terça-feira, 13 de novembro de 2012

Fractura da clavícula


A clavícula, em conjunto com a cabeça do úmero e a omoplata formam a articulação do ombro (ou cintura escapular). A clavícula também faz a ligação entre o membro superior e o tórax.
A clavícula articula-se com o acrómio na extremidade lateral, formando a articulação acromioclavicular, e com o esterno na extremidade medial, formando a articulação esternoclavicular. Dois ligamentos conectam a clavícula ao processo coracóide da omoplata, estes são comummente lesados durante uma fractura da clavícula. A clavícula encontra-se por cima da passagem de vários nervos e vasos sanguíneos importantes. No entanto, essas estruturas vitais raramente são afectadas numa fractura da clavícula.
As fracturas da clavícula são bastante frequentes e representam cerca de 2-5% de todas as fracturas nos adultos e é o osso mais vezes fracturado nas crianças. Estas fracturas são geralmente causadas por uma queda sobre o ombro. No entanto também poderão ocorrer após um golpe directo sobre a clavícula. Este tipo de fracturas também acontece no recém-nascido como umas das complicações possíveis do parto pélvico.
As fracturas da clavícula podem ser classificadas em:
Grupo 1: fractura no terço médio da clavícula. Mais comum (aproximadamente 80%) em adultos e crianças. Se houver deslocamento dos topos da fractura, o fragmento lateral geralmente é puxado para baixo pelo peso do membro superior e o fragmento medial tende a ser deslocado para cima pela acção do músculo esternocleidomastóideo.
Grupo 2: fractura no terço lateral da clavícula (que articula com o acrómio). Representa 10-15% das fracturas da clavícula. São subdivididas em:
  • Tipo I – sem ou com mínimo deslocamento; os ligamentos mantêm os fragmentos juntos.
  • Tipo II - deslocadas; a ruptura do ligamento coracoclavicular faz com que o fragmento medial da clavícula se desloque para cima.
  • Tipo III - fractura da superfície articular (envolvendo a articulação acromioclavicular).

Grupo 3: fractura no terço medial da clavícula. Representa cerca de 5% das fracturas da clavícula. São associadas a risco maior de lesão intratorácica ou neurovascular significativa.

Sinais e sintomas/ Diagnóstico

As fracturas de clavícula podem ser muito dolorosas e poderão tornar difícil o movimento do braço. Outros sintomas incluem:
  • Ombro “descaído” (para baixo e para frente)
  • Incapacidade de levantar o braço por causa da dor
  • Deformidade ou "elevação " no local da fractura
  • Hematomas, inchaço e / ou sensibilidade sobre a clavícula

Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica e exame atento da coluna vertebral tórax são geralmente suficientes para o diagnóstico de uma fractura da clavícula. Nas fracturas do terço médio da clavícula devem ser avaliadas de imediato a função vascular e neurológica. A confirmação do diagnóstico deve ser feita através de um raio-X, que servirá também para avaliar a gravidade da fractura.

Tratamento

Na maioria dos casos, as fracturas da clavícula são tratadas e forma conservadora, mesmo as que apresentam deslocamento dos topo de fractura. No entanto, as fracturas expostas serão, obviamente, tratadas cirurgicamente. Os métodos utilizados para o tratamento variam em função do tipo de fractura:
Grupo 1: podem ser tratadas de forma conservadora, sejam deslocadas ou não, com a imobilização usando um sling ou um colete em forma de oito.
Grupo 2: tipo I e tipo III, podem ser tratadas com imobilização. Fracturas do tipo II pode exigir cirurgia com uso de parafusos e placa de fixação.
Grupo 3: se não deslocadas a imobilização é o tratamento indicado. Nas fracturas com deslocamento pode ser indicada a cirurgia.
Analgésicos e anti-inflamatórios não-esteróides poderão ser receitados pelo médico para controlar o processo inflamatório e aliviar as dores.
Nas 6-8 semanas (3-4 nas crianças) após a imobilização (que dura geralmente 2-4 semanas) deve participar de um plano de tratamento em fisioterapia com o objectivo de restabelecer a mobilidade e força muscular do ombro:
  • Nas primeiras 2 semanas deve começar por fazer exercícios pendulares, treino de força de preensão e reforço muscular suave, principalmente do tricípite e coifa dos rotadores.
  • Mobilização articular passiva.
  • Massagem de mobilização dos tecidos moles.
  • Entre a 2ª e a 4ª semana deverá começar a trabalhar a elevação activa do braço, de inicio com a ajuda de roldanas.
  • A aplicação de calor antes dos exercícios para aumentar a irrigação sanguínea e de gelo no final para prevenir sinais inflamatórios.
  • Mobilização articular activa e activa resistida abaixo dos 90o de elevação.
  • A partir da 4ª semana deverá introduzir a elevação resistida acima dos 90o de elevação. Iniciar um plano com exercícios funcionais e de exercícios para realizar no domicílio.


Exercícios terapêuticos para as fracturas da clavícula

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos após a confirmação de que a fractura está consolidada. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.


Adução das omoplatas
Em pé ou sentado, com os cotovelos dobrados. Puxe os ombros e cotovelos para trás e para baixo. Mantenha a posição durante 8 segundos. Retorne lentamente à posição inicial.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.



Movimentos pendulares
Com o tronco inclinado, apoie um braço numa mesa. Com o outro faça pequenas oscilações circulares. Utilize o peso apenas se não causar desconforto na articulação
Repita entre 15 a 30 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma. 


Alongamento dos peitorais
Em pé, perpendicular à parede. Colocar o ombro a 90o e o antebraço apoiado na parede atrás do tronco. Mantendo o braço na posição, rode ligeiramente o tronco para a frente. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma. 




Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.

1 comentário:

Willian Cello disse...

Com quanto tempo posso fazer flexão

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