A caixa
torácica, formada pela coluna vertebral, pelo esterno e pelas costelas serve de
protecção a órgãos internos sensíveis, como o coração, pulmões e fígado.
As fracturas
das costelas são as lesões mais comuns após traumatismo torácico (10% de todos
os pacientes admitidos após trauma torácico fechado tem uma ou mais fracturas
de costelas) sendo responsáveis por mais de metade das lesões torácicas
traumáticas penetrantes. Estas fracturas raramente são fatais em si, no entanto
podem ser um indicador de lesões viscerais mais graves.
O mecanismo de
lesão mais comum em idosos é a queda da própria altura. Em adultos é o acidente
de automóvel e nos jovens, na maioria das vezes, são fracturas decorrentes de actividades
recreativas e desportivas.
Devido aos
órgãos que estão próximos as fracturas nas costelas podem causar problemas
secundários como atelectasia e pneumonia. Quando existem múltiplas fracturas a
função do músculo diafragma e das articulações costovertebrais poderá estar
afectada, causando insuficiência ventilatória. Fragmentos de costelas fracturadas
podem também actuar como objectos penetrantes, causando hemotórax ou
pneumotórax. As costelas quatro a nove (4-9) são as mais comummente afectadas.
Para além das
causas traumáticas, as costelas também poderão sofrer fracturas de stress, causadas
pela contracção excessiva dos músculos que se inserem nas costelas, como o serrátil
anterior. Jogadores de golfe tendem a sofrer fracturas de stress da primeira
costela por contracções repetitivas do músculo escaleno anterior (no pescoço).
Remadores tendem a sofrer fracturas de stress nas costelas 4 ou 5 por contracções
do músculo serrátil anterior.
Sinais e sintomas/ Diagnóstico
- Dor nas costelas ou na área superior do tórax
- Dor ao tossir e respirar profundamente
- Inchaço e hematomas na região da fractura
- Sensibilidade ao toque na área da fractura
Muitas vezes as fracturas de stress não são visíveis no
raio-X, pelo que é essencial uma boa avaliação clínica tórax e coluna vertebral
para ajudar no diagnóstico de uma fractura das costelas. Exames adicionais (TAC ou RM) podem ser necessários para confirmar o diagnóstico.
Tratamento
Para as fracturas em que os dois
topos da fractura estão desalinhados o ortopedista realizará o realinhamento da
fractura por manipulação cuidadosa sob anestesia; para as fracturas em mais que
um local do osso, geralmente o tratamento é cirúrgico, por fixação interna
(utilizando placas e parafusos) para estabilizar a fractura. Ambas as situações
são seguidas de imobilização por um período não inferior a 4 semanas. As
fracturas de stress são geralmente tratadas de forma conservadora, através de
repouso e analgésicos/anti-inflamatórios.
No período após
imobilização deve ser iniciado um programa de fisioterapia. As técnicas que
revelam maior eficácia nesta condição:
Descanso: Evite caminhar ou
estar muito tempo de pé. Evite movimentos exagerados da coluna vertebral.
Analgésicos e
anti-inflamatórios não-esteróides poderão ser receitados pelo médico para
controlar o processo inflamatório e aliviar as dores.
Mobilização articular dos
membros superiores de forma a manter as amplitudes articulares e força muscular
Exercícios respiratórios e de expansibilidade
torácica permitem a mobilização da caixa torácica sem provocar demasiada
pressão sobre a estrutura óssea.
Exercícios terapêuticos para fracturas nas costelas
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos
durante a reabilitação, por tratamento conservador, de uma fracturas nas
costelas, e após a
confirmação de que a fractura está consolidada. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição
de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Adução das omoplatas
Em pé ou sentado,
com os cotovelos dobrados. Puxe os ombros e cotovelos para trás e para baixo.
Mantenha a posição durante 8 segundos. Retorne lentamente à posição inicial.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Extensão da coluna torácica
Sentado, com as mãos atrás da cabeça. Inspire fundo
enquanto roda os cotovelos para fora e alonga o tronco nas costas da cadeira.
Expire lentamente, retornando à posição inicial.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Antes de iniciar estes exercícios você deve
sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.
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