segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Fractura das costelas


A caixa torácica, formada pela coluna vertebral, pelo esterno e pelas costelas serve de protecção a órgãos internos sensíveis, como o coração, pulmões e fígado.
As fracturas das costelas são as lesões mais comuns após traumatismo torácico (10% de todos os pacientes admitidos após trauma torácico fechado tem uma ou mais fracturas de costelas) sendo responsáveis por mais de metade das lesões torácicas traumáticas penetrantes. Estas fracturas raramente são fatais em si, no entanto podem ser um indicador de lesões viscerais mais graves.
O mecanismo de lesão mais comum em idosos é a queda da própria altura. Em adultos é o acidente de automóvel e nos jovens, na maioria das vezes, são fracturas decorrentes de actividades recreativas e desportivas.
Devido aos órgãos que estão próximos as fracturas nas costelas podem causar problemas secundários como atelectasia e pneumonia. Quando existem múltiplas fracturas a função do músculo diafragma e das articulações costovertebrais poderá estar afectada, causando insuficiência ventilatória. Fragmentos de costelas fracturadas podem também actuar como objectos penetrantes, causando hemotórax ou pneumotórax. As costelas quatro a nove (4-9) são as mais comummente afectadas.
Para além das causas traumáticas, as costelas também poderão sofrer fracturas de stress, causadas pela contracção excessiva dos músculos que se inserem nas costelas, como o serrátil anterior. Jogadores de golfe tendem a sofrer fracturas de stress da primeira costela por contracções repetitivas do músculo escaleno anterior (no pescoço). Remadores tendem a sofrer fracturas de stress nas costelas 4 ou 5 por contracções do músculo serrátil anterior.

Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Dor nas costelas ou na área superior do tórax
  • Dor ao tossir e respirar profundamente
  • Inchaço e hematomas na região da fractura
  • Sensibilidade ao toque na área da fractura

Muitas vezes as fracturas de stress não são visíveis no raio-X, pelo que é essencial uma boa avaliação clínica tórax e coluna vertebral para ajudar no diagnóstico de uma fractura das costelas. Exames adicionais (TAC ou RM) podem ser necessários para confirmar o diagnóstico.

Tratamento

        Para as fracturas em que os dois topos da fractura estão desalinhados o ortopedista realizará o realinhamento da fractura por manipulação cuidadosa sob anestesia; para as fracturas em mais que um local do osso, geralmente o tratamento é cirúrgico, por fixação interna (utilizando placas e parafusos) para estabilizar a fractura. Ambas as situações são seguidas de imobilização por um período não inferior a 4 semanas. As fracturas de stress são geralmente tratadas de forma conservadora, através de repouso e analgésicos/anti-inflamatórios.
No período após imobilização deve ser iniciado um programa de fisioterapia. As técnicas que revelam maior eficácia nesta condição:
Descanso: Evite caminhar ou estar muito tempo de pé. Evite movimentos exagerados da coluna vertebral.
Analgésicos e anti-inflamatórios não-esteróides poderão ser receitados pelo médico para controlar o processo inflamatório e aliviar as dores.
Mobilização articular dos membros superiores de forma a manter as amplitudes articulares e força muscular
Exercícios respiratórios e de expansibilidade torácica permitem a mobilização da caixa torácica sem provocar demasiada pressão sobre a estrutura óssea.

Exercícios terapêuticos para fracturas nas costelas

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação, por tratamento conservador, de uma fracturas nas costelas, e após a confirmação de que a fractura está consolidada. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.


Adução das omoplatas
Em pé ou sentado, com os cotovelos dobrados. Puxe os ombros e cotovelos para trás e para baixo. Mantenha a posição durante 8 segundos. Retorne lentamente à posição inicial.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.


 

Extensão da coluna torácica
Sentado, com as mãos atrás da cabeça. Inspire fundo enquanto roda os cotovelos para fora e alonga o tronco nas costas da cadeira. Expire lentamente, retornando à posição inicial.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.



  
Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.


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