Autora: Fisioterapeuta Catarina Gonçalves
O envelhecimento
fisiológico é um processo natural que atinge todos os sistemas do organismo e
que preocupa a maioria da população. Além de ser um problema de saúde, afeta a
aparência e, consequentemente, a forma como os outros nos vêem. Por vezes nem
se percebe muito bem o que mudou, mas notamos logo quando vemos alguém com um
aspeto “envelhecido” ou quando reencontramos um conhecido que já não víamos há
muito tempo.
Além deste processo
intrínseco, a pele sofre ainda a ação de fatores externos. O sol é um desses
agentes e, neste caso, denomina-se fotoenvelhecimento. Este é notório nas zonas
mais expostas, como rosto, pescoço e mãos.
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Sinais
A nível cutâneo, a
pele fica mais fina, seca e pálida. Perde firmeza, elasticidade e luminosidade,
e aparecem as rugas e as manchas (discromias). Podem detetar-se ainda pequenas
alterações vasculares (telangiectasias). Os cabelos ficam grisalhos, perde-se
massa muscular e capacidade sensitiva.
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Causas
Ainda não é
consensual a causa do envelhecimento. Certo é que se tratará de um conjunto de
fatores intrínsecos e extrínsecos.
A ação ambiental é
sem dúvida um fator importante, sendo os raios ultra-violeta (UV) os principais
agentes causadores do envelhecimento da pele (90%). O organismo sofre ainda a
ação da poluição, tabaco, álcool e as consequências de um modo de vida menos
saudável (sedentarismo e má alimentação). O envelhecimento precoce também pode
ser agravado pelo excesso de mímica facial, quando usamos indevidamente
determinada musculatura da face, que a longo prazo provoca um desgaste das
fibras elásticas.
O envelhecimento
cronológico advém de modificações a nível genético, através de alterações
enzimáticas e proteicas, e diminuição da proliferação celular. Existem várias
teorias acerca do envelhecimento intrínseco: a mais antiga é a do relógio
biológico, existindo ainda as teorias das reações cruzadas, do desgaste e
auto-imune. Porém, a mais aceite atualmente é a teoria dos radicais livres.
Estes são átomos instáveis e altamente reativos, que se formam devido a agentes
internos e externos (poluição, raios UV, etc.). Estas reações originam o stress
oxidativo e este por sua vez origina alterações nas células e nas proteínas
extracelulares. Estas modificações podem levar à morte celular, mas para travar
esse processo temos os agentes antioxidantes. O problema instala-se quando a
produção de radicais livres é superior à produção de antioxidantes, altura pela
qual se inicia o envelhecimento.
A nível cutâneo, o
aparecimento das rugas deve-se sobretudo à diminuição do número de fibras
elásticas e ao crescente endurecimento do colagénio, substância que dá firmeza
e consistência à pele. O declínio destas funções aliado à menor velocidade de
oxigenação dos tecidos, leva à desidratação da pele e consequentemente às
rugas. A atrofia muscular progressiva também leva à perda de elasticidade e
firmeza, já que os músculos da mímica facial têm inserção na camada mais
profunda da pele. Ocorre ainda um decréscimo na produção de melanina pela
atrofia das células que a produzem (melanócitos), o que leva ao aparecimento de
discromias.
Tratamentos
Eletrolifting - método utilizado para atenuar as rugas
recorrendo à corrente galvânica. É usado um elétrodo em placa (positivo) e
outro em caneta (negativo). Este último é o ativo e é aplicado na ruga, para
estimular os capilares e assim aumentar a circulação local. Este efeito
intensificará os processos metabólicos, a nutrição e a regeneração dos tecidos.
Iontoforese – utiliza a corrente galvânica para
introduzir substâncias no organismo. Os princípios ativos serão escolhidos de
acordo com o problema a tratar (ruga, mancha, flacidez, etc.)
Laser – a laserterapia é um recurso usado no
tratamento de rugas. Atua a nível celular e promove a produção de colagénio.
Massagem – promove o aumento da circulação sanguínea
e linfática, e a renovação do estrato córneo (camada mais superficial da pele).
Radiofrequência – método que induz calor profundo,
estimulando a produção de colagénio. Ideal para o tratamento da flacidez
dérmica.
Cinesioterapia – fortalecimento dos músculos combatendo a
perda de massa muscular. Os exercícios resistidos da musculatura do rosto
melhoram o seu contorno, atenuam algumas rugas e previnem a ptose facial.
Luz pulsada – é frequentemente utilizada para atenuar as
discromias, mas pode ser usada também para tratamento de rugas. Além de
melhorar a circulação sanguínea, estimula a produção de colagénio e elastina.
Peeling – trata-se de uma esfoliação e pode ser
mecânico (microdermoabrasão, etc.), ultra-sónico, enzimático, vegetal e químico
(ác. glicólico, mandélico, etc.). Este procedimento permite atenuar rugas,
manchas e marcas, de acne por exemplo.
Carboxiterapia – consiste na injeção de dióxido de carbono
sob a pele, que estimula o metabolismo e aumenta a produção de colagénio. Este
procedimento combate as rugas e a flacidez cutânea.
Dermaroller – dispositivo de indução de colagénio, que
promove a sua produção pela agressão mecânica das microagulhas que o revestem.
Indicado para o tratamento de rugas e flacidez dérmica.
Procedimentos médicos – são diversas as
técnicas disponíveis na medicina estética. Desde o preenchimento, o mais comum
com ácido hialurónico, à toxina butolínica, vulgarmente conhecida como botox,
ou até mesmo a cirurgia estética. É importante ter em conta a importância da
fisioterapia na preparação e no pós-cirúrgico.
Alimentação – devemos incluir na nossa alimentação
antioxidantes, para reforçar a capacidade protetora natural do organismo. Os
alimentos com vitamina A, C e E, selénio, co-enzima Q10 e zinco, devem fazer
parte da nossa alimentação diária.
Suplementos - os nutracêuticos e nutricosméticos poderão
ser um bom suplemento, não substituindo uma correta alimentação.
Cosméticos – os cremes são também uma forma de combater
o envelhecimento. Deverá estar atento à sua constituição e para isso saiba que
substâncias como retinol, vitamina C, dimetilaminoetanol (DMAE) e glicerina,
são excelentes opções. Não esqueça da aplicação diária do protetor solar,
obrigatório para a prevenção do fotoenvelhecimento e do cancro de pele.
Fisioterapeuta Catarina Gonçalves
Licenciada em Fisioterapia na ESSVS (2010)
Monitora de PNF-Chi (2009)
Curso de Fisioterapia Dermato funcional Corporal (2010)
Monitora de PNF-Chi (2009)
Curso de Fisioterapia Dermato funcional Corporal (2010)
Curso de Auriculoacunpunctura aplicada à Dermato funcional (2010)
Curso de Pré e Pós-operatório de Cirurgia Estética: a intervenção da Fisioterapia Dermato funcional (2012)
Função atual:
Fisioterapeuta dermato funcional em Clinipark, Centro Clínico Ana M. B. Santos
Fisioterapeuta e instrutora de PNF-Chi em Momento de Pausa
Fisioterapeuta dermato funcional em Medical Corpus
Borges FS; Scorza
FA, Jahara RS.
Modalidades terapêuticas nas disfunções estética. 2ª ed. São Paulo. Phorte,
2010.
Guirro E; Guirro R.
Fisioterapia
Dermato-Funcional. 3ª ed. Manole, 2002.
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Nunes MS. Medicina Estética
Facial: Onde a arte e a ciência se conjugam.
Dissertação
de Mestrado em Medicina. Covilhã, Maio 2010.
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