicondilo umeral, na face lateral do cotovelo. O tendão mais comummente lesado é o extensor radial curto do carpo.
A inflamação específica raramente está presente pelo que o termo epicondilite, originalmente usado para descrever o espectro de lesões que iam desde a inflamação do tendão à ruptura parcial, foi substituído pelo mais genérico epicondilalgia do cotovelo.
Esta lesão, causada pelo uso excessivo ou por esforços repetitivos dos extensores do punho, é frequentemente observada em praticantes de ténis, badmington ou squash, mas também é cada vez mais comum em outras actividades repetitivas, como na pintura ou no teclar.
Nos atletas, dois tipos de início dos sintomas são comummente vistos:
  • Início súbito: ocorre num único momento de esforço, em alguns gestos bruscos durante o desporto. Pensa-se que isto corresponderá a uma micro-ruptura no tendão.
  • Início tardio: normalmente ocorre dentro de 24-72 horas após um intenso período de extensão do punho, principalmente em atleta impreparados. Alguns exemplos podem incluir um jogador de ténis com uma nova raquete ou o jogador de fim-de-semana que fez um esforço excessivo.


Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Dor cerca de 1-2 cm abaixo e do lado de fora do cotovelo (epicôndilo lateral)
  • Falta da força muscular do punho com dificuldade em fazer tarefas simples como abrir uma maçaneta de porta ou apertar a mão a alguém.
  • Dor na parte externa do cotovelo, quando se estende mão e dedos para trás contra resistência.
  • Dor ao pressionar (palpação), logo abaixo do epicôndilo lateral do lado de fora do cotovelo.

O diagnóstico de uma epicondilalgia lateral do cotovelo é normalmente clínico, baseando-se nos sintomas, na história clínica e no exame físico ao doente. Certifique-se de dizer ao seu médico se já magoou o cotovelo anteriormente ou se tem uma história de artrite reumatóide ou doença do sistema nervoso.

Tratamento

                A maioria dos pacientes com epicondilalgia lateral do cotovelo reage bem ao tratamento com fisioterapia. O tratamento, no caso de a lesão se encontrar numa fase aguda, tem como objectivo inicial controlar os sinais inflamatórios, através de:
  • Descanso: Evite actividades que coloquem pressão sobre o cotovelo ou que exijam o esforço muscular mantido dos músculos extensores do punho.
  • Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
  • Compressão: poderá utilizar uma cotoveleira compressiva específica para reduzir o inchaço e proteger o músculo e tendão de novas agressões.
  • Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como o paracetamol são geralmente úteis. Ocasionalmente, analgésicos mais fortes podem ser necessários. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.

Nesta primeira fase, que pode durar entre 2 dias e 2 semanas, deverá ser identificada a origem dos sintomas, e dadas indicações para a correcção do gesto que desencadeou a lesão. Numa segunda fase o objectivo principal será recuperar a força e mobilidade completas, as seguintes técnicas poderão ser utilizadas:
  • Massagem de mobilização suave dos tecidos deve começar logo após a primeira fase. À medida que o paciente for recuperando deverá ser introduzida massagem transversal profunda para uma correcta cicatrização e reorganização do tecido muscular.
  • Exercícios de alongamento progressivo dos extensores do punho, que deverão ser mantidos por algum tempo depois do final da recuperação
  • Fortalecimento muscular dos extensores do punho e dedos, de inicio estático, no entanto, assim que a dor permitir, deverão ser introduzidos exercícios de fortalecimento excêntrico.

Se os sintomas não aliviarem após 6-12 meses de tratamento conservador, a cirurgia poderá ser recomendada. A maioria dos procedimentos cirúrgicos para epicondilalgia, envolvem a remoção da parte de músculo lesada e reinserção da parte muscular saudável no osso.

Exercícios terapêuticos para a epicondilalgia lateral do cotovelo

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma epicondilalgia lateral do cotovelo. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.


Alongamento dos extensores do punho
Em pé ou sentado, estenda o braço para a frente alinhado com o ombro, com a palma da mão virada para si. Com a outra mão puxe os dedos em direcção a si. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.



 Flexão/extensão do punho
Com o antebraço apoiado. Dobre o punho, ficando com a palma da mão virada para si e os dedos para baixo. Rode o punho para cima, ficando a palma da mão virada para a frente e os dedos para cima
Repita entre 15 a 30 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.



 Fortalecimento dos extensores do punho
Com o antebraço apoiado e um peso na mão. Puxe o peso para cima. Mantenha a posição durante 8 segundos. Desça lentamente para a posição inicial.
Repita 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma


Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Tendinite dos adutores da coxa


Os adutores são um conjunto de músculos que se estendem pela face interna da coxa, desde a virilha até ao joelho. Este grupo muscular é composto por cinco músculos, que são divididos em adutores curtos e longos. O pectíneo, o adutor curto e o adutor longo vão desde a pélvis até ao fémur e por isso são denominadas adutores curtos. O adutor magno e o gracilis vão desde a pélvis até à face interna do joelho e por isso são denominados adutores longos.
A principal função dos adutores é puxar os membros inferiores para a linha média, um movimento chamado de adução. Durante a marcha, eles são activados para puxar o membro inferior oscilante para o centro de forma a manter o equilíbrio. Também são usados extensivamente na corrida, futebol, corrida de obstáculos e qualquer desporto que exija mudanças rápidas de direcção.
A tendinopatia dos adutores da coxa é uma lesão de sobreuso causada por pequenas lesões (conhecidas como microrupturas) associadas ao uso excessivo do tendão. Se, depois de cada microrupturas, não for dado tempo de recuperação suficiente, o tendão não se restabelece na totalidade. Isto significa que ao longo do tempo, os danos no tendão vão-se acumulando, podendo dar origem a uma tendinopatia dos adutores da coxa.
Estas lesões são mais frequentes no tendão do longo adutor, próximo à sua inserção na pélvis. Em alguns casos, a inflamação pode alastrar-se à sinfíse púbica e à inserção dos abdominais.
Caso continue a forçar em demasiado este grupo muscular, mesmo após os primeiros sintomas, existe a possibilidade de a condição evoluir para uma ruptura da unidade músculo-tendão dos adutores, tornando o prognóstico de recuperação bastante pior.
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Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Dor na virilha, na inserção dos músculos adutores, que pode irradiar para a perna.
  • Dor no movimento de adução resistida (puxar a perna para dentro)
  • Dor à palpação da inserção dos adutores, próximo à pélvis.
  • Dificuldade em correr, especialmente em sprints e em mudanças de direcção.

Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica e exame atento da anca, sínfise púbica e coxa são geralmente suficientes para diagnosticar uma tendinopatia dos adutores da coxa. Um raio-X ou ecografia podem ser pedidos para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade da lesão.
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Tratamento

Uma vez que a tendinopatia dos adutores da coxa é uma das lesões tendinosas com maior risco de se tornar crónica, é imperativo que o tratamento comece logo que os primeiros sintomas são sentidos. O tratamento deverá incluir:
  • Descanso: Evite as actividades que originaram a dor. Por norma são aconselhados 5 dias de repouso até recomeçar com alguma actividade física suave.
  • Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente. Deve ser utilizado apenas na fase inflamatória (os primeiros 2-3dias)
  • Analgésicos e anti-inflamatórios não-esteróides poderão ser receitados pelo médico para controlar o processo inflamatório e aliviar as dores.

O tratamento em fisioterapia é fundamental para a boa recuperação do tendão, que pode demorar até 6 meses numa lesão crónica, e deve envolver:
  • Alongamentos suaves dos músculos adutores são muito importantes e deverão ser repetidos 3 a 5 vezes por dia. Poderão ser iniciados após o 2º dia, desde que não provoquem dor.
  • Exercícios de fortalecimento muscular progressivo do quadricípite, abdutores e principalmente dos adutores. Iniciar entre o 3º e o 5º dia com exercícios estáticos, e, desde que não cause dor, progredir para exercícios dinâmicos.
  • A aplicação de calor antes dos exercícios para aumentar a irrigação sanguínea e de gelo no final para prevenir sinais inflamatórios.
  • Massagem transversal profunda em dias alternados poderá estimular a reorganização das fibras do tendão.
  • Na última fase do tratamento deve ser introduzida a reeducação do gesto desportivo. Assim que não tiver dor ou inchaço e tiver uma amplitude de movimento e força iguais em ambos os membros inferiores poderá reiniciar a sua actividade. É natural que nos primeiros dias sinta desconforto na virilha no final do treino/trabalho, no entanto, se os sintomas não tiverem passado no dia seguinte, deve reduzir a intensidade da actividade.
  • Depois da reintrodução à actividade alguns alongamentos e exercícios de fortalecimento devem ser mantidos para prevenir recidivas.

Tratamento Cirúrgico
É tido como um último recurso, em parte por existir pouca evidência convincente para apoiar o uso da cirurgia em vez do tratamento conservador. A cirurgia consiste na remoção da área afectada do tendão, ou na execução de pequenos cortes nas laterais do tendão, com o intuito de diminuir a tensão sobre o seu terço médio.
Um programa intensivo de reabilitação é normalmente recomendado após a cirurgia. A utilização de exercícios de fortalecimento muscular excêntrico pode ajudar a estimular a recuperação do tendão.

Exercícios terapêuticos para as tendinopatias nos adutores da coxa

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma tendinopatia dos adutores da coxa. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.

Alongamento dos adutores da coxa
Em pé, com as pernas afastadas, empurre a bacia para o lado contrário ao músculo a alongar, de seguida, com as costas alinhadas, incline ligeiramente o tronco à frente até sentir o alongamento na região interna da coxa e virilha. Mantenha a posição durante 20 segundos. Alivie lentamente a pressão.
Repita entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.



 

Fortalecimento dos adutores da coxa
Em pé, apoiado numa cadeira, com um elástico no tornozelo da perna a fortalecer. Com a perna esticada, puxe o pé para junto do outro. Regresse lentamente à posição inicial.
Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.




Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.

Cetin C, Sekir U, Yildiz Y, Aydin T, Ors F, Kalyon TA. Chronic groin pain in an amateur soccer player. Br J Sports Med. 2004 Apr;38(2):223-4.
Holmich P, Larsen K, Krogsgaard K, Gluud C. Exercise program for prevention of groin pain in football players: a cluster-randomized trial. Scand J Med Sci Sports. 2010 Dec;20(6):814-21.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Dedo em mola

O dedo em mola representa uma limitação do movimento no dedo afectado, que irá bloquear ouprender” quando tentar estender o dedo.
Esta condição pode afectar qualquer um dos cinco tendões flexores dos dedos, na palma da mão.
Os tendões são estruturas semelhantes a cabos resistentes, que ligam o músculo ao osso. Ao contrair os músculos, os tendões transmitem a sua força, puxando os ossos e movimentando assim as diferentes partes do corpo.
Os músculos responsáveis por dobrar os dedos da mão estão localizados no antebraço, acima do punho. Tendões flexores longos prolongam-se a partir do músculo, através do punho até aos pequenos ossos dos dedos e do polegar. Assim, quando dobra ou estende um dedo, o tendão flexor desliza através de um túnel apertado, chamado de bainha de tendão, que mantém o tendão próximo aos ossos dos dedos.
Um determinado tendão flexor pode ficar irritado devido às passagens repetitivas pela sua bainha. À medida que a lesão vai evoluindo, o tendão pode engrossar e podem formar-se nódulos, tornando a passagem do tendão através da sua bainha mais difícil. Devido à inflamação, a bainha em si também pode engrossar, diminuindo o espaço para a passagem do tendão.
A causa do dedo em mola é desconhecida, no entanto existem alguns factores que aumentam o risco de desenvolver esta condição:
  • Dedos em mola são mais comuns em mulheres do que homens.
  • Ocorrem mais frequentemente em pessoas entre os 40-60 anos de idade.
  • Dedos em mola são mais comuns em pessoas com determinados problemas médicos, tais como diabetes e artrite reumatóide.
  • Dedos em mola podem desenvolver-se devido a actividades que exijam preensão mantida durante longos períodos de tempo.

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Sinais e sintomas/ Diagnóstico

Os sintomas do dedo em gatilho geralmente começam sem nenhum traumatismo específico, embora possam surgir a seguir a um período de uso intensivo da mão.
  • Uma proeminência circular, semelhante a um quisto, à palpação na base do dedo
  • Ligeiro inchaço
  • Sensação de “prender” ao tentar estender o dedo dobrado. Sensação de estalo da articulação quando a extensão é forçada.
  • Dor ao estender e dobrar o dedo
  • A rigidez e a sensação de “prisão” tende a ser pior após a inactividade, como quando acorda pela manhã.
  • Em casos graves de dedo em mola, poderá não conseguir esticar o dedo, mesmo com ajuda.

Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica e exame atento do punho, mão e dedos, é geralmente suficiente para o diagnóstico de um dedo em mola.
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Tratamento

O primeiro objectivo no tratamento do dedo em mola é diminuir a inflamação do tendão e bainha. De inicio a abordagem preferencial será com tratamento conservador, através de:
  • Descanso: Evitar actividades que causam dor e inchaço. Muitas vezes o repouso selectivo de algumas actividades mais forçadas é suficiente para que os sintomas desapareçam.
  • Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
  • Exercícios de alongamento suave dos tendões afectados
  • Órteses ou talas: Apesar de terem sido muito utilizadas, neste momento acredita-se que a longo prazo provocam limitações articulares sérias, pelo que o seu uso é contra-indicado.
  • Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como o paracetamol são geralmente úteis. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.
  • As injecções de cortico-esteróides proporcionam alívio dos sintomas, no entanto estes tendem a voltar entre 3-6 meses após a injecção.

Quando o tratamento conservador se revela ineficaz, a cirurgia é uma opção. O objectivo da cirurgia é alargar o espaço do túnel para que o tendão possa deslizar mais facilmente. Isso geralmente é feito em ambulatório, ou seja, você não vai precisar passar a noite no hospital. A cirurgia é realizada através de uma pequena incisão na palma da mão. A bainha do tendão do túnel é cortada e quando cicatriza o tendão já terá mais espaço para se movimentar. Geralmente, logo após a cirurgia será capaz de movimentar o dedo, e ao final de poucas semanas a recuperação estará completa.
Por norma, se o paciente apresentava rigidez articular antes da cirurgia, durante a recuperação deverá seguir um plano de exercícios terapêuticos elaborado por um fisioterapeuta de forma a prevenir aderências durante a cicatrização e garantir a mobilidade completa.

Exercícios terapêuticos para dedo em mola

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação do dedo em mola. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.

Alongamento dos extensores do punho
Em pé ou sentado, estenda o braço para a frente alinhado com o ombro, com a palma da mão virada para si. Com a outra mão puxe os dedos em direcção a si. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.



Alongamento dos flexores do punho
Em pé ou sentado, estenda o braço para a frente alinhado com o ombro, com a palma da mão virada para a frente. Com a outra mão puxe os dedos em direcção a si. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.



Propriocepção do punho
Agarrando uma bola na mão, faça movimentos circulares com o punho enquanto pressiona a bola.
Repita entre 20 e 30 movimentos, desde que não desperte nenhum sintoma.




Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.