sexta-feira, 11 de abril de 2014

Teste de Windlass

Descrição
É utilizado para testar a presença de deficiências fasciais e ligamentares do pé.



Técnica
O paciente fica de pé num banquinho com as cabeças dos metatarsos fora da borda do banco. O paciente é instruído a colocar o mesmo peso em ambos os pés. O fisioterapeuta estende passivamente a primeira falange, permitindo que a articulação interfalângica se flexione. O teste é considerado positivo se a extensão passiva levar ao final de movimento ou até que a dor do paciente seja reproduzida.





Neumann, Donald. Kinesiology of the Musculoskeletal System. 2nd Edition. Mosby Printing Inc.


Outros testes para as articulações do tornozelo e pé:


Teste para a síndrome do túnel do tarso

Descrição
Este teste é utilizado para averiguar a presença de síndrome do túnel do tarso ou compressão do nervo tibial posterior. 



Técnica
Com o paciente sentado, o fisioterapeuta faz dorsiflexão máxima do tornozelo, eversão do pé, e estende os dedos do pé. De seguida, mantém esta posição por 5-10 segundos enquanto bate sobre o túnel do tarso (posterior ao maléolo medial). O teste é considerado positivo quando existem queixas de sensibilidade no nervo e/ou sinal de Tinel.




Neumann, Donald. Kinesiology of the Musculoskeletal System. Second. Mosby Publishing Inc., 2010. 609-613.


Outros testes para as articulações do tornozelo e pé:



terça-feira, 8 de abril de 2014

Teste de queda do navicular

Descrição
Este teste é utilizado para avaliar pés pronadores, muitas vezes devido a alterações no tendão do tibial posterior.



Técnica
Com o paciente de pé, deve pedir-se que o paciente passe o peso todo para o membro contralateral. Nesta posição medir a altura da tuberosidade do navicular. Logo de seguida pedir para o paciente equilibrar o peso de igual forma pelos dois membros e voltar a fazer a mesma medição. Uma diferença maior que 10 mm é considerada significativa e indicativa de pronação excessiva do pé.




Flynn, Timothy. User's Guide to the Musculoskeletal Examination. Evidence in Motion, 2008.

Outros testes para as articulações do tornozelo e pé:



domingo, 6 de abril de 2014

Teste para Neuromas Interdigitais

Descrição
Este teste tem o propósito de testar a presença de um neuroma interdigital



Técnica
O fisioterapeuta suporta os dois metatarsos contíguos entre os quais suspeita da pesença de uma neuroma. De seguida move o metatarso para a frente e para trás enquanto os comprime. O teste é considerado positivo se os sintomas do paciente são reproduzidos. Muitas vezes, estes sintomas são descritos como picada, queimação, formigueiro ou dores.





Teste de compressão para a sindesmose tibio-peroneal

Descrição
Este teste ajuda a identificar lesões na sindesmose tibioperoneal.



Técnica
O fisioterapeuta entrelaça os dedos e agarra a perna do paciente entre as extremidades hipotenares, movimentando as mãos ao longo dos gastrocnémios com movimentos de compressão e descompressão. O teste é considerado positivo se o paciente sente dor em alguma das áreas da sindesmose.



Flynn, Timothy. Users' Guide to Musculoskeletal Examination. USA: Evidence in Motion, 2008.


Outros testes para as articulações do tornozelo e pé:



Teste de tilt do Talus

Descrição
O objetivo deste teste é avaliar lesões nos ligamentos laterais do tornozelo.



Técnica
O paciente está sentado com com as pernas fora da marquesa. O fisioterapeuta estabiliza a perna numa posição neutra e faz inversão do tornozelo, determinando a quantidade de movimento disponível. O teste é considerado positivo quando é observada maior laxidez comparativamente ao lado não afectado.



Docherty, Carrie. "Reliability of the Anterior Drawer and Anterior Tilt Tests using the Ligmaster Joint Arthometer." 2009. 
Neumann, Donald. Kinesiology of the Musculoskeletal System. 2nd Edition.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Mamografia - Será realmente importante?

As neoplasias da mama não palpáveis e detetadas por mamografia são mais pequenas que as detetadas pelo exame físico o que lhes confere um melhor prognóstico.
A mamografia periódica é feita com o intuito de reduzir a mortalidade por cancro da mama.

Para avaliar o benefício da mamografia periódica e da palpação mamária na redução da mortalidade por cancro da mama foi iniciado no Canadá, em 1980, um estudo randomizado e controlado em 89 835 mulheres, com idades entre os 40 e 59 anos. 


Foram incluídas apenas as mulheres que cumprissem o critério da idade, não tivessem realizado nenhuma mamografia nos últimos 12 meses, não se encontrassem grávidas e não tivessem antecedentes de neoplasia mamária. Foram então divididas, aleatoriamente, em dois grupos: o “grupo da mamografia”, em que durante 5 anos realizaram mamografia anualmente e palpação mamária por profissionais treinados e no “grupo controlo” em que preenchiam anualmente um questionário e, caso tivessem mais de 50 anos, também seriam submetidas a palpação mamária, sendo o restante acompanhamento feito no âmbito dos cuidados primários de saúde.

O período de rastreio ocorreu nos primeiros 5 anos após a randomização e o período de follow-up foi a partir do 6º até ao 25º anos.


RESULTADOS

Legenda: mortes           Ca- cancro


Durante todo o período do estudo, 3250 mulheres no grupo mamografia e 3133 no grupo controlo tiveram o diagnóstico de cancro de mama, e 500 e 505, respectivamente, morreram por esse motivo. Assim, a mortalidade por cancro de mama foi semelhante entre as mulheres nos dois grupos.

Após 15 anos de follow-up um remanescente de 106 cancros foi observado no grupo da mamografia, atribuível ao sobrediagnóstico representando 22% de todos os tumores invasivos detectados, ou seja, uma em cada 424 mulheres que realizaram a mamografia.

Os resultados deste estudo podem não ser generalizáveis a todos os países, podendo a deteção precoce ser mais benéfica nas comunidades onde a maioria dos cancros que se apresentam clinicamente são de grandes dimensões e nódulo positivo.

No entanto, nos países tecnicamente avançados a mamografia anual em mulheres com idades entre 40 e os 59 anos não reduziu mais a mortalidade do que o exame físico e cuidados gerais. Os dados sugerem portanto que o valor da mamografia deve ser reavaliado.


“Twenty five year follow-up for breast cancer incidence and mortality of the Canadian National Breast Screening Study: randomised screening trial”, BMJ 2014;348:g366, Published 11 February 2014

 Autora:
Dra. Maria Clara Baldaia
Interna Complementar de Medicina Geral e Familiar na USF Santa Luzia