quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Bronquiolite


 A bronquiolite consiste na inflamação dos bronquíolos, as vias mais finas, localizadas no interior dos pulmões, imediatamente antes dos alvéolos pulmunares.
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A bronquiolite é uma doença infecciosa aguda do trato respiratório inferior que ocorre principalmente em crianças, geralmente entre 2 e 6 meses de idade. O diagnóstico clínico baseia-se nos sintomas:
  • Dificuldade em respirar
  • Tosse
  • Dificuldade em dar a alimentação
  • Irritabilidade
  • Sons semelhantes ao “ronronar” de um gato durante a respiração.

Geralmente esta condição deve-se a uma infecção viral dos bronquíolos. O vírus sincicial respiratório (VSR) é o patogénico mais comum, representando 50-90% dos casos. Uma combinação de aumento da produção de muco, restos celulares e edema produz estreitamento e obstrução das já pequenas vias aéreas profundas. É a causa mais comum de internamento hospitalar em bebés.
Outras causas comuns para esta condição são o metapneumovírus humano e o adenovírus. Os factores de risco ambientais e sociais incluem: ter irmãos mais velhos, recorrer a serviços hospitalares, serem fumadores passivos, ambientes com muita gente.
Pensa-se que o aleitamento materno constitui um factor protector para esta e outras condições, pelo que deve ser incentivado.

Sinais e sintomas/ Diagnóstico

Os sintomas iniciais são os de uma infecção viral do trato respiratório superior (ITRS), incluindo rinorreia leve, tosse e febre. Febre maior que 390C é comum. Muitas crianças não terão quaisquer outros sintomas.
Para 40% dos lactentes e crianças jovens que apresentam sintomas do tracto respiratório inferior, tosse e dispneia paroxística desenvolvem-se dentro de 1-2 dias.
Outros sintomas comuns incluem o seguinte: sibilos, cianose, vómitos, irritabilidade e má alimentação.
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Apneias podem ocorrer, especialmente em lactentes jovens.
O pediatra irá avaliar sinais como a taquipneia, taquicardia, febre, cianose e sinais de desidratação. Leve conjuntivite, faringite também devem ser pesquisados. Poderá avaliar também se há evidência de aumento do trabalho respiratório. Chiadeira inspiratória e sibilos agudos expiratórios são considerados duas das principais constatações para o diagnóstico.

Tratamento

Os cuidados primários:
  • A maioria dos lactentes com bronquiolite aguda terá sintomas leves, e a doença pode ser controlada em casa. As medidas de suporte são a base do tratamento, com atenção para a ingestão de bastantes líquidos, nutrição e controlo da temperatura.
  • Os factores de risco, como ambientes com pobre qualidade do ar, imobilização prolongada no leito devem ser reduzidos na medida do possível.
  • Sempre que a temperatura esteja controlada, exercícios respiratórios e de expansibilidade torácica poderão ser tentados de forma a mobilizar as secreções para vias respiratórias mais proximais.
  • A acção médica nesta fase é apenas de controlo dos sintomas e educação dos pais para sinais e sintomas a que devem estar atentos e que representam um agravamento dos sintomas.
  • Para a maioria das crianças, a bronquiolite dura 7-10 dias, com 50% dos casos totalmente assintomáticos ao final de duas semanas e apenas um pequeno subgrupo ainda sintomático ao final de 4 semanas.


Os cuidados secundários: 
  • Mesmo entre as crianças hospitalizadas, os cuidados de suporte primários são a base do tratamento. Geralmente a terapêutica inclui oxigénio e alimentação por sonda nasogástrica, se necessário.
  • Outros tratamentos, como os broncodilatadores, corticosteroides, a solução hipertónica de soro fisiológico e os antibióticos podem ser tentados, no entanto têm demonstrado poucas ou inconsistentes evidências sobre os seus benefícios.


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Exercícios terapêuticos para a bronquiolite
Os seguintes exercícios poderão ser prescritos durante a reabilitação da bronquiolite, dependendo da fase evolutiva em que o paciente se encontra. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.


 Extensão da coluna torácica

Com a criança sentada, procure mobilizar os braços como descrito na imagem.
Repita algumas vezes ao dia, desde que a criança não dê indícios de que lhe esteja a causar desconforto.
  
































Expansão da caixa torácica
Existem várias maneiras de aumentar os movimentos da caixa torácica, melhorando os volumes respiratórios, esta é uma delas. Deve tentar estimular a criança com algum tipo de jogo ou brincadeira, de forma a que ela seja mais participativa.


















Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.



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