A síndrome de
pinçamento posterior do cotovelo (ou do túnel cubital) deve-se ao uso excessivo e ao movimento
repetitivo de extensão forçada do cotovelo. Isso pode ocorrer durante a prática
desportiva, em desportos como o ténis, o voleibol, a natação ou o boxe. Com
a extensão repetitiva, a ponta do olecrâneo é pressionada contra a cavidade
óssea na parte de trás do cotovelo, o que resulta na inflamação da membrana
sinovial da cápsula articular, podendo evoluir para uma lesão da cartilagem e
do osso. Esporões ósseos podem por vezes formar-se na ponta do olecrâneo
aumentando o risco de lesão, pela alteração que provocam na extremidade óssea.
O risco de lesão aumenta durante gestos que
incorporem forças de cisalhamento, derivadas a posições de valgo forçado do
cotovelo (tensão que abre o lado interno da articulação do cotovelo).
Sinais e sintomas/ Diagnóstico
- Dor e sensibilidade na parte de trás do cotovelo
- Dor que agrava com actividades que envolvam a extensão forçada do cotovelo
- Pode sentir bloqueios da articulação durante o movimento
- Poderá haver ligeiro inchaço na face posterior do cotovelo
- Rigidez do cotovelo e, numa fase mais avançada, incapacidade de endireitar o cotovelo.
O diagnóstico de uma síndrome de pinçamento posterior
do cotovelo é normalmente clínico, baseando-se nos sintomas, na história
clínica e no exame físico ao doente. O seu médico poderá pedir um raio-X para descartar fracturas do olecrâneo
ou a presença de esporões ósseos. Certifique-se de dizer ao seu médico se já magoou o
cotovelo anteriormente ou se tem uma história de artrite reumatóide ou doença
do sistema nervoso.
Tratamento
A maioria dos pacientes com síndrome de pinçamento posterior do cotovelo reage bem ao tratamento com fisioterapia. O tratamento, no caso de a lesão se encontrar numa
fase aguda, tem como objectivo inicial controlar os sinais inflamatórios,
através de:
Descanso: Evite actividades
que coloquem pressão sobre o cotovelo ou que exijam a extensão brusca e forçada
da articulação.
Gelo: Aplique uma compressa
de gelo na área lesada,
colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
Compressão: poderá utilizar uma cotoveleira compressiva
específica para reduzir o inchaço e proteger o músculo e tendão de novas
agressões.
Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como
o paracetamol são geralmente úteis. Ocasionalmente, analgésicos mais fortes
podem ser necessários. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o
diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.
Após esta primeira
fase o objectivo principal será recuperar a força e mobilidade completas, as
seguintes técnicas poderão ser utilizadas:
- Mobilização do cotovelo sob tracção.
- Exercícios de alongamento progressivo dos flexores do cotovelo.
- Aplicação de ultra-sons da zona de dor.
- Fortalecimento muscular dos extensores e flexores do cotovelo, de inicio estático, no entanto, assim que a dor permitir, deverão ser introduzidos exercícios de fortalecimento dinâmico.
- Reeducação do gesto desportivo
- Uma infiltração com cortico-esteróides dada na zona dos sintomas por um ortopedista pode aliviar temporariamente a dor
No caso de o tratamento conservador falhar, e os
sintomas se mantiverem por mais de 3 meses, a cirurgia pode ser indicada. A
excisão artroscópica e o desbridamento são
os métodos mais utilizados.
Exercícios terapêuticos para a síndrome de pinçamento do cotovelo
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma
síndrome de pinçamento do cotovelo. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição
de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Mobilização do cotovelo
Em pé, com os braços ao longo do corpo. Dobre o mais possível os
cotovelos. Retorne lentamente à posição inicial.
Repita entre 15 a 30 vezes, desde
que não desperte nenhum sintoma.
Fortalecimento
dos extensores radiais do punho
Com o ombro alinhado com o tronco, cotovelo a 90o
e polegar virado para cima. Fixe o punho com a outra mão e puxe o elástico para
cima e em direcção a si. Apenas a mão se deve mover.
Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Agarrando uma bola na mão, faça movimentos
circulares com o punho enquanto pressiona a bola.
Repita entre 20 e 30 movimentos, desde que não
desperte nenhum sintoma.
Antes de iniciar estes exercícios você deve
sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.
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