O dedo em mola representa uma limitação do movimento no dedo afectado, que irá bloquear ou “prender” quando tentar estender o dedo.
Esta condição pode afectar qualquer um dos cinco
tendões flexores dos dedos, na palma da mão.
Os tendões são estruturas semelhantes a cabos resistentes, que ligam o músculo ao osso. Ao contrair os músculos, os tendões transmitem
a sua força, puxando os ossos e movimentando assim as
diferentes partes do corpo.
Os músculos responsáveis por dobrar os dedos da mão estão localizados no
antebraço, acima do punho. Tendões flexores longos prolongam-se a
partir do músculo, através do punho até aos pequenos
ossos dos dedos e do polegar. Assim, quando
dobra ou estende um dedo, o tendão flexor desliza através de um túnel apertado, chamado de bainha de tendão, que mantém o tendão próximo aos ossos
dos dedos.
Um determinado tendão flexor pode ficar irritado devido às passagens
repetitivas pela sua bainha. À medida que a lesão vai evoluindo, o tendão pode engrossar e podem formar-se nódulos, tornando a passagem do tendão através da sua bainha mais difícil. Devido
à inflamação, a bainha em si também pode engrossar, diminuindo o espaço para a passagem do
tendão.
A causa do dedo em mola é
desconhecida, no entanto existem alguns factores que aumentam o risco de desenvolver esta condição:
- Dedos em mola são mais comuns em mulheres do que homens.
- Ocorrem mais frequentemente em pessoas entre os 40-60 anos de idade.
- Dedos em mola são mais comuns em pessoas com determinados problemas médicos, tais como diabetes e artrite reumatóide.
- Dedos em mola podem desenvolver-se devido a actividades que exijam preensão mantida durante longos períodos de tempo.
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Sinais e sintomas/ Diagnóstico
Os sintomas do
dedo em gatilho geralmente começam sem nenhum traumatismo específico, embora
possam surgir a seguir a um período de uso intensivo da mão.
- Uma proeminência circular, semelhante a um quisto, à palpação na base do dedo
- Ligeiro inchaço
- Sensação de “prender” ao tentar estender o dedo dobrado. Sensação de estalo da articulação quando a extensão é forçada.
- Dor ao estender e dobrar o dedo
- A rigidez e a sensação de “prisão” tende a ser pior após a inactividade, como quando acorda pela manhã.
- Em casos graves de dedo em mola, poderá não conseguir esticar o dedo, mesmo com ajuda.
Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica e
exame atento do punho, mão e dedos, é geralmente suficiente para o diagnóstico
de um dedo em mola.
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Tratamento
O primeiro objectivo no tratamento do dedo em mola é diminuir a inflamação do tendão e bainha. De inicio a abordagem preferencial será com tratamento
conservador, através de:
- Descanso: Evitar actividades que causam dor e inchaço. Muitas vezes o repouso selectivo de algumas actividades mais forçadas é suficiente para que os sintomas desapareçam.
- Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
- Exercícios de alongamento suave dos tendões afectados
- Órteses ou talas: Apesar de terem sido muito utilizadas, neste momento acredita-se que a longo prazo provocam limitações articulares sérias, pelo que o seu uso é contra-indicado.
- Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como o paracetamol são geralmente úteis. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.
- As injecções de cortico-esteróides proporcionam alívio dos sintomas, no entanto estes tendem a voltar entre 3-6 meses após a injecção.
Quando o
tratamento conservador se revela ineficaz, a cirurgia é uma opção. O objectivo da cirurgia é alargar o espaço
do túnel para que o tendão possa deslizar mais facilmente. Isso
geralmente é feito em ambulatório,
ou seja, você não vai precisar passar a
noite no hospital. A cirurgia é realizada através de uma pequena incisão na palma da mão. A bainha do tendão do túnel é cortada e quando cicatriza o tendão já terá mais espaço para se movimentar. Geralmente,
logo após a cirurgia será capaz de movimentar o dedo, e ao final de poucas
semanas a recuperação estará completa.
Por norma, se o paciente apresentava rigidez
articular antes da cirurgia, durante a recuperação deverá seguir um plano de
exercícios terapêuticos elaborado por um fisioterapeuta de forma a prevenir
aderências durante a cicatrização e garantir a mobilidade completa.
Exercícios terapêuticos para dedo em mola
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação do dedo
em mola. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Em pé ou sentado, estenda o braço para a frente
alinhado com o ombro, com a palma da mão virada para si. Com a outra mão puxe
os dedos em direcção a si. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Em pé ou sentado, estenda o braço para a frente
alinhado com o ombro, com a palma da mão virada para a frente. Com a outra mão
puxe os dedos em direcção a si. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte
nenhum sintoma.
Propriocepção do punho
Agarrando uma bola na mão, faça movimentos
circulares com o punho enquanto pressiona a bola.
Repita entre 20 e 30 movimentos, desde que não
desperte nenhum sintoma.
Antes de iniciar estes exercícios você deve
sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.
3 comentários:
eu posso fazer esse exercicio sem fazer cirurgia ou após o procedimento cirurgico
eu ja tive esse problema ha 5 anos atras mas no outro dedo agora passou p/ outro cheguei fazer cirurgia eu não queria fazer de novo tem jeito?
eu ja tive esse problema ha 5 anos atras mas no outro dedo agora passou p/ outro cheguei fazer cirurgia eu não queria fazer de novo tem jeito?
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