Os isquiotibiais são o conjunto de músculos localizado na face posterior da coxa. Este grupo muscular é composto por três músculos:
- Bicípite femoral
- Semi-membranoso
- Semi-tendinoso
Estes músculos têm
origem comum na tuberosidade isquiática (saliência óssea palpável atrás da
coxa, a meio da prega glútea) e vêm inserir-se na face posterior da tíbia,
próximo ao joelho.
No seu conjunto, são responsáveis por estender a coxa e dobrar o joelho. A sua acção é importante para manter a perna estendida enquanto o peso do
corpo passa para a outra perna durante a marcha ou a corrida.
Uma ruptura muscular nesta região pode ser causada pelo
estiramento brusco dos músculos durante um chuto, pela contracção repentina ou
por um episódio de sobrecarga num período relativamente curto de tempo, como
uma maratona por exemplo.
Desportos que requerem explosões de velocidade, como
certas modalidades do atletismo, o futebol ou o basquetebol aumentam o risco de
lesão. Assim como a fadiga muscular, pouca flexibilidade e a falta de
aquecimento prévio à prática desportiva.
Todas as rupturas musculares podem ser graduadas
de 1-3, consoante a
gravidade da lesão.
- O grau I corresponde a pequenas lesões (até 10% das fibras musculares envolvidas).
- O grau II existe lesão de até 90% das fibras musculares.
- O grau III implica a ruptura de mais de 90% das fibras musculares ou uma ruptura completa. Estas últimas geralmente ocorrem junto à transição de músculo para tendão ou já no próprio tendão em si.
Nos casos de sobreuso deste grupo muscular o tendão comum
dos isquio-tibiais pode também sofrer pequenos dados repetitivos, com consequente inflamação, seguida de degeneração e perda das qualidades do tecido fibroso do tendão, dando origem a uma tendinopatia na origem dos isquio-tibiais.
Sinais e sintomas/ Diagnóstico
- Dor súbita aguda na parte de trás da perna durante o exercício, provavelmente durante uma corrida ou movimentos a alta velocidade.
- Dor ao alongar e na contracção do músculo contra resistência.
- Inchaço e hematomas.
- Nos casos de ruptura grave, uma falha na continuidade do músculo pode ser sentida à palpação.
Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica e
exame atento da coxa são geralmente suficientes para um correcto diagnóstico de
uma ruptura dos isquiotibiais. Uma ecografia ou RM podem ser pedidas para confirmar o diagnóstico e
avaliar a extensão da lesão.
Tratamento
O
tratamento em fisioterapia, nas primeiras 24 a 48 horas após a lesão e enquanto
o diagnóstico não está confirmado, consiste e controlar os sinais
inflamatórios, através de:
- Descanso: Evite caminhar ou estar muito tempo de pé. Se tiver de o fazer utilize canadianas. Andar a pé pode significar um agravamento da sua lesão.
- Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
- Elevação: A perna deve ser elevada um pouco acima do nível do seu coração para reduzir o inchaço.
- Analgésicos e anti-inflamatórios não-esteróides poderão ser receitados pelo médico para controlar o processo inflamatório e aliviar as dores.
Após este período,
e com o diagnóstico confirmado, o tratamento irá depender da gravidade da
lesão.
Ruptura de
grau I: A reabilitação deve estar completa ao final de cerca de 2 semanas. O
tratamento deve incluir:
Fase 2: Após
as 1ªs 24 a 48 horas e até às 2 semanas
Alongamentos suaves dos músculos flexores da anca, 2 a
3 vezes por dia, desde que não provoquem dor
Alternar a massagem de drenagem e de mobilização de
tecidos com fortalecimento estático dos isquio-tbiais.
Continuar o descanso das actividades que provocaram a
lesão durante a primeira semana de recuperação.
Ao final da 1ª semana introduzir o fortalecimento
muscular progressivo, incluindo exercícios em carga. À medida que for
efectuando os exercícios sem dor reintroduzir corrida.
Ao final da 2ª semana deve voltar gradualmente à
actividade desportiva e continuar por algumas semanas exercícios específicos de
fortalecimento e alongamento do músculo lesado.
Ruptura de
grau II: A reabilitação deve estar completa ao final de cerca de 4-6 semanas. O
tratamento deve incluir:
Fase 2: Após
as 1ªs 24 a 48 horas e até às 2 semanas
Continuar o descanso das actividades que provocaram a
lesão.
Alongamentos suaves e fortalecimento estático dos isquiotibiais,
2 a 3 vezes por dia, a partir do 3º dia, desde que não provoque dor.
Em vez de apenas gelo poderá aplicar durante 20 a 30
minutos quente e frio, alternadamente, 5 minutos cada, três vezes por dia
Massagem de drenagem e de mobilização de tecidos assim
que os sinais inflamatórios tenham desaparecido
Deve iniciar um programa específico de reabilitação,
orientado pelo seu fisioterapeuta
Poderá ser aplicada uma ligadura funcional com tape
para permitir uma melhor cicatrização dos topos da ruptura.
Ultra-som e TENS deverão ser introduzidos no tratamento
para aliviar a dor e acelerar a recuperação dos tecidos.
Fase 3: Semanas
3, 4, 5 e 6
Introduzir o fortalecimento muscular progressivo,
incluindo exercícios em carga. À medida que for efectuando os exercícios sem
dor reintroduzir corrida.
Ao final da 4ª semana deve ser reintroduzido o gesto
desportivo em ambiente clínico, iniciar a corrida e fortalecimento excêntrico
do músculo.
Na 6ª semana deve retornar gradualmente à prática
desportiva e continuar por algumas semanas exercícios específicos de
fortalecimento e alongamento do músculo lesado.
Ruptura de
grau III: A reabilitação poderá demorar mais de 3 meses em casos de ruptura
completa. O tratamento deve incluir:
Se o músculo apresentar uma ruptura total o tratamento
consiste na reconstrução cirúrgica. Se suspeitar de uma lesão grave deve parar
imediatamente a actividade desportiva e dirigir-se ao hospital para ser
avaliado. Se a ruptura for parcial será seguido o protocolo de reabilitação das
rupturas de grau II, com a adaptação dos respectivos períodos de tempo.
Exercícios terapêuticos para rupturas musculares nos isquio-tibiais
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma
ruptura nos isquio-tibiais. Deverão
ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição
de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Alongamento dos isquiotibiais
Em pé, com o
calcanhar apoiado num degrau, incline o tronco à frente mantendo as costas
alinhadas. Mantenha essa posição durante 20 segundos.
Repita entre 6 e 12 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Alongamento
activo da cadeia posterior
Deitado, com um
elástico na ponta do pé, com a coxa e joelho dobrados a 90o.
Mantenha a tensão no elástico enquanto estica o mais possível o joelho, puxado
a ponta do pé para si. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Fortalecimento
dos isquio-tibiais
Deitado, com o elástico preso atrás do calcanhar. Puxe
o pé para si e deixe-o voltar lentamente à posição inicial.
Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Antes de iniciar estes exercícios você deve
sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.
Heiderscheit BC,
Sherry MA, Silder A, Chumanov ES, Thelen DG. Hamstring strain injuries:
recommendations for diagnosis, rehabilitation, and injury prevention. J Orthop
Sports Phys Ther. 2010 Feb;40(2):67-81.
5 comentários:
Ola sera k me pode responder o k fazer a minha lesao , observamos alterações compatíveis com quadro de ruptura miotendinosa do recto femoral , no 1/3 proximal aparentemente com retracção distal do topo tendinoso num quadro de provavel desinsercao da espinha iliaca correspondente com afastamento de cerca 65 mm.o grupo muscular encontra bastante edamaciado , prolongando se ate 1/3 medio da coxa numa extensão de 130 mm .sem alterações valorizaveis dos restantes grupos musculares da cintura pelvica .. espaço articular femoro-acetabular preservado . Sem evidentes alterações peri-trocantericas . Sem adenopatias inguinais ,,, sera k me consegue dizer k tipo de lesao tenho ? e como tratar a lesao sera preciso operar ??? Obrigado
Ola sera k me pode responder o k fazer a minha lesao , observamos alterações compatíveis com quadro de ruptura miotendinosa do recto femoral , no 1/3 proximal aparentemente com retracção distal do topo tendinoso num quadro de provavel desinsercao da espinha iliaca correspondente com afastamento de cerca 65 mm.o grupo muscular encontra bastante edamaciado , prolongando se ate 1/3 medio da coxa numa extensão de 130 mm .sem alterações valorizaveis dos restantes grupos musculares da cintura pelvica .. espaço articular femoro-acetabular preservado . Sem evidentes alterações peri-trocantericas . Sem adenopatias inguinais ,,, sera k me consegue dizer k tipo de lesao tenho ? e como tratar a lesao sera preciso operar ??? Obrigado
Tive um estiramento no bíceps femoral da coxa direita grau II que deu cerca de 17cm de espessura na ressonância magnética. Tem como.o me dizer um tempo pra volta da prática esportiva??
bom dia torce no tendao de aquiles grau 3, como faço o tratamento sem precisa de cirugia?
alguem pode me ajuda com alguma informação?
consta na Ecografia ROTURA PARCIAL NA INSERÇÃO DO TRATO ISQUIO-TIBIAL medindo cerca de 30X25mm,tenho 80 anos e jogo tênis,será que consigo continuar jogando,estou fazendo fisioterapia
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