sábado, 20 de outubro de 2012

Síndrome do piramidal

A síndrome do piramidal é uma disfunção neuromuscular causada pela compressão ou irritação do nervo ciático pelo músculo piramidal. O músculo piramidal é um músculo alongado, em forma de pirâmide, localizado no fundo dos nadegueiros, e que se estende desde a base do sacro até ao topo do fémur.
O nervo ciático passa muito próximo desse músculo e, em algumas pessoas (cerca de 10-20% da população), passa directamente através das fibras musculares. Se o músculo piramidal ficar tenso ou formar um ponto-gatilho doloroso, pode exercer pressão sobre o nervo ciático e causar dor que pode irradiar para baixo pela perna, vulgarmente conhecida como dor ciática.
Esta síndrome é geralmente causada por uma lesão traumática nas nádegas ou na região da anca. Outra causa comum da síndrome do piramidal é ter músculos adutores (face interna da coxa) demasiado tensos. Isto faz com que os abdutores não funcionem correctamente, colocando assim mais pressão sobre o piramidal.
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Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Sensibilidade à palpação na área do músculo.
  • Dor nas nádegas que se poderá estender à lombar.
  • Dor, formigueiro ou dormência que se irradia para baixo pela parte de trás da perna, geralmente pelos isquio-tibiais e às vezes até à barriga da perna.
  • É comum a dor ser inicialmente confundida com uma distensão muscular ou tendinopatia na origem dos isquio-tibiais. No entanto, estes músculos não estarão sensíveis ao toque.
  • Reduzida amplitude de movimento da articulação da anca, especialmente em rotação interna.
  • Padrão de marcha caraterístico

Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica e exame atento da coxa e lombar (incluindo exame neurológico) são geralmente suficientes para diagnosticar uma ruptura muscular. Uma ecografia ou RM podem ser pedidas para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão da lesão.
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Tratamento

                As síndromes do piramidal geralmente respondem positivamente a um programa adequado de fisioterapia. No tratamento deve ser incluído:
  • Descanso: Evite caminhar ou estar muito tempo de pé. Se tiver de o fazer utilize canadianas. Evite a actividade que causou os sintomas.
  • Uso do calor húmido e/ou ultra-som antes do alongamento do músculo piramidal.
  • Alongamento estático do piramidal, mas tamém do iliopsoas, tensor da fáscia lata e glúteos.
  • Massagem de mobilização dos tecidos na região glútea pode ajudar a diminuir a tensão da musculatura afectada e reduzir a irritação do nervo ciático.
  • Técnicas de libertação miofascial para o músculo piramidal.
  • Aplicação de gelo e TENS após o exercício ou terapia manual, ajudando a diminuir a dor e a inflamação que podem ter sido provocadas pelo alongamento ou massagem.
  • Dependendo dos resultados da avaliação clínica poderão ser aplicadas técnicas de mobilização articular da articulação sacro-iliaca e das vértebras lombares.
  • Indicação de um plano de exercícios para realizar em casa, que inclua fortalecimento e alongamento muscular

É fundamental que os alongamentos sejam feitos de forma suave e progressiva, de forma a evitar o estiramento excessivo e possível aumento da irritação do nervo ciático.
Se os sintomas não aliviarem com o tratamento conservador, uma cirurgia para libertação da fáscia e do tendão muscular poderá ser tentada.

Exercícios terapêuticos para a síndrome do piramidal

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma síndrome do piramidal. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.

 
Alongamento da inserção dos isquio-tibiais e glúteo.
Deitado, com o fundo das costas bem apoiado e as mãos no joelho. Tente chegar o joelho o mais próximo do peito possível. Alivie lentamente a pressão.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.


Alongamento do grande glúteo
Coloque-se apoiado nos cotovelos e joelhos. Avance o joelho da perna a alongar na direcção do ombro do lado contrário, o pé fica virado para dentro. Aproxime o mais possível o joelho do peito. Mantenha a posição durante 20 segundos
Repita entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.



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Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.

Kirschner JS, Foye PM, Cole JL. Piriformis syndrome, diagnosis and treatment. Muscle Nerve. 2009 Jul;40(1):10-8. 

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