A doença de Parkinson (DP)
é uma lesão (persistente)
crónica de uma parte do cérebro, e afecta
principalmente a maneira como o cérebro coordena a acção
dos músculos nas várias partes do
corpo.
Uma pequena parte do cérebro, chamada substância
negra, é a mais afectada nesta doença. Esta área do cérebro
está envolvida no envio de mensagens, para os nervos na medula
espinhal, responsáveis por controlar
os músculos do
corpo. Para circularem, estas mensagens necessitam de
substâncias químicas chamadas neurotransmissores.
A dopamina é um desses
neurotransmissores e é produzida sobretudo pelos neurónios
da substância negra.
Nas pessoas com DP o número de células da substância negra diminui progressiva e irreparavelmente,
sem que haja para já uma causa conhecida. Como o número de células diminui, a quantidade de dopamina que é produzida também é reduzida. Esta combinação faz com
que as mensagens nervosas para os músculos se tornem cada vez mais
lentas e desorganizadas.
A DP desenvolve-se principalmente em pessoas com mais de
50 anos, e tornase mais comum com o avanço da idade. Cerca
de 5 em cada 1000 pessoas com 60 anos, e cerca de
40 em cada 1000 pessoas com 80 anos sofre de DP. Afecta homens e mulheres,
mas é um pouco mais comum em homens.
Raramente, se desenvolve em pessoas com menos de 50 anos. A DP não é geralmente hereditária,
e pode afectar
qualquer pessoa. No entanto, factores genéticos (hereditários) podem ser importante no pequeno
número de pessoas que desenvolvem
a doença antes
dos 50 anos.
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Sinais e sintomas/ Diagnóstico
As células do
cérebro e os nervos afectados na DP são responsáveis por produzir movimentos
suaves e coordenados dos músculos. Portanto, quatro sintomas comuns que se desenvolvem
gradualmente são:
- Lentidão de movimentos (bradicinesia). Por exemplo, pode tornar-se um desafio andar ou se levantar de uma cadeira. Quando este sintoma se desenvolve pode ser atribuído ao avançar da idade, e o diagnóstico da DP pode não ser evidente até ao aparecimento de outros sintomas.
- Com o tempo, desenvolve-se um padrão de marcha característico. A pessoa com DP anda mais “curvada” e tem alguma dificuldade em iniciar, parar e virar.
- A rigidez dos músculos (rigidez), e os músculos podem tornar-se mais tensos. Além disso, os braços não oscilam como normalmente acontece quando andamos.
- Agitação (tremor) é comum, mas nem sempre ocorre. Geralmente afecta os dedos, polegares, mãos e braços, mas pode afectar outras partes do corpo. É mais perceptível quando está parado e pode piorar com a ansiedade ou alteração emocional.
Os sintomas
tendem lentamente a tornar-se piores. No entanto, a velocidade a que os sintomas
pioram varia de pessoa para pessoa, podendo levar vários anos até se tornarem
graves o suficiente para ter um efeito visível na sua vida. Para além dos principais, outros
sintomas vão-se desenvolvendo à medida que a DP progride:
- Menos expressões faciais, como sorrir ou franzir a testa. Redução do pestanejar.
- Dificuldade com movimentos finos, como atar os cordões dos sapatos ou abotoar a camisa.
- Dificuldade com a escrita (escrita tende a ser menor).
- Dificuldade de equilíbrio e postura e uma maior tendência a cair.
- A fala pode ficar lenta e monocórdica.
- Cansaço e dores generalizadas
Não há nenhum teste que possa provar
inequivocamente que você tem DP. O diagnóstico
é baseado sobretudo na avaliação clínica
do médico, tendo em conta os sintomas que apresenta, daí na fase inicial da
doença ser muitas vezes difícil estabelecer um diagnóstico seguro de DP.
Para além disso algumas condições podem dar as características de "parkinsonismo"-
ou seja, sintomas semelhantes à DP, mas causados por
outras condições. Por exemplo, algumas
drogas usadas para tratar outras
condições podem causar efeitos colaterais que lembram os sintomas
da DP. Algumas doenças
cerebrais raras também
podem causar sintomas
semelhantes. Portanto, é prática
normal ser encaminhado para um neurologista, se há suspeita de DP, onde poderá fazer
alguns testes específicos de forma a descartar outras condições clínicas.
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Tratamento
Não há cura para a DP, e nenhum tratamento impede a progressão da doença. No entanto, os tratamentos podem geralmente aliviar os
sintomas.
Numa fase inicial, enquanto os
sintomas são leves, pode não
precisar de qualquer tratamento.
Irá ter consultas de tempos a tempos com um médico especialista
para monitorizar a progressão da doença.
A medicação que alivia os sintomas geralmente é iniciada quando estes começam a interferir com
a capacidade de realizar as actividades do dia-a-dia.
Ainda não é consensual qual a melhor medicação para
usar nas primeiras fases da DP, ou qual a melhor combinação de medicamentos é
mais eficaz numa fase posterior. Directrizes recentes,
recomendam começar com um agonista
da dopamina, com a levodopa mais um inibidor da dopa-descarboxilase ou com um
inibidor da monoamina oxidase. Outra medicação
também é por vezes utilizada,
geralmente, em combinação com uma daquelas
três principais.
Fisioterapia, terapia ocupacional
e terapia da fala também podem ser úteis à medida que
a doença progride.
Um
fisioterapeuta pode aconselhar sobre a postura, fazer uma reeducação da marcha
e prescrever alguns exercícios terapêuticos.
Um terapeuta
ocupacional pode aconselhar sobre as melhores adaptações para a casa, o que
pode facilitar muitas tarefas.
Se houver
dificuldades com a fala, deglutição ou saliva, um terapeuta da fala pode
ajudar.
Um psicólogo
pode ser capaz de ajudar se o paciente estiver com problemas de depressão.
A cirurgia pode ser uma opção para
casos graves.
Novas técnicas cirúrgicas estão
a ser desenvolvidas, podendo vir a ajudar pessoas com DP à vários anos. A cirurgia não cura a DP,
mas pode ajudar a
aliviar os sintomas quando a medicação
não está a funcionar. Por exemplo, a estimulação cerebral profunda crónica
é uma técnica que envolve a colocação de um gerador de pulsos (como um marca-passo cardíaco) na parede torácica.
Cabos finos sob
a pele ligam-se a eléctrodos colocados no
cérebro. Os eléctrodos estimulam as partes do
cérebro que são
afectados pela DP e podem ajudar a
aliviar os sintomas. Este é um
procedimento recente e, apesar dos benefícios observados a curto prazo, os
efeitos a longo prazo ainda não são consensuais.
Exercícios terapêuticos para a doença de Parkinson
Os seguintes exercícios poderão ser prescritos na
reabilitação da doença de Parkinson, dependendo do estado evolutivo do
paciente. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Rotação do tronco
Sentado, com os pés apoiados. Cruze as mãos
sobre o peito e rode gradualmente o tronco mantendo as costas alinhadas. Repita
o movimento para o outro lado.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Fortalecimento
dos extensores da anca
Deitado, com os braços ao
longo do corpo, eleve a bacia até coxas e costas ficarem alinhadas no mesmo
plano. Retorne lentamente à posição inicial.
Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Flexão/extensão
da coluna vertebral
De joelhos, apoiado nas palmas
das mãos, que estão alinhadas com os ombros. Inspire fundo, enquanto deixa a
coluna arquear em direcção ao chão e roda a cabeça para a frente. Expire
completamente, enquanto contrai os abdominais e enrola a coluna e pescoço.
Antes de iniciar estes exercícios você deve
sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.
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