Um AVC acontece
quando o fornecimento de sangue a uma parte do cérebro é reduzido ou
interrompido, privando essa região de oxigénio, o que leva à consequente morte
das células cerebrais.
Uma causa comum (cerca
de 70%) para o AVC é o bloqueio de um coágulo nos vasos sanguíneos que irrigam
o cérebro. Estes bloqueios podem ser potenciados pela arteriosclerose, que
causa um estreitamento dos vasos sanguíneos. Desta redução do fluxo sanguíneo
resulta um AVC isquémico. Outra causa menos comum acontece quando o suprimento
sanguíneo é reduzido por rompimento de um vaso sanguíneo e derramamento de
sangue intra-craniano, resultando num AVC hemorrágico.
Sendo uma das principais causas de incapacidade a longo prazo, as sequelas do AVC dependem da região do cérebro que foi
afectada, e podem incluir alterações na marcha, equilíbrio e coordenação,
dificuldades na fala, alterações de sensibilidade em várias partes do corpo,
edema dos membros, entre outras.
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Sinais e sintomas/ Diagnóstico
- Dormência ou fraqueza súbita na face, braço ou perna, especialmente se for apenas num lado do corpo
- Confusão repentina, problemas na fala ou compreensão
- Súbita dificuldade na visão, em um ou ambos os olhos
- Súbita dificuldade para andar, tontura, perda de equilíbrio ou de coordenação
- Repentina e severa dor de cabeça sem causa aparente
- Padrão de marcha caraterístico
Se você ou alguém próximo
de si mostra um ou mais desses sinais de alerta, deve telefonar imediatamente
para o número de emergência.
É importante para o tratamento que anote a hora a que
começaram a aparecer os sintomas. Nos primeiros momentos após estabilizar o
paciente deve ser feito um TAC para confirmar a extensão e tipo de lesão de
forma a adaptar a terapêutica adoptada.
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Tratamento
Idealmente, deverá
ser avaliado por um médico rapidamente. Comummente, uma RM ou TC cerebral é
efectuada o mais depressa possível. O objectivo do exame é confirmar o
diagnóstico e definir se se trata de um AVC isquémico ou hemorrágico
(sangramento). Isso é muito importante saber pois o tratamento inicial
das duas é muito diferente.
AVC isquémico: Fibrinolíticos
(ou trombolíticos) como a alteplase são utilizados para destruir o
trombo nas primeiras 3 horas após o inicio dos sintomas. A aspirina também é
amplamente utilizada nestes casos. Outros anticoagulantes podem ser
administrados mediante factores de risco e condições clínicas prévias ao AVC.
AVC hemorrágico: especificamente para hemorragias subaracnóideas, o tratamento cirúrgico é frequentemente recomendado, podendo ser
colocado um clip metálico na base do aneurisma, ou removidos os vasos anormais que compreendem a malformação arteriovenosa. Já os
procedimentos endovasculares são menos invasivos e envolvem o uso de um cateter introduzido através de uma importante artéria na perna ou no
braço, orientado para o aneurisma, onde se deposita um agente mecânico para evitar a ruptura. Para quem já tomava
medicação da família das estatinas antes do AVC deve continuar com ela, para
quem ainda não tomava deve começar após ter sofrido um AVC.
Após a condição de saúde do paciente estar estabilizada
deverá dar-se início, o mais precocemente possível, à fase de reabilitação das
sequelas do AVC. O prognóstico irá depender do tamanho e localização da lesão, da rapidez com que foi socorrido, e, em alguns casos, outras condições de
saúde pré-existentes.
O processo de reabilitação é muitas vezes lento e um
caminho árduo para o paciente, que deverá ser acompanhado por uma equipa de
médico, enfermeiro, psicólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta, assim
como ter o apoio e compreensão da família.
Os fisioterapeutas são uma parte importante da equipa de recuperação.
Após avaliação, o fisioterapeuta irá desenvolver um plano individualizado para maximizar a sua qualidade de vida. O plano abordará a sua capacidade de se mover, qualquer dor que possa ter, e
as formas de evitar problemas que
podem ocorrer após um acidente vascular cerebral. O foco principal é ajudá-lo a retornar
ao seu nível normal
de actividade.
Após a reabilitação, muitos pacientes recorrem a uma avaliação periódica para actualizar o seu plano de exercícios (Veja aqui exercícios para a reabilitação de doentes que sofreram um AVC), prevenindo assim
problemas futuros e promovendo
um estilo de vida mais saudável possível.
Exercícios terapêuticos para um Acidente Vascular Cerebral
Os seguintes exercícios poderão ser prescritos na reabilitação de um acidente
vascular cerebral, dependendo da extensão lesão, áreas afectadas e estado
evolutivo do paciente. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Deitado, com os joelhos
dobrados. Agarre os joelhos com ambas as mãos e puxe-os suavemente em direcção
ao peito. Mantenha a posição durante 20 segundos. Retorne lentamente à posição
inicial.
Mobilização do plexo braquial
Em pé, com a mão
apoiada na parede atrás de si. Estique o cotovelo e incline e rode a cabeça
para o lado contrário ao que está a mobilizar.
Repita entre 15 e 30 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Em pé, com uma perna à frente
e segurando um bastão. Dobre o joelho à frente enquanto expira e leva o bastão
para cima. Deite o ar fora lentamente enquanto baixa o bastão e estica o joelho
da frente. Mantenha sempre as costas alinhadas.
Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Antes de iniciar estes exercícios você deve
sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.
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