O termo Doença
Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é geralmente utilizado para descrever a
obstrução do fluxo aéreo devido à bronquite crónica, enfisema, ou ambos.
Crónica:
persistente.
Bronquite:
inflamação dos brônquios (as vias respiratórias dos pulmões).
Enfisema: lesão nas
vias aéreas menores e sacos aéreos (alvéolos) dos pulmões.
Pulmonar: que
afecta os pulmões.
A bronquite crónica
e o enfisema podem causar obstrução (estreitamento) das vias aéreas, e
geralmente ocorrem em conjunto.
Fumar é,
destacadamente, a principal causa de surgimento de DPOC. A mucosa das vias
respiratórias fica inflamada e danificado pelo fumo. Cerca de 3 em cada 20
pessoas que fumam um maço de cigarros (20 cigarros) por dia, e 1 em cada 4
fumadores de 2 maços por dia, desenvolvem DPOC se continuarem a fumar. Para qualquer
fumador, as hipóteses de desenvolver DPOC está entre 1 em 10 e 1 em 4.
A poluição do
ar no trabalho e em determinadas zonas podem causar alguns casos de DPOC, ou
agravar a doença. O efeito combinado da exposição profissional a poluentes
atmosféricos e fumar aumenta as hipóteses de desenvolver DPOC.
Um pequeno
número de pessoas que têm um risco genético (hereditário) da DPOC, devido a
deficiências de proteína muito raros que podem levar a doenças do fígado,
pulmão e sangue. (Esta condição é chamada de deficiência de
alfa-1-antitripsina). Representa menos de 1 em cada 100 casos de DPOC.
Pessoas que
nunca fumaram raramente desenvolvem a DPOC. (tabagismo passivo continua, no
entanto, uma causa potencial.) A DPOC afecta principalmente pessoas com mais de
40 anos e torna-se mais comum com o aumento da idade. A idade média do
diagnóstico é aos 67 anos, e é mais comum em homens do que mulheres.
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Sinais e sintomas/ Diagnóstico
- Tosse: é normalmente o primeiro sintoma a aparecer. É produtiva com expectoração (catarro). Tende a ser intermitente de inicio, tornando-se gradualmente mais persistente.
- Falta de ar (dispneia): pode ocorrer associada a chiadeira. De inicio apenas com a actividade, como por exemplo, quando sobe escadas. Estes sintomas tendem a se tornar progressivamente pior ao longo dos anos, especialmente se continuar a fumar.
- Expectoração: as vias aéreas danificadas podem produzir muito mais muco que o normal.
- Infecções nos pulmões são mais comuns se tiver DPOC. Chiadeira com tosse e falta de ar pode tornar-se pior do que o habitual nestes casos. Catarro geralmente fica amarelo ou verde durante uma infecção no pulmão. Infecção pulmonar pode ser causada por bactérias ou vírus.
- Dor no peito e tosse com sangue (hemoptise) não são características comuns da DPOC. É possível ter um pouco de sangue no catarro quando tem uma infecção no pulmão. No entanto, dor no peito, sangue no catarro ou tosse com sangue só, devem sempre ser relatados ao médico, devendo ser descartadas outras condições (como angina, ataque cardíaco ou cancro do pulmão).
O relato detalhado da sua história clínica (sintomas) e o exame físico irão ajudar o médico no diagnóstico de uma DPOC. Um exame do peito pode ser normal em pacientes com DPOC leve ou moderada. Usando um estetoscópio, o médico pode encontrar sinais de uma infecção no peito. O tórax também pode mostrar sinais de estar hiperinsuflado. Isto ocorre porque as
vias aéreas estão obstruídas e, assim como é difícil para o ar
entrar também é difícil para sair.
O teste mais comum usado para ajudar a diagnosticar
a doença é chamado de espirometria. Este teste dá uma estimativa dos volumes pulmonares medindo a quantidade de ar que pode expelir de
uma só vez para uma máquina que fará a medição.
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Tratamento
A
opção terapêutica irá depender da gravidade da obstrução e da duração do
problema. É importante notar que não existe nenhum tratamento que cure a
doença, apenas aliviam os sintomas e reduzem os períodos de inflamação mais
activa. A melhor abordagem terapêutica para a DPOC é deixar de fumar, na
maioria dos casos de DPOC leve a moderada isto é o suficiente para os sintomas
desaparecerem por completo.
Na Fase I (obstrução leve):
Deve proceder-se a uma redução de factores de risco (deixar de fumar, tomar a vacina da gripe);
Broncodilatadores de curta acção: Quando necessário, um inalador com um medicamento broncodilatador é muitas vezes prescrito. Estes relaxam os músculos das vias
aéreas (brônquios) ajudando-os a dilatar o espaço livre
para circulação do ar. Os mesmos inaladores podem ser usados para a asma.
Fase II (obstrução moderada):
Os anteriores e poderá ser necessário acrescentar:
Broncodilatadores de longa duração: funcionam de forma semelhante aos inaladores de curta acção, mas cada dose dura pelo menos 12 horas. Broncodilatadores de longa ação podem ser uma opção se os sintomas permanecem,
apesar de ter usado um broncodilatador de curta acção.
Reabilitação cardiopulmonar: Estudos têm demonstrado
que pessoas com DPOC que sequem um plano de reabilitação cardiopulmunar tendem
a melhorar a sua capacidade respiratória, aliviar os sintomas, e ter uma melhor
qualidade de vida. Um plano de exercícios terapêuticos especifico para cada
condição deverá ser executado durante pelo menos 20-30 minutos, 4-5 vezes por
semana. Se for capaz, uma caminhada diária de 10-15 minutos é um bom começo e
um bom complemento aos exercícios específicos.
Fase III (obstrução grave):
Os anteriores e poderá ser necessário acrescentar:
Inaladores de esteróides: poderão ajudar, para além dos
inaladores com broncodilatadores
nos momentos em que está com inflamação mais activa ou com crises bastante
sintomáticas. Os esteróides reduzem a inflamação.
Fase IV (obstrução muito grave ou obstrução moderada com evidência de insuficiência respiratória crónica):
Os anteriores e poderá ser necessário acrescentar:
A oxigenoterapia de longa duração (se preencheram os critérios): fazer terapia
regular com oxigénio em casa pode ajudar algumas pessoas com sintomas graves de DPOC. No
entanto, não ajuda em todos os casos. A
sua prescrição deve ser bem ponderada pois excesso de pode na verdade
prejudicar alguns doentes com DPOC.
Exercícios terapêuticos para a DPOC
Os seguintes exercícios poderão ser prescritos
durante a reabilitação da DPOC, dependendo da fase evolutiva em que o paciente
se encontra. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Sentado, com as mãos atrás da cabeça. Inspire
fundo enquanto roda os cotovelos para fora e alonga o tronco nas costas da
cadeira. Expire lentamente, retornando à posição inicial.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
De joelhos, apoiado nas palmas
das mãos, que estão alinhadas com os ombros. Inspire fundo, enquanto deixa a
coluna arquear em direcção ao chão e roda a cabeça para a frente. Expire
completamente, enquanto contrai os abdominais e enrola a coluna e pescoço.
Mantenha uma rotina de
caminhar pelo menos 20 a 30 minutos por dia. Tenha sempre atenção à sua postura
e evite alterações no ritmo da marcha a não ser que sinta sintomas de cansaço.
Antes de iniciar estes exercícios você deve
sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.
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