A Visual Health Information
publicou a sua newsletter mensal. Nesta edição respondem à questão:
Qual é o tratamento
recomendado para atletas com pubalgia?
Para responder a esta questão, foi realizada uma pesquisa
abrangente no banco de dados PubMed (durante setembro de 2012) por trabalhos
que abordaram esta questão específica.
Estima-se que a dor na virilha está presente em 5-7% de todas
as lesões no desporto, e é mais comum em desportos que exigem chutar ou
mudanças bruscas de direção. O diagnóstico da pubalgia é complicado por existirem
inúmeras condições que podem causar dor crónica na região do púbis, muitas
vezes coexistindo mais que uma dessas condições. As causas da pubalgia não são certas,
mas provavelmente estão relacionadas com fatores como desequilíbrios musculares
entre abdominais e adutores do quadril, bem como défices de mobilidade
lombopélvica e do quadril.
Em estudos recentes, Woodward descreveu de forma detalhada a
reabilitação de sucesso de um jogador da National Hockey League com pubalgia, enfatizando
importância da estabilidade lombo-pélvica na sua abordagem. Noutro estudo, com
60 atletas de elite com pubalgia concluiu-se que a correção cirúrgica era mais
eficaz do que oito semanas de tratamento conservador. No entanto, o estudo não foi um double-blind controlled trial e a análise do "momento de regresso ao desporto"
pode ter sido condicionada por esse viés. Kachingwe e colaboradores criaram um algoritmo
de tratamento utilizado com sucesso no tratamento de seis jovens atletas diagnosticados
com pubalgia. O algoritmo utilizava características do início da lesão, período
de tempo disponível para a reabilitação, e nível de desempenho para orientar o
tratamento. Num outro estudo avaliaram o efeito da cirurgia e seis semanas de
reabilitação em adultos com défice muscular da parede abdominal posterior e
concluiu que o défice na força do abdominal oblíquo pode estar relacionado com
dor na região do púbis, no entanto, as limitações do estudo incluem a falta de
detalhes metodológicos e avaliação de força abdominal pouco rigorosa.
Com base nesta revisão da literatura, 6-8 semanas de
tratamento conservador deve ser considerado como opção terapêutica para a pubalgia
em atletas, com ênfase no controlo neuromuscular da região lombopélvica e
equilíbrio entre a musculatura abdominal e do quadril. Se o tratamento não for bem-sucedido,
a cirurgia com reabilitação no pós-operatório normalmente permite o retorno à atividade
sem limitações. Com base nas recomendações dos artigos revistos, a VHI selecionou os
seguintes exercícios:
Da posição de sentado na bola, progrida para a posição em tábua, apoiado numa perna e com a outra esticada. Faça repetições de descida controlada da bacia enquanto mantém a outra perna estendida.
Com os joelhos e as mãos apoiadas no chão, estenda simultaneamente um braço e a perna do lado oposto, procurando manter braço, tronco e perna alinhados num eixo. Repita o mesmo gesto com os membros do outro lado.
Esta newsletter mensal está disponível de forma gratuita no site Visual
Health Information.
Veja este e outros sites de prescrição de exercícios terapêuticos Aqui!
Woodward JS, Parker A,
Macdonald RM. Non-surgical
treatment of a professional hockey player with the signs and symptoms of sports
hernia: a case report. Int J Sports Phys Ther. 2012 Feb;7(1):85-100. PubMed
PMID: 22319682; PubMed Central PMCID: PMC3273884.
Paajanen H, Brinck T, Hermunen
H, Airo I. Laparoscopic
surgery for chronic groin pain in athletes is more effective than nonoperative
treatment: a randomized clinical trial with magnetic resonance imaging of 60
patients with sportsman's hernia (athletic pubalgia). Surgery.
2011 Jul;150(1):99-107. Epub 2011 May 5. PubMed PMID: 21549403.
Caudill P, Nyland J, Smith C,
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Kachingwe AF, Grech S. Proposed algorithm for the management of athletes with
athletic pubalgia (sports hernia): a case series. J Orthop
Sports Phys Ther. 2008 Dec;38(12):768-81. PubMed PMID: 19047766.
Hemingway AE, Herrington L,
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strength and pain in response to surgical repair of posterior abdominal wall
disruption followed by rehabilitation. Br J Sports Med. 2003 Feb;37(1):54-8.
PubMed PMID: 12547744; PubMed Central PMCID: PMC1724590.
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