A epicondilite
medial do cotovelo, ou cotovelo de golfista, é a síndrome de sobre-uso que está
associada a movimentos excessivos de flexão do punho e dedos e pronação do
punho.
Esta lesão envolve
os músculos e tendões do antebraço, que se estendem desde o punho e dedos até
se inserirem, através dos seus tendões, no epicondilo umeral, na face medial do
cotovelo. Os tendões mais comummente lesados são o redondo pronador, o flexor
radial do carpo e o longo palmar.
A inflamação
específica raramente está presente, pelo que o termo epicondilite, originalmente usado para
descrever o espectro de lesões que iam desde a inflamação do tendão à ruptura
parcial, foi substituído pelo mais genérico epicondilalgia medial do cotovelo.
Esta lesão,
causada pelo uso excessivo ou por esforços repetitivos dos flexores e
pronadores do punho, é frequentemente observada em praticantes de golfe e lançamento
do dardo, mas também é cada vez mais comum em outras actividades repetitivas,
como na agricultura ou no teclar.
Dois tipos de
início dos sintomas podem ser observados:
- Início súbito: ocorre num único momento de esforço, em alguns gestos bruscos durante o desporto. Pensa-se que isto corresponderá a uma micro-ruptura no tendão.
- Início tardio: normalmente ocorre dentro de 24-72 horas após um intenso período de flexão combinada com pronação do punho, principalmente em atleta impreparados. Alguns exemplos podem incluir um jogador de golfe ou o agricultor de fim-de-semana que fez um esforço excessivo.
Sinais e sintomas/ Diagnóstico
- Dor na proeminência óssea na face medial do cotovelo.
- Falta de força no pulso.
- Dor na parte interior do cotovelo, que piora quando pega algo pesado, quando faz flexão do punho resistida ou quando roda o polegar para baixo contra resistência.
- Cerca de 50% dos casos de epicondilalgia medial do cotovelo têm sintomas neurológicos (formigueiros e parestesias) associados a compressão do nervo cubital.
O diagnóstico de uma epicondilalgia medial do cotovelo
é normalmente clínico, baseando-se nos sintomas, na história clínica e no exame físico ao doente. Certifique-se de dizer
ao seu médico se já magoou o cotovelo anteriormente ou se tem uma história de
artrite reumatóide ou doença do sistema nervoso.
Tratamento
A maioria dos pacientes com epicondilalgia medial do cotovelo reage bem ao tratamento com fisioterapia. O tratamento, no caso de a
lesão se encontrar numa fase aguda, tem como objectivo inicial controlar os
sinais inflamatórios, através de:
- Descanso: Evite actividades que desencadeiam os sintomas, especialmente as que exijam o esforço muscular mantido dos músculos flexores e pronadores do punho e a preensão de objectos pesados.
- Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
- Compressão: poderá utilizar uma cotoveleira compressiva específica para reduzir o inchaço e proteger o músculo e tendão de novas agressões.
- Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como o paracetamol são geralmente úteis. Ocasionalmente, analgésicos mais fortes podem ser necessários. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.
Nesta primeira
fase, que pode durar entre 2 dias e 2 semanas, deverá ser identificada a origem
dos sintomas, e dadas indicações para a correcção do gesto que desencadeou a
lesão. Numa segunda fase o objectivo principal será recuperar a força e
mobilidade completas, as seguintes técnicas poderão ser utilizadas:
- Massagem de mobilização suave dos tecidos deve começar logo após a primeira fase. À medida que o paciente for recuperando deverá ser introduzida massagem transversal profunda para uma correcta cicatrização e reorganização do tecido muscular.
- Exercícios de alongamento progressivo dos flexores do punho, que deverão ser mantidos por algum tempo depois do final da recuperação
- Fortalecimento muscular dos flexores do punho e dedos e pronadores do punho, de inicio estático, no entanto, assim que a dor permitir, deverão ser introduzidos exercícios de fortalecimento excêntrico.
Se os
sintomas não aliviarem após 6-12 meses de tratamento conservador, a cirurgia poderá ser recomendada.
A maioria dos procedimentos
cirúrgicos para epicondilalgia, envolvem a remoção da parte de músculo lesada e reinserção da parte muscular saudável no osso.
Exercícios terapêuticos para a epicondilalgia medial do cotovelo
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma
epicondilalgia medial do cotovelo. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição
de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Alongamento
dos flexores do punho
Em pé ou sentado, estenda o braço para a frente
alinhado com o ombro, com a palma da mão virada para a frente. Com a outra mão
puxe os dedos em direcção a si. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Com o ombro alinhado com o tronco, cotovelo a 90o
e palma da mão virada para cima. Fixe o punho com a outra mão e puxe o elástico
para cima e em direcção a si. Apenas a mão se deve mover.
Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Antes de iniciar estes exercícios você deve
sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.
Sem comentários:
Enviar um comentário