quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Epicondilite medial do cotovelo


A epicondilite medial do cotovelo, ou cotovelo de golfista, é a síndrome de sobre-uso que está associada a movimentos excessivos de flexão do punho e dedos e pronação do punho.
Esta lesão envolve os músculos e tendões do antebraço, que se estendem desde o punho e dedos até se inserirem, através dos seus tendões, no epicondilo umeral, na face medial do cotovelo. Os tendões mais comummente lesados são o redondo pronador, o flexor radial do carpo e o longo palmar.
A inflamação específica raramente está presente, pelo que o termo epicondilite, originalmente usado para descrever o espectro de lesões que iam desde a inflamação do tendão à ruptura parcial, foi substituído pelo mais genérico epicondilalgia medial do cotovelo.
Esta lesão, causada pelo uso excessivo ou por esforços repetitivos dos flexores e pronadores do punho, é frequentemente observada em praticantes de golfe e lançamento do dardo, mas também é cada vez mais comum em outras actividades repetitivas, como na agricultura ou no teclar.
Dois tipos de início dos sintomas podem ser observados:
  • Início súbito: ocorre num único momento de esforço, em alguns gestos bruscos durante o desporto. Pensa-se que isto corresponderá a uma micro-ruptura no tendão.
  • Início tardio: normalmente ocorre dentro de 24-72 horas após um intenso período de flexão combinada com pronação do punho, principalmente em atleta impreparados. Alguns exemplos podem incluir um jogador de golfe ou o agricultor de fim-de-semana que fez um esforço excessivo.


Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Dor na proeminência óssea na face medial do cotovelo.
  • Falta de força no pulso.
  • Dor na parte interior do cotovelo, que piora quando pega algo pesado, quando faz flexão do punho resistida ou quando roda o polegar para baixo contra resistência.
  • Cerca de 50% dos casos de epicondilalgia medial do cotovelo têm sintomas neurológicos (formigueiros e parestesias) associados a compressão do nervo cubital.

O diagnóstico de uma epicondilalgia medial do cotovelo é normalmente clínico, baseando-se nos sintomas, na história clínica e no exame físico ao doente. Certifique-se de dizer ao seu médico se já magoou o cotovelo anteriormente ou se tem uma história de artrite reumatóide ou doença do sistema nervoso.

Tratamento

                A maioria dos pacientes com epicondilalgia medial do cotovelo reage bem ao tratamento com fisioterapia. O tratamento, no caso de a lesão se encontrar numa fase aguda, tem como objectivo inicial controlar os sinais inflamatórios, através de:
  • Descanso: Evite actividades que desencadeiam os sintomas, especialmente as que exijam o esforço muscular mantido dos músculos flexores e pronadores do punho e a preensão de objectos pesados.
  • Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
  • Compressão: poderá utilizar uma cotoveleira compressiva específica para reduzir o inchaço e proteger o músculo e tendão de novas agressões.
  • Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como o paracetamol são geralmente úteis. Ocasionalmente, analgésicos mais fortes podem ser necessários. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.

Nesta primeira fase, que pode durar entre 2 dias e 2 semanas, deverá ser identificada a origem dos sintomas, e dadas indicações para a correcção do gesto que desencadeou a lesão. Numa segunda fase o objectivo principal será recuperar a força e mobilidade completas, as seguintes técnicas poderão ser utilizadas:
  • Massagem de mobilização suave dos tecidos deve começar logo após a primeira fase. À medida que o paciente for recuperando deverá ser introduzida massagem transversal profunda para uma correcta cicatrização e reorganização do tecido muscular.
  • Exercícios de alongamento progressivo dos flexores do punho, que deverão ser mantidos por algum tempo depois do final da recuperação
  • Fortalecimento muscular dos flexores do punho e dedos e pronadores do punho, de inicio estático, no entanto, assim que a dor permitir, deverão ser introduzidos exercícios de fortalecimento excêntrico.

Se os sintomas não aliviarem após 6-12 meses de tratamento conservador, a cirurgia poderá ser recomendada. A maioria dos procedimentos cirúrgicos para epicondilalgia, envolvem a remoção da parte de músculo lesada e reinserção da parte muscular saudável no osso.

Exercícios terapêuticos para a epicondilalgia medial do cotovelo

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma epicondilalgia medial do cotovelo. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.

 Alongamento dos flexores do punho
Em pé ou sentado, estenda o braço para a frente alinhado com o ombro, com a palma da mão virada para a frente. Com a outra mão puxe os dedos em direcção a si. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.



 

Fortalecimento dos flexores do punho
Com o ombro alinhado com o tronco, cotovelo a 90o e palma da mão virada para cima. Fixe o punho com a outra mão e puxe o elástico para cima e em direcção a si. Apenas a mão se deve mover.
Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma. 



Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.

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