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domingo, 10 de novembro de 2013

Reabilitação de uma ruptura distal do bicípite cirurgicamente reparada – estudo de caso clínico

A ruptura completa do tendão distal do bicípite braquial é relativamente rara (cerca de 3%. 96% são na cabeça longa e 1% na cabeça curta) e há pouca informação para orientar os fisioterapeutas na reabilitação após a lesão e reparação cirúrgica subsequente.

O mecanismo mais comum de lesão é uma única carga inesperada colocada sobre a articulação do cotovelo. 

Sente-se um “pac” que é audível seguido pela formação de contorno anormal da face anterior do braço. 

A perda de função é substancial, havendo perda total de torque produzido pelo bicípite braquial e a recuperação pode ser lenta.



Os dois tipos de procedimentos cirúrgicos usados são a técnica de incisão única e a técnica de incisão dupla (Figuras 2 e 3).
 

A reabilitação pós-cirúrgica normalmente segue duas fases:
  1. Imobilização (primeiras 6 semanas de pós-operatório)
  2. Fortalecimento/alongamento (dos músculos atrofiados e eventual regresso a actividades funcionais)

A descrição do protocolo de reabilitação utilizado neste estudo de caso pode ajudar a guiar os fisioterapeutas na reabilitação de um paciente com uma ruptura de tendão distal do bicípite braquial que foi reparado cirurgicamente.

Apresentação de caso clínico


  • Homem, de 38 anos, que fazia treinos de resistência 4-5x/semana.
  • Foi submetido a reparação cirúrgica do tendão distal do bicípite direito após um acidente de bungee jumping.
  • A cirurgia foi realizada 15 dias após a lesão inicial usando uma técnica de incisão única.
  • O paciente apresentou-se na fisioterapia com o cotovelo a 90º, numa cinta de apoio, e com indicação do médico para não realizar flexão ativa do cotovelo ou supinação de antebraço. 
  • O exame físico da região lesada revelou uma deformidade visível e palpável do ventre do músculo bicípite braquial, principalmente na região distal, com uma pequena cicatriz na fossa antecubital direita, onde o tendão do bicípite tinha sido reparado cirurgicamente, sem quaisquer sinais de infecção.
  • A amplitude de movimento ativa foi avaliada bilateralmente, revelando limitações significativas quando comparado com o lado contralateral, com dor de 3/10 nos finais de amplitude de movimento.
  • Não foram realizados testes de força muscular na primeira avaliação por indicação médica.


Tratamento


Foram feitas pequenas adaptações ao protocolo inicialmente sugerido pelo médico assistente:
Descritas no anexo:


Resultados


Na oitava semana, o paciente relatou que tinha pleno funcionamento do braço e não tinha défices em nenhuma das atividades da vida diária (AVD).


Conclusão


Neste estudo de caso, a taxa de evolução na amplitude de movimento do cotovelo foi mais rápida do que o que se estava à espera pelo protocolo estabelecido, o que levou os autores a realizar exercícios que permitiram avançar para o fortalecimento da musculatura da parte superior das costas e cintura escapular, limitando qualquer exercício que envolvesse o bicípite.

Embora o plano global de tratamento não tenha diferido significativamente do protocolo médico solicitado, é opinião dos autores que a amplitude de movimento completa pode ser alcançada antes da 6ª semana de reabilitação, e, portanto, iniciada uma lenta transição para fortalecimento do bicípite braquial em segurança.


Horschig A, Sayers SP, Lafontaine T, Scheussler S. Rehabilitation of a surgically repaired rupture of the distal biceps tendon in an active middle aged male: a case report. Int J Sports Phys Ther. 2012 Dec;7(6):663-71.


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Teste de compressão do bicípite

Descrição
Este teste é utilizado para determinar a presença de uma rutura do tendão bicípite braquial.
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Técnica
O paciente está sentado com o antebraço descansando no seu colo. O cotovelo é flexionado cerca de 60-80º com o antebraço levemente pronado. O fisioterapeuta fica do lado do membro superior a ser testado e aperta firmemente o bicípite com as duas mãos, uma mão na junção miotendinosa, e outra em torno do ventre do músculo. Quando o bicípite é comprimido, o ventre muscular afasta-se do úmero, causando um aumento do volume anterior do músculo. Considera-se que o teste é positivo quando há falta de supinação do antebraço, indicando rutura bicípite braquial.

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Precisão do teste
Este teste tem uma sensibilidade de 96% e uma especificidade de 100% no diagnóstico de rutura do tendão bicípite braquial.




Outros testes para o exame físico da articulação do cotovelo



sexta-feira, 29 de março de 2013

Rutura do bicípite


O músculo bicípite localiza-se na face anterior do seu braço e permite-lhe dobrar o cotovelo e rodar o antebraço para cima. Também ajuda a manter o ombro estável.
A extremidade superior do bicípite tem dois tendões que se unem aos ossos do ombro. A cabeça longa insere-se no topo da articulação do ombro (glenóide). A cabeça curta insere-se numa proeminência óssea anterior da omoplata, o processo coracóide.
A extremidade inferior do bicípite tem um tendão, chamado de tendão bicipital, que se insere na tuberosidade radial, uma pequena protuberância num dos ossos do antebraço (rádio) perto do seu cotovelo.
A cabeça longa do tendão do bicípite é mais frequentemente lesada (representa 90-97% de todas as rupturas do bicípite). Isto porque, devido ao seu trajecto ao longo da articulação do ombro, este tendão fica mais vulnerável ao desgaste por sobre-uso, principalmente durante movimentos de elevação do braço. No entanto, como o bicípite tem duas inserções no ombro, e a cabeça curta raramente é lesada, muitas pessoas conseguem ter força e amplitude de movimento mesmo depois de uma ruptura completa da cabeça longa. Este tipo de lesão pode ter associada uma ruptura da coifa dos rotadores.
A ruptura do tendão bicipital é muito rara. Mais uma vez, outros músculos do braço podem substituir o tendão lesado, geralmente resultando em pleno movimento e função razoável. Porém, se for deixado sem correcção cirúrgica, o braço terá uma redução de 30% a 40% na força, principalmente na rotação do antebraço (supinação). A principal causa para uma ruptura do tendão bicipital é uma lesão súbita, como levantar uma caixa demasiado pesada do chão. Este tipo de lesão raramente está associada a outras condições médicas.

Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Dor aguda de início súbito, na parte superior do braço
  • Por vezes poderá ter a sensação de ruptura no ombro ou no cotovelo.
  • Cãibras no bicípite
  • Hematoma a partir do meio do braço em direcção ao cotovelo
  • Fraqueza muscular no ombro e no cotovelo, dificuldade a virar a palma da mão para cima ou puxar o antebraço para cima.
  • Nos casos de ruptura do tendão bicipital pode observar-se uma protuberância na parte superior do braço criada pelo encurtamento do músculo.

Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica e exame atento do ombro e cotovelo, incluindo à sua função motora, é geralmente suficiente para o diagnóstico de uma ruptura do bicípite. A confirmação do diagnóstico deve ser feita através de uma ecografia ou RM, que servirá também para avaliar a gravidade da ruptura.

Tratamento

Os pacientes com ruptura do tendão bicipital devem pensar ponderadamente a decisão de prosseguir com um tratamento conservador, já que restaurar cirurgicamente a função do tendão mais tarde pode não ser possível. Nestes casos o tendão deve ser reparado nas primeiras 2-3 semanas após a lesão. Após este tempo, o tendão começa a cicatrizar em encurtamento, sendo depois muito difícil de o recuperar.
Já a ruptura na cabeça longa do bicípite, para muitas pessoas, resolve-se ao longo do tempo. A ligeira falta de força pode nem incomodar, principalmente a pacientes mais idosos ou inactivos. Por isso, caso não tenha danificado alguma estrutura mais crítica, como a coifa dos rotadores, o tratamento conservador é a opção mais razoável. Este pode incluir:
Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como o paracetamol geralmente são úteis em rupturas do bicípite. Ocasionalmente, os analgésicos mais fortes podem ser necessários. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.
Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
Descanso: Evite os movimentos que provocam os sintomas. Evite gestos repetitivos dos membros superiores. Poderá aplicar um sling para dar maior suporte e proporcionar descanso ao braço
Fisioterapia: o tratamento poderá demorar entre 2-6 semanas, dependendo do mecanismo de lesão, da sua gravidade e da condição física do paciente. Poderá incluir:
  • Massagem de mobilização de tecidos sobre a zona do tendão e músculo.
  • Quando a dor permitir iniciar exercícios de mobilidade do ombro
  • Aplicação de ultra-sons no local da ruptura
  • Exercícios de reforço muscular dos músculos do braço e da coifa dos rotadores, desde que não provoque dor.
  • Reintrodução gradual ao desporto/actividade, começando com exercícios de treino, sem contacto e lentamente aumentar o grau de exigência dos exercícios.

Nos casos de ruptura completa do tendão, que não apresentam melhorias ao final de 6 semanas de tratamento conservador ou de profissionais/desportistas que necessitem de força e amplitude de movimentos completa para realizar a sua actividade, o tratamento cirúrgico poderá ser o mais indicado. Após a cirurgia o braço será colocado em repouso num sling durante 2-4 semanas, período após o qual se deverá inicial um plano de tratamento em fisioterapia.

Exercícios terapêuticos para as rupturas do bicípite

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma ruptura do bicípite. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.

Alongamento do bicípite
De joelhos, com as costas alinhadas, apoie os punhos numa mesa/cadeira, com as palmas das mãos viradas para cima. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.




Fortalecimento dos supinadores do antebraço
Em pé, com o cotovelo a 90o e encostado ao tronco, com o elástico na palma da mão, virada para baixo. Rode a a mão para cima e volte lentamente á posição inicial.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.


Fortalecimento do bicípite
Com o cotovelo a 90o e encostado ao tronco, e a palma da mão virada para cima. Com a outra mão ofereça resistência, impedindo o antebraço de se mover. Faça força para dobrar o cotovelo.  Mantenha a pressão por 8 segundos.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.


  


Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.




segunda-feira, 4 de março de 2013

Teste em carga do bicípite


Descrição
O teste em carga do bicípite II é utilizado em caso de suspeita de lesões no bordo superior do labrum glenoideu no ombro.
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Técnica
O paciente está em decúbito dorsal, com o ombro em 120º de elevação e rotação externa total, enquanto que o cotovelo está em 90º de flexão e o antebraço em supinação. O paciente é então solicitado a flexionar o cotovelo enquanto o fisioterapeuta aplica resistência contrária ao movimento.
Este teste é considerado positivo quando provoca/aumenta a dor durante a flexão resistida do cotovelo.
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Testes combinados

sexta-feira, 1 de março de 2013

Teste de Yergason

Descrição
O Teste de Yergason é utilizado para testar o tendão bícipite, em suspeita de patologias como a tendinite bicipital. -->

Técnica
O paciente deve estar sentado ou em pé, com o úmero em posição neutra e o cotovelo em 90º de flexão. O paciente é solicitado a fazer rotação externa e supinação do seu braço contra a resistência manual do terapeuta. O Teste de Yergason é considerado positivo se for reproduzida a dor no sulco bicipital durante o teste.

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Testes combinados 
O teste de Yergason é muitas vezes combinado com o teste de Speed do ombro para detectar uma tendinite bicipital.



Outros testes ao ombro

domingo, 20 de janeiro de 2013

Tendinite do bicípite


O músculo bicípite localiza-se na face anterior do seu braço e permite-lhe dobrar o cotovelo e rodar o antebraço para cima. Também ajuda a manter o ombro estável.
A extremidade superior do bicípite tem dois tendões que se unem aos ossos do ombro. A cabeça longa insere-se no topo da articulação do ombro (glenóide). A cabeça curta insere-se numa proeminência óssea anterior da omoplata, o processo coracóide.
A extremidade inferior do bicípite tem um tendão, chamado de tendão bicipital, que se insere na tuberosidade radial, uma pequena protuberância num dos ossos do antebraço (rádio) perto do seu cotovelo.
Tendinite do bicipíte foi o termo originalmente usado para descrever o espectro de lesões que iam desde a inflamação do tendão à ruptura parcial. No entanto, o estudo da histopatologia determinou que nem sempre existe processo inflamatório nestas lesões, pelo que são agora denominadas de tendinopatias do bicípite.

Estas lesões ocorrem na cabeça longa do tendão do bicipíte, que passa na face anterior do úmero, entre as inserções dos músculos supraespinhoso e subescapular, e são a principal causa de dor no ombro no adulto.
As tendinopatias do bicipíte são causadas pela irritação/inflamação deste tendão, e tendem a ter um início agudo (súbito). Existe frequentemente história de uma lesão específica anterior. No entanto também se poderá dever a pequenas lesões (conhecidas como microrupturas) associadas ao uso excessivo do tendão ou a ficção causada por uma síndrome de conflito articular do ombro. Se, depois de cada microruptura, não for dado tempo de recuperação suficiente, o tendão não se restabelece na totalidade. Isto significa que ao longo do tempo, os danos no tendão vão-se acumulando, podendo dar origem a esta lesão.
Lesões mais graves geralmente estão associadas a tendinopatias da coifa dos rotadores, enquanto as rupturas do bicipíte acontecem sobretudo a pessoas de maior idade.

Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Dor ou sensibilidade na parte da frente do ombro, que piora com a elevação do braço.
  • Dor que se estende ao longo do braço, até ao cotovelo.
  • Sons ocasionais ou sensação do ombro “fora do sítio”

Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica e exame atento do ombro, incluindo à sua função motora, é necessária para ajudar no diagnóstico de uma tendinopatia do bicipíte. Pelo facto de haver várias condições clínicas com sintomas semelhantes a confirmação do diagnóstico deve ser feita através de uma ecografia ou RM, que servirá também para avaliar a gravidade da lesão.

Tratamento

O primeiro objectivo do tratamento será reduzir a dor e a inflamação. Na maioria dos casos, o tratamento inicial é conservador, incluindo os seguintes procedimentos:
Descanso: Evite os movimentos que provocam os sintomas. Evite gestos repetitivos dos membros superiores, principalmente os que envolvam elevação.
Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como o paracetamol são geralmente úteis. Ocasionalmente, analgésicos mais fortes podem ser necessários. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.
Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
Aplicação de TENS e ionização poderá ajudar a reduzir a inflamação.
Após esta primeira fase, geralmente entre os 5-7 dias após a lesão, deverão ser introduzidos outros procedimentos com o objectivo de melhorar a amplitude de movimento e restabelecer a força muscular:
  • Quando a dor permitir iniciar exercícios de mobilidade do ombro e cotovelo, com mobilizações ao longo de toda a amplitude de movimento disponível.
  • Alongamentos dos músculos na face anterior do ombro e braço.
  • Massagem de mobilização de tecidos sobre a zona do tendão e músculo.
  • Exercícios de reforço muscular progressivo do bicipíte.
  • Reintrodução gradual ao desporto/actividade, começando com exercícios de treino, sem contacto e lentamente aumentar o grau de exigência dos exercícios.

Se sua condição não melhorar com o tratamento conservador, e os sintomas se mantiverem inalterados por mais de 2 meses, uma cirurgia pode ser necessária. A cirurgia para a tendinite do bíceps é normalmente realizada por artroscopia. Durante a cirurgia o tendão será reparado, próximo à sua inserção no osso, pode ser necessário remover a área lesada do tendão ou, nos casos mais graves desprender a inserção do bicipíte (tenotomia).

Exercícios terapêuticos para as tendinopatias do bicípite

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma tendinopatia do bicípite. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.


Alongamento do bicípite


De joelhos, com as costas alinhadas, apoie os punhos numa mesa/cadeira, com as palmas das mãos viradas para cima. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.




Fortalecimento dos supinadores do antebraço
Em pé, com o cotovelo a 90o e encostado ao tronco, com o elástico na palma da mão, virada para baixo. Rode a a mão para cima e volte lentamente á posição inicial.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.



 

Fortalecimento dos bicípites
Em pé, com os cotovelos junto ao tronco. Puxe o elástico até os cotovelos estarem a 90o. Desça lentamente para a posição inicial.
Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma


  

Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.