A Visual Health
Information publicou a sua newsletter mensal. Nesta edição respondem à questão:
Qual é a melhor estratégia
de tratamento conservador para a síndrome de dor trocantérica?
Para responder a esta questão, foi realizada uma pesquisa
abrangente no banco de dados PubMed (durante Novembro de 2011) por trabalhos
que, nos últimos 15 anos, abordaram esta questão específica.
A síndrome de dor trocantérica é caracterizada por dor e
sensibilidade na região do grande trocânter (face lateral da anca), e pode ser
causada por condições tais como a bursite trocantérica, tendinopatias dos glúteos
médios e mínimos, ilio-psoas e tensor da fáscia lata.
Furia e colaboradores avaliaram os resultados clínicos da
terapia por ondas de choque comparativamente ao tratamento convencional (por
exemplo, exercícios terapêuticos, fisioterapia e infiltração com corticosteroides)
em 66 pacientes com síndrome de dor trocantérica crónica. Embora a terapia por
ondas de choque tenha reduzido significativamente a dor e melhorado a função em
relação ao tratamento convencional, os resultados não são conclusivos, dado o
caráter retrospetivo do estudo.
Rompe e colaboradores compararam os efeitos de exercícios terapêuticos
no domicílio, infiltração de corticosteroide, e terapia por ondas de choque em
229 pacientes com síndrome de dor trocantérica. A percentagem de sucesso relatada
pelos pacientes demonstrou que, embora os resultados a curto prazo tenham
favorecido significativamente a infiltração, esse efeito já não se notava ao
final de quatro meses. Em contraste, a recuperação gradual observada com o
exercício terapêutico e terapia por ondas de choque resultaram em taxas de
sucesso significativamente mais elevadas após 4 meses, e novamente após 15 meses,
tanto para o exercício terapêutico (80%) como para a terapia por ondas de
choque (74%) em comparação com a infiltração (48%). Para além disso, os
exercícios terapêuticos tiveram significativamente menos efeitos adversos em
comparação com a terapia por ondas de choque (a irritação da pele) e da
infiltração (a dor).
Com base nesta revisão da literatura, pode-se concluir que os
exercícios terapêuticos proporcionam bons resultados a longo prazo para
pacientes com síndrome de dor trocantérica, enquanto a terapia por ondas de choque
demonstra resultados promissores no curto prazo. O tipo específico, frequência
e duração do exercício mais eficazes não são ainda claros. Com base nas recomendações dos artigos
revistos, a VHI selecionou os seguintes exercícios:
Coloque-se em pé, apoiado numa perna, com as costas apoiadas numa bola encostada à parede. Faça agachamentos até uma amplitude que não provoque dor.
Deitado de lado numa bola, com um pé e mão apoiados no chão, eleve (lateralmente e frente/trás) a outra perna.
Veja este e outros sites de prescrição de exercícios terapêuticos Aqui!
Greater trochanteric pain syndrome. Sports Med Arthrosc. 2010 Jun;18(2):113-9. Review. PubMed PMID: 20473130.
Low-energy extracorporeal shock wave therapy as a treatment for greater trochanteric pain syndrome. Am J Sports Med. 2009 Sep;37(9):1806-13. Epub 2009 May 13. PubMed PMID: 19439756.
Home training, local corticosteroid injection, or radial shock wave therapy for greater trochanter pain syndrome. Am J Sports Med. 2009 Oct;37(10):1981-90. Epub 2009 May 13. PubMed PMID: 19439758.
Greater trochanteric pain syndrome: a review of anatomy, diagnosis and treatment. Anesth Analg. 2009 May;108(5):1662-70. Review. PubMed PMID: 19372352.
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