sexta-feira, 3 de maio de 2013

Síndrome de pinçamento do cotovelo (túnel cubital)


A síndrome de pinçamento posterior do cotovelo (ou do túnel cubital) deve-se ao uso excessivo e ao movimento repetitivo de extensão forçada do cotovelo. Isso pode ocorrer durante a prática desportiva, em desportos como o ténis, o voleibol, a natação ou o boxe. Com a extensão repetitiva, a ponta do olecrâneo é pressionada contra a cavidade óssea na parte de trás do cotovelo, o que resulta na inflamação da membrana sinovial da cápsula articular, podendo evoluir para uma lesão da cartilagem e do osso. Esporões ósseos podem por vezes formar-se na ponta do olecrâneo aumentando o risco de lesão, pela alteração que provocam na extremidade óssea.
O risco de lesão aumenta durante gestos que incorporem forças de cisalhamento, derivadas a posições de valgo forçado do cotovelo (tensão que abre o lado interno da articulação do cotovelo).
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Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Dor e sensibilidade na parte de trás do cotovelo
  • Dor que agrava com actividades que envolvam a extensão forçada do cotovelo
  • Pode sentir bloqueios da articulação durante o movimento
  • Poderá haver ligeiro inchaço na face posterior do cotovelo
  • Rigidez do cotovelo e, numa fase mais avançada, incapacidade de endireitar o cotovelo.

O diagnóstico de uma síndrome de pinçamento posterior do cotovelo é normalmente clínico, baseando-se nos sintomas, na história clínica e no exame físico ao doente. O seu médico poderá pedir um raio-X para descartar fracturas do olecrâneo ou a presença de esporões ósseos. Certifique-se de dizer ao seu médico se já magoou o cotovelo anteriormente ou se tem uma história de artrite reumatóide ou doença do sistema nervoso.
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Tratamento

         A maioria dos pacientes com síndrome de pinçamento posterior do cotovelo reage bem ao tratamento com fisioterapia. O tratamento, no caso de a lesão se encontrar numa fase aguda, tem como objectivo inicial controlar os sinais inflamatórios, através de:
Descanso: Evite actividades que coloquem pressão sobre o cotovelo ou que exijam a extensão brusca e forçada da articulação.
Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
Compressão: poderá utilizar uma cotoveleira compressiva específica para reduzir o inchaço e proteger o músculo e tendão de novas agressões.
Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como o paracetamol são geralmente úteis. Ocasionalmente, analgésicos mais fortes podem ser necessários. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.
Após esta primeira fase o objectivo principal será recuperar a força e mobilidade completas, as seguintes técnicas poderão ser utilizadas:
  • Mobilização do cotovelo sob tracção.
  • Exercícios de alongamento progressivo dos flexores do cotovelo.
  • Aplicação de ultra-sons da zona de dor.
  • Fortalecimento muscular dos extensores e flexores do cotovelo, de inicio estático, no entanto, assim que a dor permitir, deverão ser introduzidos exercícios de fortalecimento dinâmico.
  • Reeducação do gesto desportivo
  • Uma infiltração com cortico-esteróides dada na zona dos sintomas por um ortopedista pode aliviar temporariamente a dor

No caso de o tratamento conservador falhar, e os sintomas se mantiverem por mais de 3 meses, a cirurgia pode ser indicada. A excisão artroscópica e o desbridamento são os métodos mais utilizados.

Exercícios terapêuticos para a síndrome de pinçamento do cotovelo

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma síndrome de pinçamento do cotovelo. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.


 

Mobilização do cotovelo
Em pé, com os braços ao longo do corpo. Dobre o mais possível os cotovelos. Retorne lentamente à posição inicial.
Repita entre 15 a 30 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.


 

Fortalecimento dos extensores radiais do punho
Com o ombro alinhado com o tronco, cotovelo a 90o e polegar virado para cima. Fixe o punho com a outra mão e puxe o elástico para cima e em direcção a si. Apenas a mão se deve mover.
Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.



Propriocepção do punho
Agarrando uma bola na mão, faça movimentos circulares com o punho enquanto pressiona a bola.
Repita entre 20 e 30 movimentos, desde que não desperte nenhum sintoma.




Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.


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