Entrevista com:
Dra. Cristiana Nascimento
P.: Mesmo em idades avançadas, a decisão de se mudar para uma residência geriátrica nunca é fácil. Um dos receios mais comuns é a falta de condições/acompanhamento nestes locais, pela imagem que gravamos, como sendo espaços de abandono de pessoas de idade.
Sendo gestora das Residências Geriátricas Casa Maior, quais são, na sua opinião, as
principais valências que um espaço destes deve proporcionar de forma a
contrariar esse preconceito da nossa sociedade?
Efetivamente,
esta é sempre uma decisão muito pesada para a família. Existe uma dualidade de
sentimentos, por um lado pretende-se o bem-estar do idoso, mas por outro lado
muitos são os familiares que se culpabilizam, e não conseguem aceitar o
processo de institucionalização. No entanto, para que este sentimento seja
ultrapassado, ou pelo menos minimizado é fundamental que efetivamente a
residência geriátrica seja credível, disponha de todos os recursos quer humanos
(tais como enfermagem, fisioterapia, gerontologia e médica) quer materiais.
Sobretudo é fundamental, que essa instituição transmita confiança ao residente
e aos seus familiares (estes são parte integrante do processo de adaptação do
sénior).
P.: O que significa para si
envelhecimento activo e como se conjuga este conceito com a vida numa
residência geriátrica?
Ainda que existam diversas definições de envelhecimento, de uma forma
simplista significa envelhecer ativamente física, cognitiva e socialmente. Por
conseguinte, envelhecimento ativo pressupõe que a pessoa disponha e utilize
todos os recursos para se manter ativa, através de exercício físico, de
estimulação cognitiva, das saídas ao exterior, do contacto com a sua rede
social de suporte (familiares e amigos). Objetiva-se assim manter mente sã em
corpo são.
P.: Para as famílias e seniores que procuram um novo lar, com infraestruturas e serviços que se coadunem à sua condição de saúde, quais são os principais factores a ponderar no momento da decisão?
Um fator
fundamental é o familiar e o residente conhecerem as instalações, logo numa
primeira visita, e solicitarem toda a informação necessária. É importante que
tenham a certeza que se trata de uma residência com licença de utilização (ou
seja devidamente legalizada) e com profissionais qualificados para o efeito.
Assim, para o familiar e o sénior poderem tomar a decisão de institucionalização,
têm que ter certezas se realmente a equipa de profissionais, bem como as
infraestruturas correspondem às suas necessidades. Não menos importante, é
obterem informações/referências do funcionamento da residência junto de outras Entidades
ou individualidades.
P.: Para terminar, como vê o futuro das residências assistidas para seniores? Que mais poderá ser feito para que haja um acompanhamento cada vez mais personalizado e adaptado a cada residente?
Acreditamos que este é um setor que tem de sofrer grandes alterações, atualmente, as pessoas já são exigentes em relação às residências geriátricas, e tendencialmente esta exigência irá aumentar. Por conseguinte, cada vez mais estas residências têm que ter uma equipa de profissionais credíveis e qualificados no exercício das suas funções. Cada vez mais as instituições terão que se adaptar/ajustar às necessidades dos clientes e não o inverso. A qualidade terá que imperar, não somente no papel mas definitivamente no tratamento dos mais velhos, afinal estes sim, têm um estatuto que lhes permite ir mais além, se o futuro em termos de produtividade é dos mais novos, a fonte de sabedoria e conhecimento está seguramente nos mais velhos.
Entrevista com:
Dra. Cristiana Elisete Pinto do Nascimento
Função atual: Sócia/Diretora técnica do Grupo CASA MAIOR – Residências
Geriátricas
Resumo curricular: Mestre em Gestão das Organizações, Ramo Gestão de Empresas; Licenciada em Gerontologia; Licenciada em Psicologia Organizacional
Resumo curricular: Mestre em Gestão das Organizações, Ramo Gestão de Empresas; Licenciada em Gerontologia; Licenciada em Psicologia Organizacional
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