O método McKenzie de
diagnóstico e terapia mecânica é um sistema de classificação e tratamento para
pacientes com dor lombar, e foi desenvolvido em 1981 por Robin McKenzie, um
fisioterapeuta da Nova Zelândia.
A abordagem segundo o método
McKenzie pode ser dividida em 3 etapas: avaliação, tratamento e prevenção.
A avaliação baseia-se no
registo de uma relação consistente de causa-efeito, tanto a partir da história
do comportamento da dor, quanto da resposta da dor ao teste de movimentos
repetidos e posições mantidas. Aplicando uma progressão sistemática de forças
mecânicas (causa), o fisioterapeuta utiliza a resposta da dor (efeito) para
monitorizar as alterações no movimento e na função. O distúrbio subjacente pode
então ser identificado rapidamente através dos achados objetivos do exame de
cada paciente.
A resposta sintomática mais
comum e significativa é a Centralização, fenómeno em que a dor irradiada,
originária da coluna, regride progressivamente em direção à linha média da
coluna e é eliminada, em resposta à aplicação deliberada de estratégias de
carga.
A centralização indica a
chamada "direção de preferência", ou seja, aquela em que se deve
aplicar o movimento terapêutico. Esse movimento pode ser flexão, extensão,
inclinação lateral ou rotação, ou uma combinação destes.
O
Diagnóstico Mecânico de McKenzie, determinado a partir da avaliação, classifica
os pacientes com apresentações mecânicas similares em subgrupos bem definidos
(síndromes) para determinar o tratamento adequado. McKenzie identificou três
síndromes mecânicas a que chamou: Síndrome de Desarranjo, Síndrome de Disfunção
e Síndrome Postural.
- Síndrome de Desarranjo - deformação mecânica causada por rutura anatómica ou deslocamento dentro do segmento do movimento, resultando em dor e limitação funcional
- Síndrome de Disfunção - deformação mecânica de tecidos moles limitados estruturalmente (cicatriz, fibrose, aderência, encurtamento adaptativo) causando dor e limitação funcional
- Síndrome Postural - deformação mecânica de tecidos moles normais causada por stress postural prolongado e resultando em dor
Cada
síndrome é abordada de acordo com a sua natureza única, com procedimentos
mecânicos específicos, utilizando movimentos repetidos e posições mantidas. A
Síndrome de Desarranjo, em que o fenómeno da Centralização ocorre, é a mais
comum.
O tratamento McKenzie
compreende a definição, implementação e supervisão das estratégias a serem
aplicadas a cada caso específico.
Os achados da história e do
exame físico permitem enquadrar o paciente numa das síndromes mecânicas ou num
diagnóstico não-mecânico. A partir dessa classificação, é definido o princípio
de tratamento, ou seja, a direção da força a ser utilizada: flexão, extensão ou
desvio lateral. Cada princípio de tratamento é aplicado seguindo uma progressão
de forças geradas inicialmente pelo paciente e, se necessário, pelo terapeuta.
A abordagem McKenzie
enfatiza a educação e o envolvimento ativo do paciente. O componente
educacional dá ao paciente informação sobre o seu problema, de acordo com suas
preocupações e necessidades; e sobre o papel que o exercício tem na restauração
da função normal. No componente de terapia mecânica ativa, ensina-se ao
paciente como fazer os exercícios específicos, as posições e as correções da
postura estática e dinâmica que se mostraram, durante a avaliação mecânica,
como tendo efeito terapêutico direto. Os pacientes também aprendem a evitar,
durante o tratamento, os movimentos, posturas e atividades que claramente
pioram a sua condição.
Para problemas mais
complexos, o auto-tratamento pode não ser suficiente. Nesse caso, o
fisioterapeuta aplica técnicas complementares ao Método McKenzie®
(terapia manual) para acelerar o processo de recuperação.
Exemplos de alguns exercícios de auto-tratamento do método McKenzie:
1) Posição de repouso sobre
compressa fria
2) Movimento de Esfinge
3) Extensão da coluna em pé

4) Desvio lateral da pélvis
Uma parte essencial do Método McKenzie® é educar e estimular o paciente para que
este melhore a sua capacidade de cuidar da sua saúde, prevenindo ou diminuindo o número de
novos episódios de dor lombar, encurtando sua duração, diminuindo a necessidade de procurar
tratamento e de se ausentar do trabalho.