sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Síndrome do túnel cárpico


O túnel cárpico é uma estrutura estreita em forma de túnel que se localiza na face palmar do punho. O fundo e os lados desse túnel são formados pelos ossos do carpo. A parte superior do túnel é coberta por uma forte banda de tecido conjuntivo chamado de ligamento transverso do carpo.
De entre as estruturas que passam através do túnel cárpico está o nervo mediano. Este nervo é responsável por controlar a sensibilidade da palma do polegar, dedo indicador, e dedo médio e por controlar a acção dos músculos ao redor da base do polegar. Para além deste nervo os tendões flexores dos dedos e polegar também passam através do túnel cárpico. Estes tendões são chamados de tendões flexores.
A síndrome do túnel cárpico consiste num conjunto de sintomas que se pensa serem causados pela compressão (esmagamento) do nervo mediano na sua passagem pelo túnel cárpico. A maioria dos casos ocorrem em pessoas com idade entres os 40-50 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade. Também é comum durante a gravidez. As mulheres são afectadas 2-3 vezes mais frequentemente do que homens.
Pensa-se que a compressão do nervo ocorre quando os tecidos que rodeiam os tendões flexores no punho (bainhas sinoviais) inflamam, provocando um inchaço que exerce pressão sobre o nervo mediano.
Os principais factores que contribuem para o aparecimento desta síndrome são:
  • A hereditariedade: é o factor mais importante - os túneis cárpicos são mais estreitos em algumas pessoas, e essa característica pode ser transmitida ao longo de gerações.
  • Uso excessivo da mão: ao longo do tempo pode desempenhar um papel importante.
  • As alterações hormonais relacionadas com a gravidez.
  • Condições médicas, incluindo diabetes, artrite reumatóide, e desequilíbrio da tiróide.
  • Na maioria dos casos de síndrome do túnel do carpo, não existe uma causa única.

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Sinais e sintomas/ Diagnóstico

Formigueiro e sensação de picadas na região inervada pelo nervo mediano. É normalmente o primeiro sintoma a surgir. Os dedos indicador e médio são geralmente os primeiros a serem afectadas.
A sensação de formigueiro pode evoluir para dor nos dedos, que pode irradiar até ao antebraço.
Adormecimento dos mesmos dedos e/ou em parte da palma da mão.
Fraqueza de alguns músculos nos dedos das mãos e/ou polegar ocorre em casos graves. Isso pode causar falta de força de preensão e, eventualmente, levar à perda de massa muscular na base do polegar.
Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, de leve a grave. Uma ou ambas as mãos podem ser afectadas. Os sintomas tendem a ser intermitentes numa fase inicial, para depois se tornarem constantes, e, por norma, são piores à noite.
Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica e exame atento do punho e mão, incluindo à sua função motora e nervosa, é geralmente suficiente para o diagnóstico de uma síndrome do túnel cárpico. A confirmação dos sintomas pode ser feita através de uma electromiografia, que irá medir a velocidade de condução nervosa no nervo mediano. Um raio-X poderá ser pedido caso haja limitação articular do punho.
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Tratamento

Para a maioria das pessoas, os sintomas irão piorar progressivamente se não for adoptada nenhuma forma de tratamento. Pode, no entanto, optar por tomar algumas medidas que poderão ser suficientes para aliviar os sintomas, particularmente se tiver entre 30-40 anos e os sintomas ainda forem ligeiros.
Se os sintomas estão claramente associados a uma actividade ou ocupação, deve interromper, modificar ou reduzir essa actividade.
Tente não usar o punho em tarefas de compressão ou preensão excessiva.
Se estiver com excesso de peso, perder algum peso pode ajudar.
Analgésicos podem ser prescritos para aliviar a dor. Se esta condição é parte de uma condição mais geral de saúde (como a artrite), então o tratamento dessa condição pode ajudar.
Se estas medidas não surtirem efeito e os sintomas continuarem a piorar deverá ser tentado um plano de tratamento conservador, acompanhado por um fisioterapeuta. Algumas medidas que poderão ajudar a resolver esta condição são:
  • Órtese ou tala. Uma tala poderá ser utilizada à noite para manter o punho numa posição neutra. Também poderá ser usada durante as actividades que agravam os sintomas.
  • Medicação. Podem ajudar a aliviar a dor. Estes medicamentos incluem fármacos anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs), como o ibuprofeno.
  • Exercícios de alongamento dos flexores do punho e dedos e de mobilização do nervo mediano.
  • Aplicações de ultra-sons, embora os seus benefícios não sejam consensuais.
  • As injecções de cortico-esteróides proporcionam alívio dos sintomas, no entanto estes tendem a voltar entre 3-6 meses após a injecção.

Quando o tratamento conservador se revela ineficaz, a cirurgia é uma opção. Uma pequena incisão irá cortar o ligamento sobre a parte superior do punho e aliviar a pressão no túnel cárpico. Este procedimento é feito em ambulatório, sob anestesia local e geralmente resolve o problema na totalidade. Você não será capaz de usar a mão durante poucos dias e terá de esperar algumas semanas após a operação para voltar ao trabalho. Geralmente durante esse período os pacientes deverão seguir um plano de exercícios terapêuticos elaborado por um fisioterapeuta de forma a prevenir aderências durante a cicatrização e garantir a mobilidade completa.

Exercícios terapêuticos para a síndrome do túnel cárpico

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma síndrome do túnel cárpico. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.


Alongamento dos flexores do punho
Em pé ou sentado, estenda o braço para a frente alinhado com o ombro, com a palma da mão virada para a frente. Com a outra mão puxe os dedos em direcção a si. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.


 Alongamento dos extensores do punho
Em pé ou sentado, estenda o braço para a frente alinhado com o ombro, com a palma da mão virada para si. Com a outra mão puxe os dedos em direcção a si. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.

 

Mobilização do nervo mediano
Em pé, com a mão apoiada na parede atrás de si. Estique o cotovelo e incline e rode a cabeça para o lado contrário ao que está a mobilizar.
Repita entre 15 e 30 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.



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Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.
  

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