Mostrar mensagens com a etiqueta lúpus eritematoso sistémico. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta lúpus eritematoso sistémico. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 8 de março de 2013

Lúpus eritematoso sistémico

O lúpus eritematoso é uma doença autoimune que se pode manifestar de várias formas diferentes, incluindo: lúpus eritematoso discóide (LED), lúpus eritematoso sistémico (LES), lúpus induzido por drogas e síndrome antifosfolipido. Nesta condição, clínica o corpo do paciente cria anticorpos contra suas próprias células. Estes anticorpos podem ser formados contra muitos tecidos e componentes diferentes do corpo, pelo que o lúpus eritematoso pode afectar quase qualquer área do corpo.
O lúpus eritematoso sistémico (LES) é uma doença crónica, reumática e inflamatória que pode afetar a pele, articulações, rins, pulmões, coração, sistema nervoso, sangue e mucosas, variando a sua apresentação de caso para caso.
Não há uma causa conhecida para o LES, mas a investigação afirma que a interação entre composição genética do sistema imunológico, equilíbrio hormonal, e meio ambiente poderia causar LES. Neste momento pensa-se que a autoimunidade possa ser factor mais preponderante para o aparecimento do LES.
 
 

Sinais e Sintomas/Diagnóstico

 
O LES pode afetar muitos órgãos do corpo, mas raramente afeta todos no mesmo paciente. A lista a seguir inclui sinais e sintomas comuns do LES ordenados do mais para o menos prevalente.
  • Os sintomas constitucionais (febre, mal-estar, fadiga, perda de peso): mais comummente fadiga e febre de baixo grau
  • Dores nas articulações (artralgia)
  • Artrite (articulações inflamadas)
  • Erupções cutâneas
  • Envolvimento pulmonar (sintomas incluem: dor no peito, dificuldade em respirar e tosse)
  • Anemia
  • Envolvimento dos rins (nefrite lúpica)
  • Sensibilidade ao sol ou luz (fotossensibilidade)
  • Perda de cabelo
  • Fenómeno de Raynaud
  • Envolvimento do SNC (convulsões, dores de cabeça, neuropatia periférica, neuropatia craniana, acidentes vasculares cerebrais, síndrome orgânica cerebral, psicose)
  • Úlceras na boca, nariz ou vaginal 
 
De acordo com a American Rheumatism Association, um doente deve apresentar, pelo menos, quatro dos seguintes critérios em simultâneo ou sucessivamente para serem diagnosticados com lúpus eritematoso sistémico.
  • Resultado anormal do teste de anticorpos antinucleares (ANA)
  • Eritema malar (mancha em forma de Borboleta presente na região malar de 95% dos pacientes com LES)
  • Eritema discóide
  • Anemia hemolítica, leucopenia, linfopenia, trombocitopenia
  • Desordens neurológicas: convulsões ou psicose
  • Artrite não-erosiva de duas ou mais articulações periféricas caracterizada por sensibilidade e inchaço
  • Ulcerações orais ou nasofaríngeas
  • Fotossensibilidade
  • Pleurite ou pericardite
  • Doenças renais: proteinúria profusa (> 0,5 gramas/dia) 
 

Tratamento

 
O tratamento médico para o LES assenta sobretudo na terapia medicamentosa e é baseado nos sintomas dos pacientes e no envolvimento sistémico. Os sintomas gerais na maioria das vezes respondem ao tratamento das outras manifestações clínicas. A febre isolada pode ser tratada com aspirina ou antiinflamatórios não-hormonais. Corticóides e imunossupressores (especialmente a ciclofosfamida) são indicados nos casos mais graves.
 
É recomendado o uso de antimaláricos como a cloroquina no caso de lesões cutâneas disseminadas. Caso não melhore pode associar-se prednisona em dose baixa a moderada por curto período de tempo.
Para além da terapia medicamentosa, a prevenção também é muito importante quando se lida com LES. Para pacientes com fotossensibilidade, os sintomas podem ser reduzidos se os pacientes forem cautelosos na quantidade de luz solar a que se expõem. Os pacientes com LES também são incentivados a levar um estilo de vida saudável, que inclui: Cessação do tabagismo, controlar o consumo de álcool, controlo do peso e exercício regular. O exercício é benéfico para pacientes com LES, porque diminui a sua fraqueza muscular, aumentando a resistência muscular. 
 
Tratamento em Fisioterapia
O Fisioterapeuta pode desempenhar um papel importante para os pacientes com LES durante e entre os períodos mais agudos da doença. A necessidade do paciente para a terapia física irá variar muito, dependendo dos sistemas implicados.
  • Educação: É essencial para os pacientes com lesões de pele terem uma educação apropriada sobre a melhor maneira de cuidar da sua pele e garantir que não experimentam lesões adicionais da pele.
  • Exercício aeróbio: Um dos sintomas mais comuns que os pacientes com LES experienciam é a fadiga generalizada que pode limitar suas atividades ao longo do dia. Num estudo de Tench e col, foi determinado que programas de exercícios aeróbios são mais bem sucedidos do que técnicas de relaxamento na diminuição dos níveis de fadiga dos pacientes com LES. O programa de exercício aeróbio consistiu em 30-50 minutos de atividade aeróbia (caminhada / natação / ciclismo), com uma frequência cardíaca correspondente a 60% do VO2máx. Um outro estudo concluiu que tanto o exercício aeróbio como exercícios de amplitude de movimento/fortalecimento muscular podem aumentar o nível de energia, a aptidão cardiovascular, a capacidade funcional e a força muscular em pacientes com LES.
  • Conservação de Energia: O Fisioterapeuta pode educar os pacientes sobre as técnicas adequadas de conservação de energia e as melhores formas de proteger as articulações que são suscetíveis a danos.
  • Para além disso, fisioterapeutas e pacientes com LES devem estar alerta para sinais e sintomas que sugerem uma progressão do LES, incluindo aqueles associados com necrose avascular, envolvimento renal e neurológico.


 Exercícios terapêuticos para um paciente com Lúpus Eritematoso Sistémico

 
Os seguintes exercícios poderão ser prescritos na reabilitação de um paciente com Lúpus Eritematoso Sistémico, dependendo da extensão lesão, áreas afectadas e estado evolutivo do paciente. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.


Alongamento lombar posterior
Deitado, com os joelhos dobrados. Agarre os joelhos com ambas as mãos e puxe-os suavemente em direcção ao peito. Mantenha a posição durante 20 segundos. Retorne lentamente à posição inicial.
Repita entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.





Mobilização do plexo braquial
Em pé, com a mão apoiada na parede atrás de si. Estique o cotovelo e incline e rode a cabeça para o lado contrário ao que está a mobilizar.
Repita entre 15 e 30 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.




Fortalecimento global
Em pé, com uma perna à frente e segurando um bastão. Dobre o joelho à frente enquanto expira e leva o bastão para cima. Deite o ar fora lentamente enquanto baixa o bastão e estica o joelho da frente. Mantenha sempre as costas alinhadas.
Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.

 
Antes de iniciar estes exercícios você devesempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.