De que forma o exercício físico afecta as respostas regulatórias térmicas em
pacientes com esclerose múltipla (EM), e pode o arrefecimento pré-exercício ajudar a mitigar quaisquer reacções adversas ao exercício nestes indivíduos?
Para responder a esta questão, foi realizada uma pesquisa abrangente no banco de dados PubMed (durante Junho de 2012) por trabalhos que abordaram esta questão específica.
Cinco estudos preencheram os critérios para inclusão nesta revisão, todos aceitando o pressuposto de que os pacientes com EM são geralmente sensíveis ao calor, quer a origem desse calor seja o ambiente externo quer seja o aumento da temperatura corporal,
como ocorre com o exercício.
A maioria dos estudos que utilizou algum tipo de pré-arrefecimento antes do exercício demonstrou melhoria no desempenho físico da pessoa com EM (assim como em indivíduos saudáveis). Este efeito pode durar de 70 min a 2-3 horas após o
arrefecimento. Revisões de literatura identificaram vários métodos diferentes de
arrefecimento, incluindo a ingestão de água com gelo e aplicação de compressas
de gelo, mas os dois métodos preferidos pela literatura são a imersão em banho a 16-17°C e o vestuário de
arrefecimento, como coletes ou combinação colete/chapéu).
Várias ideias têm sido apresentadas para explicar o mecanismo através do qual o o pré-arrefecimento melhora a função motora. Atualmente, descobriu-se que os
efeitos sobre o sistema nervoso central (ao invés de periféricos) ocorrem tanto em indivíduos normais como com EM, com um aumento da
temperatura central, maior em doentes com EM devido à menor amplitude de potencial de
ação muscular e ao tempo de condução motora central ser prolongado no tempo. O arrefecimento pode trabalhar sobre estes aspectos do funcionamento do sistema nervoso para
produzir uma melhoria funcional por um período de tempo após o arrefecimento. Além disso, a
maior capacidade de realizar exercícios resultaria na redução
dos efeitos da fadiga e do desuso muscular comumente vistos como resultado da EM.
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